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Comboio polui menos do que o avião, mas é este que beneficia de isenções fiscais

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Quando o TGV é o não poluidor pagador
Comboio polui menos do que o avião, mas é este que beneficia de isenções fiscais

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“As vantagens do transporte ferroviário para o desenvolvimento sustentável são óbvias, mas não o são as politicas fiscais”. Quem o diz é o presidente da UNIFE (União das Industrias Ferroviarias), Andr’e Navarri, que contesta o facto dos passageiros dos comboios terem de pagar IVA na compra de um bilhete, ao contrário dos passageiros dos aviões, cujas companhias estão isentas.

“Os operadores ferroviários pagam IVA e repercutem-no no preço dos bilhetes, mas as companhias aéreas não. E o mesmo acontece nos combustíveis: os comboios a diesel pagam impostos sobre o fuel, mas as companhias aéreas não pagam taxas sobre o combustível”. Andre Navarri desafia, por isso, a Comissão Europeia a introduzir uma politica de verdade na concorrência entre os modos de transporte, tanto mais que tem sido o caminho-de-ferro, e em particular com a alta velocidade, que mais tem contribuído para a redução da emissão de dióxido de carbono.

Os números apresentados durante o Eurailspeed, o 6 Congresso Mundial de Alta Velocidade, que termina hoje em Amesterdão, mostram que um TGV emite quatro quilos de CO2 por cada 100 passageiros-quilómetros transportados, ao passo que essa cifra é de 14 quilos num automóvel e de 17 no avião. Por outro lado, a quantidade de litros de gasolina necessários para transportar cem passageiros por quilómetro é de 2,5 no TGV, seis no automóvel e sete no avião.

Daí a tese, defendida no congresso, do importante contributo da alta velocidade para o desenvolvimento sustentável que deverá levar as pessoas a olhar para o modo ferroviário não só como o modo de transporte mais seguro e mais rápido, como também o mais amigo do ambiente. E daí, também, a curva ascendente do numero de linhas de grande velocidade que tem vindo a ser construídas no mundo inteiro e que atingem este ano a fasquia dos 10 mil quilómetros. Este valor, porém, deverá duplicar nos próximos quatro anos.

Hubert du Mesnil, presidente da RFF (Rede Ferroviária Francesa) diz que “a grande velocidade não deve ser sinónimo de endividamento” a partir do momento em que parcerias público-privadas permitem partilhar riscos e acelerar projectos que, cada vez mais são aceites e desejados pela opinião publica.

A própria SNCF (operadora ferroviária francesa, homologa da CP) construiu um eco-simulador que pôs no seu site onde as pessoas podem comparar o preço, o tempo de percurso e a emissão de CO2 numa viagem entre duas cidades para quatro modos de transporte – TGV, companhia aérea, low coast e o automóvel. Do ponto de vista da mobilidade sustentável as diferenças são brutais a favor do comboio. Mas a Air France e a Britihs Airways não gostaram e meteram a SNCF em tribunal alegando que era publicidade enganosa. Os números, porém, estavam certos porque foram fornecidos pela Ademe, a agência governamental francesa para a promoção da economia de energia, e o tribunal deu razão a SNCF. O simulador pode ser encontrado em www.voyages-scnf.com.


(O PÚBLICO viajou a convite da Bombardier)
Carlos Cipriano, em Amesterdão
Publico PT
 
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