• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

D. João da Câmara: o Dramaturgo

Grunge

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Ago 29, 2007
Mensagens
5,124
Gostos Recebidos
0
D. João da Câmara: o Dramaturgo


Esta semana a Hemeroteca Municipal dá prosseguimento ao programa com que assinala o centenário da morte de D. João da Câmara (1852-1908).

No Átrio da Hemeroteca está patente uma Mostra que reúne peças - documentos, livros e periódicos - provenientes, na sua maioria, das colecções da Hemeroteca e das Bibliotecas Municipais de Lisboa, às quais se associaram alguns objectos pessoais cedidos pela família do dramaturgo. A Mostra manter-se-á até ao fim do mês.

Através da Hemeroteca Digital estão também acessíveis uma série de recursos informativos relacionados com esta efeméride como, textos do autor, uma nota biográfica, os livros que os investigadores e leitores poderão encontrar nas bibliotecas municipais de Lisboa de e sobre D. João da Câmara, entre outras informações consideradas interessantes para curiosos e investigadores, como sites e blogs que se debruçam sobre a vida e a obra de D. João da Câmara. Um manancial de dados e informações, recolhido e organizado a pensar num amplo espectro de público, desde o curioso auto-didacta, ao investigador.

D. João Gonçalves Zarco da Câmara nasceu em 1852. Desde muito cedo cultivou as letras, como atesta o drama O Diabo, escrito ainda quando era aluno do Colégio de Campolide. Depois de uma passagem por Lovaina (Bélgica), matriculou-se na Escola Politécnica de Lisboa. A sua estreia como autor dramático, no Teatro D. Maria, aconteceu com a comédia em 1 acto Ao pé do Fogão. Terminado o curso no Instituto Industrial, foi encarregado de vários trabalhos ferroviários, o que lhe valeu, em 1900, a nomeação para chefe de repartição dos caminhos-de-ferro ultramarinos. Pelo meio, dedicou-se às suas grandes paixões, o teatro, a poesia e o jornalismo: em 1888, escreveu o monólogo Os Gatos; dois anos depois, em 1890, terá um êxito estrondoso no D. Maria com D. Afonso VI, um drama em 5 actos e em verso; seguir-se-ão muitas outras peças, com destaque para Os Velhos, em 3 actos, (1893), O Pântano, 4 actos (1894), A Toutinegra Real, 3 actos (1895), O Beijo do Infante (1898), Rosa Enjeitada, 6 actos (1901). De colaboração com Gervásio Lobato, escreveu a comédia Os Anos da Menina, em 1892, e, com música de Ciríaco Cardoso, as operetas em 3 actos: O Burro do Sr. Alcaide, (1891), Cocó, Reineta e Facada (1893), O Testamento da Velha (1894), entre outras. Da colaboração com Gervásio Lobato e Lopes de Mendonça, escreveu a farsa Zé Palonso (1891); com Eduardo Schwalbach, O João das Velhas (1901); com este e Lopes de Mendonça, Moura Cabral, Batalha Reis e Fernando Caldeira, a farsa O Burro em Pancas (1892). Foi ainda autor dos romances históricos El-Rei, e O Conde de Castelo Melhor, e d?O Livro de leitura para as escolas de instrução primária, juntamente com Raul Brandão e Maximiliano de Azevedo. Destacou-se ainda como jornalista, em prosa e em verso, deixando colaboração valiosíssima na revista O Ocidente, onde substituirá Gervásio Lobato. Foi ainda professor de arte dramática no Conservatório de Lisboa, e membro da Academia Real das Ciências. Morreu no dia 2 de Janeiro de 1908.

-----------

Abraço
 
Topo