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Esfriar a Terra artificialmente é projeto perigoso, diz estudo

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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A injecção de partículas de sulfato na estratosfera terrestre para combater o aquecimento global, como planeiam alguns cientistas, poderia prejudicar seriamente a camada de ozónio. A conclusão é de um estudo divulgado nesta quinta-feira (24) nos Estados Unidos.

"Tentar resfriar artificialmente o planeta [com injecções de sulfato na alta atmosfera] poderia ter efeitos secundários perigosos (...), que destruiriam a camada de ozónio", explicou Simone Tilmes, do Centro Nacional americano de pesquisa atmosférica (NCAR), principal autora do estudo, publicado na "Science Express", edição on-line da revista americana "Science".

"Em um momento em que as mudanças climáticas representam uma grande ameaça, são necessárias mais pesquisas antes de nos lançarmos em tentativas de solucionar o problema com a geo-engenharia", afirmou.

A cientista explica que a injecção regular de sulfato na estratosfera, camada atmosférica situada entre 10 km e 50 km de altitude, poderia gerar perdas importantes de ozónio sobre o Ártico e atrasar em 30 anos a 70 anos a reconstituição da camada de ozónio danificada sobre a Antárctida.

O ozónio é uma molécula peculiar. Na base da atmosfera, ela é produzida pela poluição, principalmente de automóveis, e prejudica a saúde. Na estratosfera, onde se forma naturalmente, tem ao contrário um efeito protector para a biosfera, bloqueando os raios solares UV-B responsáveis pelo câncer de pele.

Alternativas

Nos últimos anos, climatologistas têm recorrido à geo-engenharia na tentativa de encontrar soluções para o aquecimento do planeta e minimizar as consequências mais graves das mudanças climáticas, provocadas pela acumulação de gases de efeito estufa.

Essas medidas, no entanto, seriam apenas complementares aos esforços mundiais para reduzir as emissões de gases poluidores.

Uma das ideias mais debatidas e analisadas por Paul Crutzen, ganhador do Prémio Nobel de química, consiste em injectar regularmente grandes quantidades de partículas de sulfato na estratosfera para bloquear os raios solares e esfriar a superfície do globo.

O projecto se inspira nas erupções vulcânicas, que despejam enormes quantidades de partículas de enxofre na atmosfera e que no passado foram responsáveis por baixar as temperaturas da Terra várias vezes.

Efeito colateral

No entanto, essas erupções também colaboraram para reduzir temporariamente a camada de ozónio, e por isso Simone Tilmes e sua equipe decidiram analisar, por meio de modelos virtuais, o impacto que grandes quantidades de sulfato produziriam se lançados na estratosfera.

O estudo mostrou que as injecções artificiais de sulfato provavelmente destruiriam entre 25% e 75% da camada de ozónio sobre o árctico, afectando grande parte do hemisfério Norte, devido à circulação atmosférica.


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