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A Luz-onde Tudo ComeÇa

ferny

GF Prata
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O PRINCIPIO DA FOTOGRAFIA/A Luz-onde Tudo ComeÇa


2. A LUZ - ONDE TUDO COMEÇA



Para que possamos compreender esse fenómeno da câmara escura, é necessário conhecer algumas propriedades físicas da luz. A luz é uma forma de energia electromagnética que se propaga em linha recta a partir de uma fonte luminosa. Quando um desses raios luminosos incide sobre um objecto, que possui superfície irregular ou opaca, é reflectido de um modo difuso, isto é, em todas as direcções.



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O orifício da câmara escura, quando diante desse objecto, deixa passar para o interior alguns desses raios que irão se projectar na parede branca. E como cada ponto iluminado do objecto reflecte os raios de luz desse modo, temos então uma projecção da sua imagem, só que de forma invertida e de cabeça para baixo.

Como cada ponto do objecto corresponde a um disco luminoso, a imagem formada possui pouca nitidez, e a partir do momento em que se substitui a parede branca pelo pergaminho de desenho, essa falta de definição passou a ser um grande problema aos artistas que pretendiam usar a câmara escura na pintura.


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3. QUANTO MENOR O ORIFÍCIO MELHOR A NITIDEZ DA IMAGEM MAS...

Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la. Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolano Cardano, que sugeriu o uso da lente bi-convexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder sua nitidez. Isto foi possível, graças à capacidade de refracção do vidro, que torna convergentes os raios luminosos reflectidos pelo objecto; assim, alente fazia com que para cada ponto luminoso do objecto correspondesse a um ponto na imagem, formando-se ponto por ponto da luz reflectida do objecto uma imagem pontiforme.




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Desse modo o uso da câmara escura difundiu-se entre os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem quando os objectos captados pelo visor estivessem a diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objecto mais próximo, variando a distância lente/visor (foco), deixando o mais distante desfocado ou vice-versa. O veneziano Danielo Barbaro, em 1568, no seu livro "A prática da Perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem. Assim outro aprimoramento na câmara escura apareceu: foi instalado um sistema junto com a lente que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro diafragma. Quanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objectos à distâncias diferentes da lente.




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Em 1573, o astrónomo e matemático florentino Egnatio Danti, em La perspectiva di Euclide, sugere outro aperfeiçoamento: a utilização de um espelho concâvo para re-inverter a imagem. Em 1580, Friedrich Risner descreve uma câmara escura portátil mas a publicação só foi feita após a sua morte, na obra Optics de 1606. A tenda utilizada por Johann Kepler, para seus desenhos topográficos, utilizada na sua viagem de inspecção pela Alta Austria, utilizava uma lente biconvexa e um espelho, para obter uma imagem no tabuleiro de desenho no interior da tenda, em 1620.




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Em 1636, o professor de matemática da Universidade de Altdorf, Daniel Schwenter, na sua obra Deliciae physico-mathematicae, descreve um elaborado sistema de lentes que combinavam três distancias focais diferentes. Este sistema foi usado por Hans Hauer em sua panorâmica de Nuremberg. Athanasius Kircher em 1646, descreve sua câmara escura em forma de liteira, ilustrádamente no Ars Magna lucis et umbrae e seu discípulo Kaspar Schott, professor de matemática em Wüzburgo, nota que não era necessário o artista introduzir-se dentro da câmara escura; na obra Magia Optica de 1657, Schott menciona que um viajante vindo da Espanha descrevera uma câmara escura que podia ser levada sob seu braço.

Em 1665, Antonio Canaletto (1697 - 1768) utiliza uma câmara escura dotada de um sistema de lentes intercambiáveis como meio auxiliar de desenhos de vistas panorâmicas.




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Em 1676, Johann Christoph Sturm, professor de matemática de Altdorf, na sua obra Collegium Experimentale sive curiosum, descreve e ilustra uma câmara escura que utilizava interiormente um espelho a 45 graus, que reflectiia a luz vinda da lente para um pergaminho azeitado colocado horizontalmente e uma carapuça de pano preto exterior funcionando como um para-sól para melhorar a qualidade da visualização da imagem. Johann Zhan, monge de Wüzburgo, ilustrou na sua obra Oculos Artificialis teledioptricus (1685-1686), vários tipos de câmaras portáteis como o tipo reflex que possuía 23 cm de altura e 60 cm de largura.

Nesta altura já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmara escura, mas gravar essa imagem directamente sobre o papel sem intermédio do desenhista foi a nova meta, só alcançada com o desenvolvimento da química
 
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G@ngster

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amigo ferny acho o teu trabalho 5 estrelas parabens amigo
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