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Consciência ecológica

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Consciência ecológica

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura FAO, instituiu o Dia Mundial da Florestal com o objectivo de sensibilizar as populações para a importância da floresta na manutenção da vida na terra.
Na Região o Dia Mundial da Floresta tem-se comemorado com enorme participação e entusiasmo por parte da população, principalmente da população escolar, mas também de instituições públicas e particulares, nomeadamente da parte do Governo Regional, câmaras municipais, juntas de freguesia, clubes e associações ligadas à natureza e à ecologia.

Mas sem menosprezar a importância de todo e qualquer contributo nesta área, o que mais me agrada é ver a adesão e entusiasmo que a população escolar, professores e alunos, têm vindo a dedicar a este Dia, com acções de plantações de árvores, trabalhos alusivos à efeméride e acções de sensibilização da população em geral, que em muito vêm contribuindo para a consciência ecológica dos madeirenses e cujos frutos são sobejamente perceptíveis.

A adesão a estas comemorações na Região nos últimos anos, tem sido de tal ordem, que houve necessidade de prolongar as comemorações, a fim de que os serviços públicos que apoiam estas iniciativas pudessem satisfazer todas as solicitações.

Assim sendo, este ano houve necessidade de prolongarem-se o calendário das iniciativas por mês e meio, sendo que estas decorrem desde 4 de Março e prolongaram-se pelas duas primeiras semanas deste mês para que todas as solicitações fossem satisfeitas.

Estas iniciativas envolveram um total de 2.500 alunos participantes, sem contar com as visitas às exposições, representando cerca de seis dezenas de escolas e instituições, números que demonstram o alcance destes eventos.
Os temas tratados são muito variados dos quais destaco:

Visitas guiadas a espaços florestais e ou espaços de grande alcance pedagógico âmbito da fauna e flora, como o Jardim Botânico e parques florestais;
Palestras sobre a fauna e flora da Madeira;
Palestras sobre multifuncionalidade da floresta e sua composição.
A floresta e as alterações climatéricas;
Plantação de árvores em espaços ajardinados públicos e em espaços florestais;
Actividades lúdico - didácticas nos espaços florestais;
Percursos didácticos subordinado ao tema “um dia na floresta”.

Bastante significativo é o facto de nos pedidos de apoio especializado nestas iniciativas, serem solicitadas inúmeras palestras versando, temas no sentido de sensibilizar e alargar os conhecimentos dos participantes dando especial ênfase à importância dos espaços florestais na sua multifuncionalidade dos seus usos e funções e para a responsabilidade colectiva no que diz respeito à sua protecção e valorização.

Esta postura é a demonstração inequívoca que a população escolar, estão no caminho certo, pois que interiorizaram correctamente a melhor maneira de proteger o nosso património florestal de uma forma sustentada, ou seja, sem excluir o homem destes espaços e mesmo deles retirando proveito, agir de tal forma de modo a preservá-lo e até beneficiá-lo sempre que possível.
Nestas questões, tem-se como adquirido que “só se ama aquilo que se conhece”, e que a melhor forma de levar as pessoas a preservar a floresta é conhecendo-a, ou seja, “conhecer para preservar”, e portanto, a melhor maneira de incutir o gosto pela preservação da floresta é conhecendo-a na sua composição e riqueza, sua relação com o meio ambiente e sua importância na qualidade de vida no nosso meio. Todas estas actividades e o entusiasmo e interesse pelo tema, constitui também a demonstração cabal da consciência cívica e sensibilidade ecológica que os madeirenses vêm assimilando, em que professores e alunos têm tido um papel fundamental.
Demonstra também que nesta área, na Região cumpre-se escrupulosamente o estabelecido na Lei de Bases do Sistema Educativo, que consagra, como Princípios Gerais da Educação, o desenvolvimento pleno e harmonioso dos indivíduos e a formação de cidadãos solidários e empenhados na transformação progressiva do meio.

Merece especial destaque o trabalho desenvolvido pela Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais, através da Direcção Regional das Florestas, que para além da cedência de milhares de árvores, coordena e executa um trabalho extraordinário nestas comemorações, nomeadamente na disponibilização de meios e técnicos cientificamente bem preparados para junto das escolas e outras instituições, divulgarem conhecimentos sobre este assunto.

