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As Artes

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Artes de Pesca Tradicionais do Baixo Guadiana


Tresmalho

tresmalho.jpg



Estas artes, vulgarmente designadas por Redes, são as mais utilizadas em todo o Guadiana devido a sua fácil manipulação e maior rentabilidade relativamente a outras artes.

O Tresmalho é constituído por três panos de rede rectangulares, sobrepostos. Os panos exteriores, de malhagem mais larga, são denominados de alvitanas e o pano do meio, de malhagem mais apertada, é denominado de miúdo. As dimensões dos tresmalhos variam de acordo com a espécie a que se dirigem.

Existem diferentes modos de operação com Tresmalho no Guadiana consoante as espécies a capturar e o local do Rio onde se pesca.
 

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Aparelho de Anzol

aparelho.jpg


O Aparelho de Anzol é também conhecido por palangre, anzoleiro ou espinel.

Depois do Tresmalho é a arte de pesca de maior importância em todo o Baixo Guadiana, particularmente em Alcoutim, Guerreiros do Rio, e Vila Real de Santo António. Esta arte é dirigida particularmente à enguia, capturando também barbos e robalos. Na foz, são igualmente capturados o linguado e o charroco. É uma arte utilizada durante todo o ano na foz e, irregularmente, noutras localidades do rio.

O aparelho de anzol é constituído por uma linha principal, a madre, à qual se encontram ligados os estralhos, linhas secundárias espaçadas em intervalos regulares e terminadas por um anzol iscado.
 

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Nassa Espanhola

nassa.jpg


As Nassas são dirigidas à enguia sendo utilizadas durante todo o ano nas margens do rio, em Mértola, Alcoutim, Laranjeiras e Guerreiros do Rio. As nassas antigas eram rígidas, feitas de vime, em forma de garrafa. Actualmente, as nassas são compradas em Espanha adquirindo, por isso, o nome de "Nassas Espanholas".

A "Nassa Espanhola" é constituída por um saco de rede, de pequena malhagem, montado num número variável de aros, cujo tamanho diminui de diâmetro da boca para o saco. Por vezes possuem uma ou duas asas laterais, com vista ao encaminhamento dos peixes para a entrada da armadilha. A nassa é fixada ao fundo por varas colocadas na extremidade do saco e nas extremidades das asas.

As nassas podem pescar em unidades isoladas ou em teia (conjunto de várias armadilhas). Antigamente as nassas eram iscadas com tremoço, sardinha, saboga e machinho. O peixe era atraído pelo isco para o interior da nassa de onde era incapaz de sair. Actualmente não é usado qualquer tipo de isco.
 

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Covo de Verga

covo.jpg


Trata-se de uma armadilha rígida (não desmontável), de formato cónico, que caiu em desuso no Guadiana. Era utilizada em Mértola e Penha d'Águia, durante o Inverno, para pescar barbos.

Esta armadilha consiste numa espécie de cesto comprido feito de verga, vime ou cana, com duas entradas e um endiche que orienta o peixe ao entrar e impede a sua saída. É fechado com uma rolha de cortiça com dois paus atravessados ou com uma tampa de vime. Distingue-se das nassas antigas (ver Nassas) por ter maiores dimensões (maior diâmetro e comprimento).

O Covo operava iscado com tremoço, junto à margem do rio, e com "pão de farelo" nas ribeiras, para capturar peixe miúdo. O peixe, atraído pelo isco para o interior do covo, era incapaz de sair, sendo assim capturado.
 

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Caneiro

caneiro.jpg


O Caneiro é uma Armadilha que se encontrava instalada, em permanência, a montante de Mértola, junto às represas de água dos moinhos dos Canais e da Brava. Os dois Caneiros foram desactivados em 1989 e 1991, respectivamente.

Estas armadilhas consistiam num conjunto de estacas, colocadas verticalmente sobre um pontão de pedra argamassado disposto perpendicularmente ao açude e entrelaçadas com ramos de loendro de modo a que um grosso caudal de água fosse canalizado no sentido do pontão. O peixe, uma vez encaminhado para o Caneiro, acabava por ficar retido na extremidade oposta, sobre-elevada e geralmente coberta por uma rede de pesca para evitar a fuga das enguias.

Este tipo de pesca era igualmente praticado nas ribeiras, utilizando-se engenhos de caniço, portáteis. O pescador amontoava algumas pedras no leito da ribeira para assim obrigar o peixe a entrar no caneiro de caniço.
 

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Tarrafa

tarrafa.jpg


A Tarrafa ou Chumbeira é uma Rede usada a montante de Mértola e nas ribeiras. Destina-se principalmente à captura de tainhas. A "tarrafa do rio" distingue-se da "tarrafa da ribeira" por ter um maior diâmetro e uma malha mais larga.

É uma rede circular de diâmetro variável orlada de chumbos redondos, ou "balas", colocados entre cada duas malhas, na extremidade inferior da manga (a "bolsa" ou "arrufo"). Esta manga possui uma malha mais apertada que a do pano e está disposta de modo a formar uma bolsa que servirá para reter o peixe durante a captura.

A Tarrafa tem um cabo (a "leia") amarrado no centro da rede que o pescador segura quando lança a arte, servindo-se do mesmo para a suspender e recolher, após a pesca.
 

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Tipos de Fisga

fisgas.jpg


A Fisga dirigida especialmente ao muge, no rio, e à lampreia, nas ribeiras (por exemplo, na Ribeira de Odeleite). A lampreia, no entanto, perde valor comercial quando é capturada com esta arte, pois perde muito sangue, que é utilizado na concepção de alguns pratos da gastronomia local.

Esta arte, muito selectiva, consiste numa espécie de arpão, com número variável de dentes (entre 10 e 20) barbelados, para evitar que o peixe se solte. Existem fisgas, feitas em ferro, de diferentes formas, sendo umas em "meia-lua" (mais antigas) e outras "direitas". O cabo é feito de cana ou de madeira e o seu comprimento depende da profundidade do local de pesca.

Esta pesca, realizada no Verão, é efectuada à noite e envolve, normalmente, uma embarcação e dois pescadores, um que conduz a embarcação e o outro que se coloca à proa, munido da fisga e de um candeio.
 

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Redisca

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A Redisca ou Chalrão é uma arte de pesca utilizada no Outono e Inverno, desde a foz até Alcoutim, na captura da Camarinha-branca, espécie utilizada como isco na pesca de anzol.

Consiste num pano de rede de malha muito reduzida, entralhado em duas canas que se cruzam delimitando um triângulo. A margem da rede que constitui o lado livre do triângulo é guarnecida de chumbos. A Redisca é operada por um homem que, em zonas pouco profundas, arrasta a arte a pé, mergulhando-a para a frente e segurando os extremos das canas.
 

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Arrasto de Cinta

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A Redisca ou Chalrão é uma arte de pesca utilizada no Outono e Inverno, desde a foz até Alcoutim, na captura da Camarinha-branca, espécie utilizada como isco na pesca de anzol.

Consiste num pano de rede de malha muito reduzida, entralhado em duas canas que se cruzam delimitando um triângulo. A margem da rede que constitui o lado livre do triângulo é guarnecida de chumbos. A Redisca é operada por um homem que, em zonas pouco profundas, arrasta a arte a pé, mergulhando-a para a frente e segurando os extremos das canas.
 

Candido

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Excelente apresentação e trabalho de pesquisa.

Obrigado pela partilha

Abraço
 
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