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Sem financiamento privado não haveria festival há muito - Mário Dorminsky
O director do Fantasporto, Mário Dorminsky, afirmou hoje, no Porto, que "o que vale é que 80 por cento do financiamento do festival é assegurado por privados, se dependesse do Estado, há muito que ele teria terminado".
No dia em que termina a 28ª edição do festival, com a exibição, em antestreia, do filme "The Mist", de Frank Darabont, no Rivoli Mário Dorminsky preferiu, em vez de fazer o habitual balanço do certame, comentar a atitude do Ministério da Cultura e do Instituto do Turismo quanto ao apoio aos festivais de cinema nacionais.
"Francamente não se compreende o posicionamento do Estado ante o Fantasporto e os principais festivais de cinema em Portugal, os que de facto têm impacto internacional. Em vez de os apoiar, para os fortalecer, corta-lhes subsídios para apoiar festivais locais sem qualquer expressão que se limitam a passar uns DVD's", afirmou aquele responsável.
Mário Dorminsky inclui neste grupo, além do Fantasporto, o Festival Internacional de Curtas Metragens de Vila do Conde, o Cinanima, de Espinho, o Festival Indy Lisboa, o Festival Internacionald e Cinema Documental de Lisboa e o Festival Internacional de Cinema de Tróia.
Sustenta que, como o montante destinado ao apoio do estado aos festivais de cinema nacionais se mantém fixo nos 750 mil euros, o ICA é obrigado a cortar os apoios aos festivais consagrados para apoiar novos festivais que vão aparecendo um por todo o lado.
"Indirectamente, acabamos por ser nós a subvencionar estes novos festivais, porque é aos consagrados que retiram as verbas que dão aos novos certames. Não faz sentido", considera Mário Dorminsky.
O director do Fantasporto considera que o novo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, não veio mudar nada.
"O ministro da Cultura começou mal logo ao declarar, após ter tomado posse, que não tem dinheiro. Então se sabe que não tem dinheiro, porque é que aceitou o cargo? Não se entende!" afirmou Mário Dorminsky.
Logo a seguir à posse do novo ministro, a direcção do Fantasporto solicitou a intervenção de José Sócrates no sentido de desbloquear as parcerias entre a Cinema Novo, organizadora do festival, e os institutos do Turismo (IT) e do Cinema e Audiovisuais (ICA).
Pretendia a Direcção do Fantasporto o desbloqueamento da parceria do festival com o ICA e com IT, porque, até então, com o festival já no seu quarto dia, não tinha recebido qualquer resposta oficial daqueles organismos especificando qual o apoio a conceder ao festival.
No caso do ICA, a Direcção do Fantasporto pretende que a verba de apoio ao evento seja, "pelo menos igual à atribuída nos últimos anos ao Festival".
Este ano houve uma redução da verba de apoio ao Fantasporto, que tem um orçamento de quatro milhões de euros, que desceu dos habituais 150 mil euros para os 120.
"Todo o apoio é bem vindo, não estamos em posição de recusar nada, mas consideramos esta redução desprestigiante para o Fantasporto que está entre os principais festivais de cinema do mundo", afirmou.
O gabinete do primeiro-ministro acusou a recepção da carta, que terá merecido a "melhor atenção" do chefe do Governo, que determinou o seu reenvio para os gabinetes dos ministros da Economia (que tutela o IT) e da Cultura (responsável pelo ICA).
O IT respondeu dias mais tarde confirmando um apoio de 50 mil euros, um décimo da verba inicialmente prometida por aquele organismo, que considera o Fantasporto como uma das marcas nacionais que leva o nome de Portugal ao exterior e que usa a imagem do festival portuense nas suas campanhas externas.
"Para quem estava à espera de uma parceria de 500 mil euros, anunciada pelo próprio IT, os 50 mil euros são mais ou menos como engolir um elefante vivo", considerou Mário Dorminsky.
