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Museu de Portalegre inicia obras de requalificação em Maio - Vereador

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Museu de Portalegre inicia obras de requalificação em Maio - Vereador

As obras de remodelação do Museu Municipal de Portalegre tendo em vista a sua requalificação e integração na Rede Portuguesa de Museus vão iniciar-se em Maio, disse hoje à Lusa o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Portalegre.

Actualmente encerrado ao público, o Museu situado junto à Sé, apresenta uma colecção variada de objectos de arte, nomeadamente sacra, e uma valiosa colecção de 700 peças alusivas a Santo António. "As obras orçadas em 1,2 milhões de euros vão iniciar-se em Maio. O projecto da responsabilidade de Teresa Nunes da Ponte está já aprovado", disse José Polainas.

O Museu funciona neste edifício, uma casa nobre do século XVI, desde 1959. Tem sido alvo de várias obras, nomeadamente em 1965 quando recebeu "valiosas doações". Em 1982, com a saída da Biblioteca Municipal do primeiro piso alargou o seu espaço de exposição. "Agora trata-se de o requalificar e preencher os requisitos necessários para integrar a Rede Portuguesa de Museus", acrescentou o vereador.

José Polainas aposta numa "requalificação" não só do Museu Municipal como também da Casa-Museu José Régio, com um projecto de obras e de um núcleo cultural que se instalará no actual Convento de S. Francisco, cuja gestão foi cedida pelo IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) á autarquia.

As obras decorrem na zona do convento e igreja tendo sido descoberta recentemente um troço de muralha do século XIV o que "obrigará à reformulação do projecto, tendo em vista a sua preservação". "No projecto aquela área destinava-se a esplanadas, o que não irá acontecer, havendo necessidade de reformular o projecto inicial, da responsabilidade de Silva Gomes, tendo em vista a sua preservação", afirmou José Polainas.

Situado junto do Centro de Artes e Espectáculos e próximo da Casa-Museu José Régio a proposta de Polainas é tornar o convento e igreja - já sem culto - "um núcleo cultural dinamizador" onde se poderá vir a instalar o Centro de Estudos Regianos, uma área de exposição das Tapeçarias de Portalegre, e parte da Colecção Sequeira, recentemente adquirida por 250.000 euros. Esta colecção, constituída por 7.000 peças, entre elas, um conjunto significativo de cerca de 300 crucifixos, "está a ser estudada, inventariada e expurgada, para ser exposta nesta zona". "Iremos expor apenas uma parte desta colecção ainda este ano, nomeadamente os crucifixos", disse o vereador.

A vinda para este núcleo das Tapeçarias de Portalegre, que se caracterizam por um ponto diferente do chamado "ponto francês", actualmente instaladas num casa senhorial, justifica-se pela proximidade com o edifício da Manufactura onde são tecidas "O actual Museu da Tapeçaria Guy Fino, será transferido para esta área, dada a proximidade com a Manufactura de Portalegre e que permitirá até visitas guiadas, permitindo ver 'in loco' a feitura das tapeçarias", explicou Polainas.

A Tapeçaria de Portalegre tornou-se mundialmente conhecida quando em 1958 as suas tecedeiras foram consideradas as melhores do mundo, precisamente dez depois de apresentada a primeira tapeçaria a partir de um cartão de João Tavares e que hoje se encontra exposta no Castelo da cidade. A história das Tapeçaria de Portalegre começou em 1946 por iniciativa de Guy Fino e do seu sócio Manuel Celestino Peixeiro, todavia só em 1952 obtém o reconhecimento internacional atestado por técnicos franceses e belgas apontados na época como "especialistas".

O veredicto foi dado quando observaram uma tapeçaria realizada a partir de uma tapeçaria de Guilherme Camarinha. Todavia o "veredicto final" foi dado seis anos mais tarde pelo renovador da tapeçaria francesa, Jean Lurçal. Ao ser apresentado a Lurçal duas tapeçarias, uma que oferecera à mulher de Guy Fino e outra, uma cópia desta que Fino mandara fazer, o especialista francês escolher a realizada em Portalegre. "Foi lançada a fama da nossas tapeçarias", sublinhou Polainas. Quanto ao espaço onde actualmente funciona o Museu, Polaina afirmou "que poderá ser museolizado com um exemplo de uma casa senhorial do século XVIII".

Quanto ás obras de remodelação da Casa-Museu José Régio, Polainas afirmou "que não há datas para já" dado o volume de obras que o seu pelouro gere. "Neste momento tenho em obra no meu pelouro da Cultura cinco milhões de euros", disse Polainas, referindo que para tal tem contado com as candidaturas aos vários programas da União Europeia, através da Fundação Robinson, tutelada em mais de 50% pela autarquia e da qual é presidente. Polainas sublinhou o papel da Fundação na "dinamização cultural da cidade", tendo sido "fulcral" para a recente compra em leilão das cartas de José Régio em parcria com a edilidade de Vila do Conde. "As cartas serão todas digitalizadas para estarem disponíveis aos investigadores e público em geral e estudas", quanto ao seu depósito serão divididas, ficando metade à guarda de cada autarquia.

O Centro de Estudos Regianos é uma possibilidade mas até à sua concretização ficarão na Biblioteca Municipal, adiantou Polainas.
 
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