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Maria de Medeiros nomeada «Artista da UNESCO para a Paz»

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Maria de Medeiros nomeada «Artista da UNESCO para a Paz»

A actriz Maria de Medeiros foi nomeada «Artista UNESCO para a Paz» e é a primeira portuguesa a alcançar tal distinção, anunciou hoje o governo português.

A nomeação pretende tirar partido da «visibilidade, carisma, qualidade artística, polivalência, sensibilidade e empenho nas grandes causas do mundo contemporâneo demonstrados por Maria de Medeiros» para difundir os valores e as iniciativa da UNESCO junto do público português e internacional, diz um comunicado do ministério português dos negócios estrangeiros.

«É sem dúvida uma grande honra para mim. Foi uma surpresa quando me contactaram, mas sinto um grande orgulho e também uma grande responsabilidade», declarou Maria de Medeiros à agência Lusa.

«Estou seguro de que Maria de Medeiros valorizará e dignificará os altos valores da UNESCO em domínios tão diversos como a promoção da criatividade, das artes vivas, das indústria culturais e da educação artística», afirmou o director-geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, que presidirá à cerimónia de nomeação, a 17 de Março em Paris.

Sobre este reconhecimento do seu percurso artístico e humano, a artista afirmou que «todo o trabalho artístico é naturalmente orientado para a paz».

Maria de Medeiros explicou à Lusa a sua adesão ao novo «papel» que interpretará para a UNESCO (onde já estiverem artistas como Gilberto Gil, Joaquin Cortés, Céline Dion ou Shirley Bassey), reconhecendo que «a cultura, a educação e a paz são valores fundamentais, a que uma pessoa adere automaticamente».

O maestro António Vitorino de Almeida, pai de Maria de Medeiros, foi informado pela agência Lusa sobre esta nomeação e admite tratar-se da «escolha acertada».

«É alguém profundamente interessada nos problemas portugueses, na cultura portuguesa», contou à Lusa o maestro, sublinhando a convicção «política mas não partidária» da filha.

«Não tem qualquer submissão partidária, é apaixonada e independente», contou Vitorino de Almeida.

A primeira portuguesa a ser nomeada «Artista UNESCO para a Paz» considera que esta distinção pode contribuir para dar maior visibilidade à arte e aos artistas portugueses: «É uma grande esperança que tenho e vou trabalhar nesse sentido».

«Não nos faltam artistas - temos em Portugal um grande potencial artístico. Falta é uma política de promoção destes artistas», sublinhou Maria de Medeiros.

Também Vitorino de Almeida aproveitou o momento para valorizar as expressões artísticas portuguesas e criticar a actual reforma do ensino artístico proposta pela ministra da educação: «a arte em Portugal tem de lutar por si própria contra esta tirania destrutiva da cultura».

A actriz, que recebeu o apoio do governo e que terá a companhia de João Cravinho, secretário de estado dos negócios estrangeiros, na cerimónia de nomeação, elogiou para já a promoção da educação artística que Portugal tem defendido no âmbito da UNESCO.

«O governo português propõe não só a presença das artes na educação mas uma educação pela arte, que tem efeitos muito positivos», explicou Maria de Medeiros à Lusa.

Considerada uma das melhores actrizes portuguesas da sua geração, Maria de Medeiros vive em Paris, onde estudou filosofia e teatro e onde tem participado num grande número de peças e filmes.

Protagonizou nos anos 90 grandes produções norte-americanas: foi Anaïs Nin em Henry & June (1990), de Philip Kaufman, e mulher de Bruce Willis em Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino.

Multipremiada como actriz («Três Irmãos» (1994), de Teresa Villaverde, por exemplo, valeu-lhe os Prémios de Melhor Actriz nos Festivais de Veneza, Valência e Cancun), Maria de Medeiros é também uma realizadora de sucesso, reconhecida internacionalmente por «Capitães de Abril», de 1999.

Depois de ter cantado várias vezes ao longo da carreira de actriz, estreou-se no final do ano passado na indústria musical com «A Little More Blue», álbum onde canta, em português, francês e inglês, temas de artistas como Chico Buarque ou Gilberto Gil.

O próprio grupo de jazz de Maria de Medeiros terá a seu cargo o encerramento da cerimónia de 17 de Março em Paris, com um concerto alusivo à paz.
 
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