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STCP vai distribuir informação sobre linhas e percursos em braille e melhorar paragens e sinais sonoros

A Sociedade de Transportes Colectivos do Porto vai disponibilizar informação sobre as suas linhas em linguagem braille, uma medida que visa "promover a mobilidade dos cidadãos deficientes visuais", anunciou hoje fonte da empresa.

O folheto em braille dá "informação sobre as linhas da STCP, a sua origem e destino e por onde passam, bem como dá a conhecer quais as linhas que dispõem de autocarros com piso rebaixado e rampa de acesso para cadeiras de rodas", afirmou Rui Saraiva, da administração da STCP.

Este folheto em braille vai ser distribuído pela ACAPO - Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal, bem como nas lojas da STCP e Andante.

A iniciativa surge no âmbito de uma parceria entre a STCP e a ACAPO, que hoje assinaram um protocolo de cooperação, assinalando a Semana Europeia da Mobilidade.

A ACAPO compromete-se a colaborar com a STCP no sentido de traduzir para linguagem braille a informação considerada essencial pela empresa e dirigida aos seus clientes.

A ACAPO irá também assegurar formação a motoristas da STCP, "com vista a melhorar o atendimento entre estes e os clientes com deficiência visual".

Em contrapartida, a empresa transportadora facilitará às suas estações de recolha o acesso da ACAPO, para que, nas acções de formação que promove, os deficientes visuais possam experimentar entrar e sair dos autocarros da empresa.

A STCP apoiará ainda a ACAPO na divulgação de iniciativas e programas especiais, disponibilizando para tal meios que estejam disponíveis.

Para "dar mais sentido à inclusão social e ao conceito de mobilidade", mais de 80 por cento da frota da STCP dispõe já de piso rebaixado e cerca de 70 por cento das suas viaturas têm rampa de acesso para cadeiras de roda.

"Apenas nove das 81 linhas da STCP não dispõem desta rede de acesso fácil", disse Rui Saraiva, acrescentando que a empresa pretende ainda implementar "uma solução tecnológica" que permita aos invisuais reconhecer a chegada de um autocarro a uma paragem.

"Os cegos queixam-se que não conseguem diferenciar um autocarro de um pesado quando estão sozinhos numa paragem", explicou Rui Saraiva, acrescentando que a ideia é criar um sistema que permita fazer a ligação entre as paragens e os autocarros.

Outra das queixas dos invisuais prende-se com o sistema sonoro instalado nos veículos, que anuncia as paragens do percurso.

"Por vezes, a informação é pouco audível. A maneira de contornar este problema é aumentar o volume do sistema, o que nem sempre agrada aos clientes, porque se torna repetitivo estar sempre a ouvir o mesmo", salientou o administrador, apelando à compreensão dos clientes.

O presidente da ACAPO, José Esteves Correia, afirmou que "os deficientes do Grande Porto estão de parabéns", já que a STCP, bem como a Metro do Porto e as autarquias desta área "estão sensibilizadas para as limitações" das pessoas portadoras de deficiência e tentam contornar os obstáculos inerentes à sua condição física.

"Obrigado por serem cidadãos de corpo inteiro que nos querem ajudar a também o sermos", agradeceu Esteves Correia à STCP e à Metro do Porto.

Para o responsável, a administração da empresa transportadora encontrou um conjunto de soluções "bastante satisfatórias" para ajudar os cegos, designadamente por ter implantado um sistema de validação de bilhetes por leitura óptica, disponibilizar autocarros com piso rebaixado, sistema de informação sonora sobre paragens e agora informação em linguagem braille.

"O Porto está muito avançado", afirmou Esteves Correia, apelando às empresas de transportes públicos de Lisboa, em especial à Carris, para que também tenham em conta os seus clientes com deficiência.

"O Porto está de parabéns, o resto do país devia pôr os olhos nesta região", concluiu o presidente da ACAPO.

Inserido na Semana Europeia da Mobilidade, a STCP promoveu esta manhã o dia "Acessibilidade para Todos", realizando um serviço especial entre o interface da Casa da Música e a Praça Gomes Teixeira especialmente direccionado para invisuais, amblíopes, pessoas com locomoção reduzida, idosos e clientes com carrinho de transporte de crianças.

Fernando Gabriel, cego há vários anos devido a um descolamento da retina, esteve presente nesta iniciativa com a sua cadela-guia Goody.

Fernando costuma andar de autocarro e de metro quase todos os dias e sempre com a Goody, que o acompanha há já cinco anos, e apontou à Lusa como principal dificuldade nos seus passeios o facto do sistema sonoro informativo da STCP "nem sempre estar ligados nos autocarros".

"Às vezes, quando estou sozinho numa paragem, à espera do autocarro nem me apercebo da sua paragem, por falta de um aviso sonoro", disse o invisual, considerando, contudo, muito positivo “a STCP olhar para quem não vê”.

Esta iniciativa ficou ainda marcada pela assinatura de um protocolo entre a STCP e a Câmara do Porto, que visa qualificar paragens de transporte público para cidadãos com mobilidade reduzida.

"Numa primeira fase e a título experimental, serão qualificadas as paragens constantes do corredor Bus que serve o trajecto compreendido entre a Praça da Galiza e a Praça da Liberdade, por forma a que estas permitam aos cidadãos, com mobilidade reduzida, aceder sem dificuldades aos autocarros de transporte público", disse Rui Saraiva.

Cabe, agora, à STCP elaborar o projecto e suportar os custos daí decorrentes, enquanto a autarquia fica responsável por aprovar e executar esse projecto.


Fonte:Lusa
 
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