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Células solares orgânicas sem solventes são estáveis e eficientes

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Elas têm o difícil nome de células solares sensibilizadas por corante e também atendem pela sigla em inglês DSC ("Dye-Sensitized Solar Cells"). Mas são mais conhecidas por células solares orgânicas e seu princípio de funcionamento é comumente chamado de "fotossíntese artificial", porque imitam de certa forma a maneira como as plantas retiram energia da luz solar.
Desafios tecnológicos
As células solares DSC foram inventadas pela equipe do Dr. Michael Gratzel em 1991, e são tidas como uma das mais promissoras para a futura exploração da luz solar como fonte de eletricidade em larga escala. Desde que alguns problemas tecnológicos sejam resolvidos.
Mesmo sendo fáceis de se fabricar e com potencial para custar muito menos do que as células solares fotovoltaicas tradicionais, as células solares orgânicas utilizam solventes orgânicos altamente voláteis como eletrólito - o que essencialmente impossibilita seu uso prático devido à altíssima pressão do vapor gerado pelos solventes aquecidos.
Líquidos iônicos
Agora, a própria equipe do Dr. Gratzel encontrou uma solução para esse problema. Ele e seu colega Shaik Zakeeruddin utilizaram uma mistura de dois líquidos iônicos como eletrólito, em conjunto com um novo corante à base de rutênio, para criar uma célula solar DSC sem solvente.
Os líquidos iônicos tipicamente têm uma pressão de vapor igual a zero, o que os torna preferíveis mesmo em relação aos solventes orgânicos mais robustos e de baixa volatilidade.
Ânion inerte
Contudo, a alta viscosidade típica dos líquidos iônicos e o fato de que os mais promissores são compostos de íons de iodeto, vinha impedindo seu uso em células solares viáveis porque os íons de iodeto tendem a impactar negativamente a eficiência do processo de fotoconversão ao inibir a ação do corante sensibilizador.
O problema foi resolvido adicionando um ânion inerte a um líquido iônico de baixa viscosidade. A baixa viscosidade ajuda a superar o problema da transferência de massa, enquanto o ânion inerte contrabalança o efeito deletério dos ânios de iodeto.
Eficiência e estabilidade
As células solares resultantes apresentaram uma eficiência de conversão da luz solar em eletricidade de 7,6%, contra 11% das células solares DSC com solventes. Mais importante ainda, elas se mostraram estáveis a temperaturas de até 60 °C por mais de mil horas, o que abre a possibilidade de sua utilização prática mesmo nos dias mais quentes.
Novos desafios
Mesmo tendo avançado muito rumo à utilização práticas das células solares orgânicas, os pesquisadores deverão aumentar sua estabilidade, para que haja uma margem de tolerância que permita sua utilização segura.
Outro desafio é a substituição do rutênio, um elemento caro e que poderia anular um dos maiores benefícios desse tipo de célula solar, justamente o seu baixo custo de produção.
 
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