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Che Guevara

migel

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Che Guevara

Che Guevara discursa na ONUErnesto Guevara Lynch de la Serna, mais conhecido por Che Guevara ou El Che (Rosário, Argentina, 14 de Junho[1] de 1928 — La Higuera, Bolívia, 9 de Outubro de 1967) foi um dos mais famosos revolucionários marxistas da História. Foi considerado pela revista norte-americana Time Magazine umas das cem personalidades mais importantes do século XX. [1].





Biografia

Ernesto Guevara de la Serna nasceu em Rosário, importante cidade industrial Argentina ao noroeste de Buenos Aires.

Ernesto tinha dois anos quando sofreu o primeiro ataque de asma. Esses ataques de asma sofridos por Ernesto durante a infância foram muito violentos e em vista de o menino não melhorar, os médicos aconselharam uma mudança de ares.

Foi assim que, em 1932, contava Ernesto quatro anos, a família mudou-se para a região de Córdoba, no centro da Argentina, que na altura não era ainda a zona industrial que hoje é. Radicaram-se em Altagracía, uma pequena estância de veraneio, não muito longe da cidade de Córdoba. Viviam numa casa de estilo inglês, uma cottage chamada Villa Nidia.

A sua educação primaria, devido à asma foi-lhe dada pela mãe. Em 1941, contava Ernesto doze anos, a família mudou-se para a cidade de Córdoba. Foi titular do primeiro time de juniores do Velez Sarsfield.

Por volta dos 12 ou 13 anos lia freqüentemente. A família possuía uma vasta biblioteca, cerca de três mil volumes. Sabe-se que leu Júlio Verne, Alexandre Dumas, Baudelaire, Neruda e Freud aos 15 anos. Em 1944, os negócios da família de Che vão mal e Ernesto emprega-se como funcionário da Câmara de uma vila nos arredores de Córdoba para ajudar as finanças em casa, sem deixar, contudo, de estudar.

Em 1946 terminou o liceu. Os Guevara mudaram-se para Bogotá e Ernesto ingressou na universidade. Continuando a situação econômica a deteriorar-se, foram obrigados a vender com prejuízo a plantação de coca que tinham desenvolvido. Na capital, Ernesto empregou-se outra vez como funcionário municipal e mais tarde numa tipografia, continuando, não obstante, o curso de medicina. Houve um período durante o qual trabalhou como voluntário num instituto de pesquisas sexuais, então mantido pelo partido comunista. Nesse ano de 1946 foi chamado ao serviço militar, que, ironicamente, o recusou por inaptidão física.

Depois da Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados, a oposição a Juan Domingo Perón ganhou novo ânimo. Os estudantes constituiram a sua camada mais aguerrida. Guevara participou nessas lutas.

Fez uma viagem, começada de bicicleta e terminada a pé, pelas províncias argentinas de Tucumán, Mendoza, Salta, Jujuy e La Rioja, na qual percorreu diversos resorts Andinos.

E em 1951, ainda não tinha terminado a formatura em Medicina, iniciou, com Alberto Granado, uma grande viagem pelo continente na velha moto do companheiro conhecida pelo nome de "La Poderosa". Nessa viagem, Guevara começa a ver a América Latina como uma única entidade económica e cultural. Visita minas de cobre, povoações indígenas e leprosários, interagindo com a população, especialmente os mais humildes. De volta à Argentina em 1953 acaba os estudos de Medicina e passa a dedicar-se à política.

Guevara atuou como repórter fotográfico em uma carreira de êxito. Cobriu o Pan-Americano de 1953 por uma agência de notícias argentina no México. Em julho de 1953, inicia sua segunda viagem pela América Latina. Nessa oportunidade visita Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.

Foi por causa da visão de tanta miséria e impotência e das lutas e sofrimentos que presenciou em suas viagens que o jovem médico Ernesto Guevara concluiu que a única maneira de acabar com todas as desigualdades sociais era promovendo mudanças na política administrativa mundial.

No fim desta viagem, Ernesto voltou à Argentina com o objetivo de terminar o curso de medicina.

Che Gevara teve várias alcunhas. Enquanto jogador de futebol, era conhecido como Fuser, uma contração de "El Furibundo" e seu sobrenome materno "Serna" - por seu estilo agressivo de jogo. Para os companheiros de guerrilha, era apenas "el chancho", o porco, porque não gostava de banho.

Em sua passagem pela Guatemala, onde chegou em Dezembro de 1953, Che presencia a luta do recém-eleito presidente Jacob Arbenz Guzmán, liderando um governo de cunho popular, na tentativa de realizar reformas de base, eliminar o latifúndio, diminuir as desigualdades sociais e um dos principais objetivos, garantir a mulher no mercado de trabalho.

O governo americano se opunha a Arbenz e, através da CIA, coordenou várias ações, incluindo o apoio a grupos paramilitares, contra o governo eleito da Guatemala, por não se alinhar a suas políticas para a América Latina.

As experiências na Guatemala são importantes na construção de sua consciência política. Lá Che Guevara auto define-se um revolucionário e posiciona-se contra o imperialismo americano.