O Ministério da Cultura limitou-se a referir, numa carta qualificada por Mário Dorminsky como "surrealista", que é ao ICA que compete tratar este assunto.
"O senhor ministro parece não ter-se dado conta que eu estava a dirigir-me a ele precisamente porque não tinha resposta do ICA, organismo pelo qual é politicamente responsável", disse Mário Dorminsky.
Tudo isto é interpretado por Mário Dorminsky de forma negativa.
"Das duas uma, ou é uma falta de respeito por um festival de grande impacto internacional que está aqui que está há 28 anos, o que é grave, ou se trata de puro desleixo e ignorância, o que não é menos grave", considerou.
O director do Fantasporto considerou que, com esta atitude "o ministro transferiu as suas competências para o ICA e lavou as suas mãos. Demitiu-se das suas responsabilidades".
Para Dorminsky, esta atitude mostra também que este governo não tem como prioridade o desenvolvimento integrado das indústrias do turismo e da cultura, que é pedra angular das políticas para estes sectores em todos os países europeus.
"Estamos há 28 anos a fazer o festival que é hoje uma marca forte a nível internacional, enquanto os ministros da Cultura vão passando uns atrás dos outros, já lidámos com pelo menos 16 ministros diferentes desde que aqui estamos", concluiu o director do Fantasporto.
Não há ainda números finais quanto a bilhetes vendidos, porque o festival, cujo programa inclui a exibição de 357 filmes em 527 sessões de cinema, só termina domingo, mas a organização espera atingir os 65 mil espectadores pagantes.
A estes, somam-se ainda os lugares reservados a convidados e jornalistas nacionais e estrangeiros e ainda os destinados aos patrocinadores, o que deverá atingir um total de 90 mil espectadores.
Mário Dorminsky sublinhou que as modificações introduzidas na Grande Auditório do Rivoli, devido ao espectáculo musical "Música no Coração" de Filipe La Féria, diminuíram a sua capacidade em 170 lugares, pelo que em vez de 900, o Rivoli tem este ano apenas 730 lugares.
O director do Fantasporto, Mário Dorminsky, afirmou hoje, no Porto, que "o que vale é que 80 por cento do financiamento do festival é assegurado por privados, se dependesse do Estado, há muito que ele teria terminado".
No dia em que termina a 28ª edição do festival, com a exibição, em antestreia, do filme "The Mist", de Frank Darabont, no Rivoli Mário Dorminsky preferiu, em vez de fazer o habitual balanço do certame, comentar a atitude do Ministério da Cultura e do Instituto do Turismo quanto ao apoio aos festivais de cinema nacionais.
"Francamente não se compreende o posicionamento do Estado ante o Fantasporto e os principais festivais de cinema em Portugal, os que de facto têm impacto internacional. Em vez de os apoiar, para os fortalecer, corta-lhes subsídios para apoiar festivais locais sem qualquer expressão que se limitam a passar uns DVD's", afirmou aquele responsável.
Mário Dorminsky inclui neste grupo, além do Fantasporto, o Festival Internacional de Curtas Metragens de Vila do Conde, o Cinanima, de Espinho, o Festival Indy Lisboa, o Festival Internacionald e Cinema Documental de Lisboa e o Festival Internacional de Cinema de Tróia.
Sustenta que, como o montante destinado ao apoio do estado aos festivais de cinema nacionais se mantém fixo nos 750 mil euros, o ICA é obrigado a cortar os apoios aos festivais consagrados para apoiar novos festivais que vão aparecendo um por todo o lado.
"Indirectamente, acabamos por ser nós a subvencionar estes novos festivais, porque é aos consagrados que retiram as verbas que dão aos novos certames. Não faz sentido", considera Mário Dorminsky.
O director do Fantasporto considera que o novo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, não veio mudar nada.
"O ministro da Cultura começou mal logo ao declarar, após ter tomado posse, que não tem dinheiro. Então se sabe que não tem dinheiro, porque é que aceitou o cargo? Não se entende!" afirmou Mário Dorminsky.
