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Obesidade: Estudo de prevalência na população portuguesa

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Obesidade: Estudo de prevalência na população portuguesa é apresentado hoje; doença continua a aumentar
25 de Janeiro de 2008, 06:33

Lisboa, 25 Jan (Lusa) - A obesidade continua a aumentar em Portugal, segundo o Estudo da Prevalência da Obesidade em Portugal, liderado pela investigadora Isabel do Carmo, que será apresenatdo hoje.

A propósito do IX Congresso Português de Endocrinologia - que decorre em Lisboa até domingo domingo - serão hoje apresentados os resultados do Estudo da Prevalência da Obesidade em Portugal.

Em entrevista à Lusa, José Luís Medina, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e também director do serviço de Endocrinologia do Hospital de S. João, no Porto, afirmou que os dados do trabalho liderado por Isabel do Carmo revelam aquilo que "se anda a pregar há muito tempo, que a obesidade continua a aumentar".

Conforme adiantou, o estudo (no qual participou como co-autor) desenvolveu-se entre 2003 e 2005 e envolveu 8.116 pessoas, dos 18 aos 64 anos.

Nesta amostra, a investigação encontrou 2,4 por cento de pessoas com peso a menos (pessoas magras com risco de contrair doenças como a anorexia nervosa), 39,4 por cento com sobrecarga de peso - com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25 - e 14,2 por cento com obesidade (IMC igual ou superior a 30).

Para José Luís Medina, é urgente que Portugal adopte medidas de saúde pública "agressivas" para combater a obesidade.

A obesidade - resultante da acumulação excessiva de tecido gordo no corpo - é um dos principais factores de risco para o desenvolvimento de doenças que afectam milhões de pessoas, nomeadamente a hipertensão, diabetes, doença coronária ou acidente vascular cerebral.

"A obesidade é um problema de saúde pública", frisou Luís Medina, explicando que se trata de uma doença de "altíssima prevalência" e com possibilidades de cura "muito reduzidas".

De acordo com o especialista, um dos aspectos importantes do estudo que vai ser apresentado hoje é o facto de ter sido dada atenção à distribuição da gordura corporal.

Em termos de risco cardio-vascular, segundo o presidente da SPEDM, é importante avaliar a existência de gordura intra-abdominal.

Pela classificação da Federação Internacional de Diabetes, com o perímetro da cintura superior ou igual a 94 centímetros para os homens e 80 para as mulheres, associado a dois dos seguintes factores: diabetes, hipertensão arterial, triglicerídeos elevados e hdl (colesterol bom) baixo, existe alto risco para doença cardiovascular.

"Este estudo encontrou 45,6 por cento das pessoas com um aumento do perímetro da cintura o que é de facto surpreendente", adiantou.

Para o especialista, é sobretudo importante que as escolas e as cantinas ensinem e dêem comida saudável às crianças.

"Não podem ter doçaria. Não quer dizer que as crianças não possam comer, o que não podem é fazê-lo com a frequência que o fazem", reiterou Luís Medina, afirmando ser preocupante que a obesidade nas crianças tenha vindo a subir para níveis muito elevados e que os pais não tenham essa percepção.

"Começamos a ter crianças com diabetes de tipo 2, tradicionalmente uma diabetes do adulto, precisamente pela relação entre a diabetes e a obesidade", exemplificou.

Depois, disse, "é preciso conjugar o incentivo à actividade física, com a adopção de uma alimentação equilibrada e pobre em calorias".

"Desincentivar o uso excessivo do carro. Comer melhor e fazer mais exercício. Andar a pé. O elevador é para subir não é para descer", aconselhou o especialista, referindo que as crianças poderão ser veículos importantes nesta matéria de educação alimentar.

"Se aprenderem na escola, as crianças vão chegar a casa e dizer: ó pai não devias comer isso", concluiu.

ICO/MP.

Lusa/Fim
 
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