Nesse meio tempo, Che conhece Hilda Gadea, com quem se casa e de cuja união nasce sua primeira filha, Hildita.


Militância e guerrilha

Em 1954, no México através de Ñico López, um amigo das lutas na Guatemala, ele conhece Raúl Castro que logo o apresentaria a seu irmão mais velho, Fidel Castro. Esse organiza e lidera o movimento guerrilheiro 26 de Julho, ou M26, em referência ao assalto ao Quartel Moncada, onde em 26 de julho de 1953, Fidel Castro liderou uma ação militar na qual tentava tomar a principal prisão de presos políticos em Havana. Guevara faz parte dos 82 homens que partem para Cuba em 1956 com Fidel Castro e dos quais só 12 sobreviveriam.

É durante esse ataque que Che, após ser duramente violentado pelos rebeldes, larga a maleta médica por uma caixa de munição de um companheiro abatido, um momento que tempos depois ele iria definir como o marco divisor na sua transição de doutor a revolucionário.

Em seguida eles se instalam nas montanhas da Sierra Maestra de onde iniciam a luta contra o presidente cubano Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos.

Os rebeldes lentamente se fortalecem, com a ajuda da URSS, aumentando seu armamento e angariando apoio e o recrutamento de muitos camponeses, intelectuais e trabalhadores urbanos. Guevara toma a responsabilidade de médico revolucionário, mas, em pouco tempo, foi se tornando naturalmente líder e seguido pelos rebeldes.

Após a vitória dos revolucionários em 1959, Batista exila-se em São Domingos e instaura-se o regime comunista em Cuba, comandado por Fidel Castro.


Governo cubano

Che Guevara (direita) no aeroporto de Havana
(Havana - 14 de Março de 1965)Guevara, então braço direito de Fidel, torna-se um dos principais dirigentes do novo estado cubano: Embaixador, Presidente do Banco Nacional, Ministro da Indústria.

Che esteve oficialmente no Brasil em abril de 1961, quando foi condecorado pelo então Presidente Jânio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul. A outorga dessa condecoração foi o desfecho de uma articulação diplomática, iniciada pelo Núncio apostólico no Brasil, monsenhor Armando Lombardi, seguindo às instruções da Santa Sé, solicitando a ajuda do governo do Brasil para fazer cessar a perseguição movida contra a Igreja Católica em Cuba. Jânio Quadros solicitou a mediação de Che junto a Fidel. Guevara atendeu ao pedido de Jânio e concordou em ser o intermediário do apelo do Vaticano junto ao governo cubano. [2]

Em 1964 Ernesto Che Guevara representou oficialmente Cuba nas Nações Unidas, tendo pronunciado um discurso por ocasião da sua 19ª Assembléia Geral, em 11 de dezembro de 1964 [3]. Participou do Seminário Econômico de Solidariedade Afro-asiática entre 22 e 27 de fevereiro de 1965 em Alger. Nesse mesmo ano, Guevara, em sua função komitern, deixa Cuba para propagar os ideais da revolução cubana pelo mundo com ajuda de voluntários de vários países latino americanos.


Retorno à guerrilha e morte

Ele parte primeiramente para o Congo, na África (onde encontra-se com Kabila. Após o fracasso dos combates no Congo, parte para a Bolívia onde tenta estabelecer uma base guerrilheira para lutar pela unificação dos países da América Latina. Enfrenta dificuldades com o terreno desconhecido e em conquistar a confiança dos camponeses. É finalmente cercado e capturado em 8 de outubro de 1967 e executado no dia seguinte pelo soldado boliviano Mário Terán ,a mando do Coronel Zenteno Anaya, na aldeia de La Higuera. Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas sobre a identidade real do guerrilheiro, que utilizava documentos uruguaios falsos. A confusão estabelecida em torno do caso culminou no desaparecimento do seu corpo, que só foi encontrado trinta anos depois.

Em 1997 seus restos mortais foram encontrados por pesquisadores numa vala comum, junto a outras ossadas, na cidade de Vallegrande, a cerca de 50 Km de onde ocorreu a sua execução. Sua ossada estava sem as mãos, que foram amputadas (para servir como troféu) logo após a sua morte. Seus restos mortais foram transferidos para Cuba, onde em 17 de outubro deste mesmo ano são enterrados com honrarias de Estado na presença de membros da sua família e do líder cubano e antigo companheiro de revolução Fidel Castro.


Culto

A reprodução da imagem de Che Guevara em camisetas e pôsteres geralmente utiliza uma famosa pintura feita pelo artista plástico irlandês radicado nos EUA Jim Fitzpatrick a partir da foto tirada por Alberto Korda, divulgada pela Revista Paris Match [4], que se tornou a segunda imagem mais difundida da era contemporânea, atrás apenas de uma imagem de Jesus Cristo. A revista norte-americana Time incluiu Ernesto Che Guevara na sua lista das 100 personalidades mais importantes do século XX, na secção "Líderes e Revolucionários". [1] Na Argentina foi eleito o maior político argentino do século XX, obtendo 59,8% dos votos, em enquete feita por TV. [5]

A imagem do Che é mítica em toda a América Latina. Na localidade onde foi assassinado em 1967, ergue-se atualmente uma estátua em sua homenagem. Passou a ser conhecido na região como "San Ernesto de La Higuera" e é cultuado como santo pela população local. Sua imagem mítica, capturada por Korda e imortalizada no desenho de Fitzpatrick, surge nos locais os mais diversos: em anúncios do banco de investimentos luxemburguês Dexia [6], num retrato feito com folhas de coca meticulosamente sobrepostas [7] exibido no gabinete do presidente Evo Morales [8], em biquines da Companhia Marítima desfilados por Gisele Bündchen, em tatuagens no braço de Maradona e no peito de Mike Tyson [4].