Logo a seguir à posse do novo ministro, a direcção do Fantasporto solicitou a intervenção de José Sócrates no sentido de desbloquear as parcerias entre a Cinema Novo, organizadora do festival, e os institutos do Turismo (IT) e do Cinema e Audiovisuais (ICA).
Pretendia a Direcção do Fantasporto o desbloqueamento da parceria do festival com o ICA e com IT, porque, até então, com o festival já no seu quarto dia, não tinha recebido qualquer resposta oficial daqueles organismos especificando qual o apoio a conceder ao festival.
No caso do ICA, a Direcção do Fantasporto pretende que a verba de apoio ao evento seja, "pelo menos igual à atribuída nos últimos anos ao Festival".
Este ano houve uma redução da verba de apoio ao Fantasporto, que tem um orçamento de quatro milhões de euros, que desceu dos habituais 150 mil euros para os 120.
"Todo o apoio é bem vindo, não estamos em posição de recusar nada, mas consideramos esta redução desprestigiante para o Fantasporto que está entre os principais festivais de cinema do mundo", afirmou.
O gabinete do primeiro-ministro acusou a recepção da carta, que terá merecido a "melhor atenção" do chefe do Governo, que determinou o seu reenvio para os gabinetes dos ministros da Economia (que tutela o IT) e da Cultura (responsável pelo ICA).
O IT respondeu dias mais tarde confirmando um apoio de 50 mil euros, um décimo da verba inicialmente prometida por aquele organismo, que considera o Fantasporto como uma das marcas nacionais que leva o nome de Portugal ao exterior e que usa a imagem do festival portuense nas suas campanhas externas.
"Para quem estava à espera de uma parceria de 500 mil euros, anunciada pelo próprio IT, os 50 mil euros são mais ou menos como engolir um elefante vivo", considerou Mário Dorminsky.
O Ministério da Cultura limitou-se a referir, numa carta qualificada por Mário Dorminsky como "surrealista", que é ao ICA que compete tratar este assunto.
"O senhor ministro parece não ter-se dado conta que eu estava a dirigir-me a ele precisamente porque não tinha resposta do ICA, organismo pelo qual é politicamente responsável", disse Mário Dorminsky.
Tudo isto é interpretado por Mário Dorminsky de forma negativa.
"Das duas uma, ou é uma falta de respeito por um festival de grande impacto internacional que está aqui que está há 28 anos, o que é grave, ou se trata de puro desleixo e ignorância, o que não é menos grave", considerou.
O director do Fantasporto considerou que, com esta atitude "o ministro transferiu as suas competências para o ICA e lavou as suas mãos. Demitiu-se das suas responsabilidades".
Para Dorminsky, esta atitude mostra também que este governo não tem como prioridade o desenvolvimento integrado das indústrias do turismo e da cultura, que é pedra angular das políticas para estes sectores em todos os países europeus.
"Estamos há 28 anos a fazer o festival que é hoje uma marca forte a nível internacional, enquanto os ministros da Cultura vão passando uns atrás dos outros, já lidámos com pelo menos 16 ministros diferentes desde que aqui estamos", concluiu o director do Fantasporto.
Não há ainda números finais quanto a bilhetes vendidos, porque o festival, cujo programa inclui a exibição de 357 filmes em 527 sessões de cinema, só termina domingo, mas a organização espera atingir os 65 mil espectadores pagantes.
A estes, somam-se ainda os lugares reservados a convidados e jornalistas nacionais e estrangeiros e ainda os destinados aos patrocinadores, o que deverá atingir um total de 90 mil espectadores.
Mário Dorminsky sublinhou que as modificações introduzidas na Grande Auditório do Rivoli, devido ao espectáculo musical "Música no Coração" de Filipe La Féria, diminuíram a sua capacidade em 170 lugares, pelo que em vez de 900, o Rivoli tem este ano apenas 730 lugares.