• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Desastre ambiental na Lagoa dos Salgados autorizado pela CCDRA

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
SPEA: Desastre ambiental na Lagoa dos Salgados autorizado pela CCDRA

lagoasalgados.jpg


No fim da semana passada a Lagoa dos Salgados, uma das 93 Áreas Importantes para as Aves (IBA – Important Bird Area) identificadas em Portugal e uma das únicas zonas húmidas ainda existentes no Barlavento Algarvio, foi aberta ao mar, causando a perda de dezenas de ninhos de aves aquáticas protegidas.

Este desastre ambiental, denunciado em comunicado pela SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), afecta assim uma área para a qual a SPEA tem lutado por um estatuto de protecção condigno com o grande valor ecológico e pelas centenas de petições enviadas por cidadãos nacionais e estrangeiros, refere aquela sociedade.


De acordo com a SPEA, há poucos dias um tractor abriu um canal no cordão dunar que separa esta lagoa do Oceano Atlântico, permitindo o escoamento da água. Esta acção, que terá sido feita para impedir um alegado alagamento dos greens do Golfe dos Salgados, na Herdade do mesmo nome, e devidamente autorizada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA), deixou a seco uma das mais importantes zonas húmidas do litoral algarvio e deitou a perder dezenas de ninhos de espécies protegidas e raras que na altura nidificavam nas ilhas e sapais da lagoa, entre os quais o único casal nidificante de Pêrra em Portugal (uma das espécies de aves mais ameaçadas na Europa), bem como cerca de 40 casais de Perna-longa, 45 casais de Alfaiate, 3 casais de Caimão, 2 casais de Zarro- comum, 3 casais de Pato-colhereiro (os Salgados são um dos raros locais de nidificação destas duas espécies em Portugal), 5 casais de Frisada, 7 casais de Borrelho-de coleira-interrompida e 4 casais de Andorinha-do-mar-anã.

Há anos que a SPEA (representante da BirdLife em Portugal), juntamente com a Royal Society for the Protection of Birds (RSPB, BirdLife no Reino Unido) e a Almargem, tem desenvolvido continuados esforços com o objectivo de assegurar a conservação dos valiosos habitats naturaisdo local, que dão abrigo a importantes populações de aves. Para tal, a SPEA desenvolveu estudos aprofundados sobre os valores da Lagoa dos Salgados e apresentou soluções de gestão que permitem compatibilizar a conservação da biodiversidade com os usos correntes e futuros deste local. A Lagoa dos Salgados é visitada por milhares de observadores de aves em cada ano, sobretudo estrangeiros – este será mesmo o local mais famoso do país para a actividade de observação de aves e é uma mais valia turística para o Algarve, principalmente para os diversos empreendimentos turísticos que o circundam. Esta acção, ignorando outras soluções possíveis, causou um desastre ambiental com sérias consequências a nível da biodiversidade e da imagem do país, continua o comunicado da SPEA.

De forma a impedir qualquer alagamento dos terrenos circundantes na Primavera e potenciar a conservação da avifauna e outros valores naturais do local a SPEA, a Almargem e outros grupos de conservação da natureza acordaram com a CCDRA uma regulação das operações de abertura da lagoa ao mar, que permitia a abertura regular durante o período de Inverno (até 1 de Março), quando as chuvas são mais frequentes e as aves mais móveis, mas impedia qualquer abertura durante a

Primavera, quando as aves utilizam as ilhas e sapais da Lagoa para construir os seus ninhos. A SPEA continuará a trabalhar para que esta área seja designada num futuro breve como Zona de Protecção Especial, ao abrigo da Directiva Aves, e renova o apelo a todas as autoridades envolvidas para que trabalhem no sentido de implementar as soluções de gestão há muito identificadas, que tentarão compatibilizar os valores de conservação da biodiversidade com interesses económicos e turísticos públicos e privados, conclui a SPEA.

Imagem: SPEA
CienciaPT
 

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Lagoa dos Salgados: desastre ecológico «está ultrapassado»

Lagoa dos Salgados: desastre ecológico «está ultrapassado»

O ministro do Ambiente disse hoje que o esvaziamento da Lagoa dos Salgados, Algarve, autorizado pela CCDR Algarve, foi um «desastre ecológico», mas que estava ultrapassado com a reposição arenosa naquela importante zona húmida do barlavento algarvio.

«A CCDR já repôs o fechamento da lagoa e muito rapidamente vai ser reposto o seu nível normal. O desastre ecológico está ultrapassado», disse o ministro do Ambiente, Nunes Correia, à margem da cerimónia de lançamento do II concurso no âmbito do plano nacional de barragens, em Lisboa.

No final da semana passada foi aberto um canal entre a Lagoa dos Salgados e o mar permitindo o escoamento de água e causando a perda de ninhos de aves aquáticas.

A Lagoa dos Salgados é uma importante zona húmida do barlavento algarvio, localizada nos concelhos de Albufeira e Silves e uma das áreas mais importantes para as aves em Portugal.

Depois das críticas da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e de uma carta enviada ao ministro do Ambiente, Nunes Correia, pela bancada do CDS/PP, a CCDR Algarve veio informar, quinta-feira, que «a barreira arenosa foi reposta».

A barreira arenosa na Lagoa dos Salgados, Algarve, foi reposta quinta-feira de manhã com o objectivo de funcionar como uma barragem, informou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.

Segundo a CCDR, o esvaziamento da lagoa foi autorizado porque durante o Inverno de 2008 aquele habitat foi alvo de «fenómenos de galgamento oceânico», «sofreu grande influência oceânica durante esta época húmida» e recentemente, «após um episódio intenso de precipitação» aumentou uma subida brusca ao nível da lagoa.

«Optou-se por autorizar a abertura da barra nesta altura, já que se temeu que, com novos episódios de precipitação, se tornasse forçoso abrir a barra com a época de nidificação mais avançada«, lê-se num documento da CCDR enviado à comunicação social.

A lagoa, segundo a CCDR, tem sido alvo de uma gestão atenta por parte da CCDR Algarve, contudo, admite que »como qualquer lagoa costeira de média dimensão, a gestão destes sistemas é difícil, sendo necessário ponderar e conciliar variáveis diversas.

A imprevisibilidade dos fenómenos climatéricos, qualidade da água, capacidade de suporte para a fauna aquática, variação do nível da água, qualidade da praia balnear e salvaguarda de bens materiais nas imediações da zona húmida, são as variáveis que a CCDR avalia antes de tomar decisões, indica.


Diário Digital / Lusa
 
Topo