O atual regime cubano ainda hoje homenageia Che Guevara, onde é objeto de veneração quase religiosa; as crianças nas escolas cantam: "Pioneros por el comunismo, Seremos como el Che". Seu mausoléu em Santa Clara atrai, todos os anos, milhares de visitantes, muitos dos quais estrangeiros [6].

Para os adversários de Che essa glorificação messiânica é injustificável. Relembram eles que, longe de ser um humanista, Che Guevara aprovou pessoalmente centenas de execuções sumárias pelo tribunal revolucionário de Havana. Ele mesmo escreveu: "As execuções são uma necessidade para o Povo de Cuba, e um dever imposto por esse mesmo Povo.". Os campos cubanos de trabalhos forçados de "reabilitação" foram uma criação sua. [6]


A trilha de Che - empreedimento turístico

Com um investimento de 610 mil dólares e um projeto trianual - que foi parcialmente financiado pela governo da Inglaterra através do seu Departamento de Desenvolvimento Internacional - o governo boliviano procura incentivar o turismo na região por onde Che Guevara passou, e onde encontrou sua morte. Para isso foi criada uma trilha turística, a "trilha de Che", que seguindo suas pegadas, inicia-se, por rodovia, em Santa Cruz de la Sierra, atravessa a localidade inca de Samaipata, e prossegue pelos vilarejos Vallegrande and La Higuera. Essa trilha turística busca levar o turismo internacional de massas a esse distante rincão das selvas bolívianas, aproveitando o mito Che Guevara. [9] [10]




O Wikimedia Commons possui multimídia sobre Che GuevaraO Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Che Guevara.

Observações

^ Segundo o escritor John Lee Anderson, Che Guevara terá nascido no dia 14 de Maio e não a 14 de Junho como consta de todas as biografias. Anderson cita como fonte uma das amigas da mãe de Che que lhe afirmou que à época do nascimento dele, sua mãe, Célia de la Serna, teve de adiantar a data em um mês porque ela havia se casado grávida e, se não o fizesse, sua família descobriria o seu segredo. No entanto, essa justificação não é totalmente convincente, uma vez que os pais de Guevara se casaram em Novembro de 1927, ou seja, sete meses antes do nascimento do filho, pelo que não se justificaria qualquer artifício.

Che Guevara foi capturado em 8 de outubro de 1967 (não no dia 9) e morto no dia seguinte. A pedido de Juan Coronel Quiroga, amigo pessoal do então ministro da defesa da Bolívia, as mãos de Ernesto Che Guevara foram cortadas, mantidas em formol e entregues a ele: "Por anos guardei as mãos de Che Guevara debaixo de minha cama, em um grande pote de vidro.(...)"[11]






Ver também

A famosa fotografia de Che Guevara
Trailer do documentário Personal Che, de Adriana Mariño e Douglas Duarte, que estreou em setembro de 2007 no Festival do Rio, You tube, douglasduarte.
DUARTE, Douglas. Che. Revista Piauí
SEOANE, María. Las manos del Che, historia secreta de cómo se confirmó su muerte en Bolivia. Buenos Aires: El Clarin, Clarín.com, 30 de outubro de 2005
 

Candido

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Excelente pesquisa amigo "miguel".

É importante mostrar à juventude homens assim, porque o mundo precisa cada vez mais das suas ideias.

Um Bom Ano

Abraço
 

Soul_on_Fire

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bhaaaa o comunismo nunca levou nenhum homem a bom porto nem nenhum pais ...
 

Catrau

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não seja tão radical em relação ao comunismo porque há varias maneiras de compreender o comunismo,o Che Guevara foi um grande lutador pelas classes desfavorecidas onde a sua classe(mulheres)ele tanto defendeu.
 

Nine Tails

GF Ouro
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O Marxismo que Che proporciona-nos mais que qualquer partido politico, religião ou princípio enrraísado! Comunismo utópico nunca levou nenhum país a bonança pois a ideia de criar um Paraíso num Universo repleto de Caos é uma tarefa daquilo a que chamamos " Divino" o Homem não tera capacidade para construir tal utopia. Os valores e o mito de Che são, sem duvida, a capacidade de acreditar naquilo que pensa e na força em que acredita. Usando palavras proferidas por ele mesmo:

" Numa revolução ou se triunfa, ou se é derrotado, se for verdadeira"
 

sabata

GF Ouro
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Parabéns.
Goste-se ou não, Che Guevara é mais que uma figura...um mito do século passado.
 
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