Mas é com as pessoas de boa vontade que podemos contar, uma vez que existem alguns, que a propósito da preservação da natureza, não fazem mais do que servir-se dela para subir na vida, tornar-se pessoas conhecidas ou mesmo fazer carreira, quantas vezes de forma demagógica, fundamentalista, e às vezes desonesta, que em vez de vir em benefício da consciência ecológica da população, apenas motivam reacções contrárias, estragando todo o trabalho que as pessoas que andam nestas lides pensando apenas na preservação da natureza, vejam o seu trabalho pelo menos parcialmente estragado por aqueles que apenas querem servir-se dela em proveito próprio e a qualquer preço.

A consciência cívica e ecológica e a realidade do estado geral de conservação e até de crescimento da área florestal nesta Região, contrasta de forma inequívoca com o discurso daqueles que tentam passar a ideia absolutamente peregrina, que em termos ambientais e especificamente no âmbito da defesa do nosso património florestal, reina o caos, está tudo destruído, há um desleixo total, enfim, por vezes parece assistir-se a um filme de terror nesta área na Madeira, mas que felizmente nada tem a ver com a realidade como todos os indicadores o demonstram.
Aliás, só quem está de má fé ou não conhece a realidade regional é que poderá assim pensar.

A realidade é que a Região tem de longe a legislação mais rigorosa e restrita da gestão dos espaços florestais do país, que os protege das arbitrariedades dos menos cautelosos ou menos conscientes; tem mais e melhores condições nos espaços de fruição pública ao dispor de toda a população em áreas florestais; tem a maior área de floresta natural e de conservação em termo relativos a nível nacional, e tem também a única área florestal nacional classificada com o mais alto estatuto reconhecido em termos nacionais e, o que é mais importante, pelas maiores autoridades mundiais nesta matéria, ou seja, a UNESCO, ao elevar a Floresta Laurissilva a Património Mundial Natural, e o Conselho da Europa ao declarar a floresta natural da Madeira Habitat Prioritário, integrando-a na sua Rede de Reservas Biogenéticas.

Temos 2/3 da área total do Território integrado no Parque Natural da Madeira e 1/5 também da área total com estatuto especial de conservação, uma vez que são reservas integrais ou parciais marinhas e terrestres.

Os últimos dados do INE publicados, indicam que as autarquias da Região são as que mais investem no ambiente, em que nalgumas áreas esse investimento chega a ser mais de 100% superior em termos relativos ao todo nacional, como é o caso da área da protecção da biodiversidade e da paisagem.
Nesta como noutras matérias, parece que para colocar as coisas no seu devido lugar, é preciso que alguém de fora venha repor a verdade factual, uma vez que parece, que quem muito fala da Madeira nesta área não a conhece, ou pelo menos, só conhece e mal, os menos de 20% do seu território, ou seja, a pequena parcela do território desta Região onde é exercida a quase totalidade da actividade sócio-económica.

Aliás, se tivermos em conta o extraordinário ciclo de desenvolvimento verificado nos últimos anos, em que não estaremos longe da verdade, se afirmarmos que mais de 90% do património construído da Região, ou foi feito neste período ou sofreu obras de beneficiação ou requalificação, e tendo em conta também, que dadas as características orográficas da Madeira, toda e qualquer actividade extractiva ou de construção tem forçosamente fortes impactos em termos ambientais, mesmo assim, as feridas na paisagem são localizadas e em número e gravidade relativas.

Os abusos e as situações não enquadradas no âmbito da legalidade, tem seguido os seus trâmites normais num estado de direito.
Nós, por maioria de razão, gostaríamos que tais situações não acontecessem e tudo continuaremos a fazer para minimizá-las. Mas também temos a consciência que o desenvolvimento tem de prosseguir, desenvolvimento esse que é necessário, mas tem consequências. Terão é que ser minimizadas as incidências ambientais.

De qualquer forma, em termos de consciência ecológica estamos no caminho certo e em termos de estado geral da qualidade do ambiente na Região ele está bem e recomenda-se.
Só não vê quem não quer ver, mas quanto a isso nada podemos fazer.


VICENTE PESTANA
Deputado pelo PSD na Assembleia Legislativa da Madeira
 
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