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O segredo dos pasteis de Tentúgal
Doce conventual candidata-se a certificação para manter qualidade
Doce conventual candidata-se a certificação para manter qualidade
O caderno de especificações destinado à qualificação do pastel de Tentúgal, que visa proteger a genuinidade deste doce conventual multissecular, vai ser entregue, em breve, ao Ministério da Agricultura, escreve a agência Lusa segundo revelou este domingo uma fonte ligada ao processo.
Olga Cavaleiro, presidente da Associação dos Pasteleiros de Tentúgal (APT), disse este domingo que o caderno para candidatar o pastel à categoria de Indicação Geográfica Protegida (IGP) está praticamente concluído e vai ser entregue, até ao Verão, ao Ministério da Agricultura, para que possa ser sujeito a análise e posterior aprovação. Quando a qualificação estiver aprovada, as embalagens do produto passarão a ostentar um selo que garante a sua qualidade e genuinidade.
Originado numa receita conventual com mais de 400 anos, o pastel de Tentúgal tem na sua base a massa folhada, «que é única no mundo, não só nos ingredientes (é composta apenas por água e farinha), como nos métodos de produção», que fazem com que o resultado final seja «uma massa finíssima e delicada», descreve a presidente da APT.
O caderno de especificações foi elaborado pela APT no âmbito de uma parceria com a Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, a Escola Superior Agrária de Coimbra e a Universidade de Coimbra.
«Pretende ser um documento onde se descreve de forma exaustiva a especificidade do pastel de Tentúgal, ou seja, as particularidades dos seus ingredientes e dos seus métodos de produção», afirmou Olga Cavaleiro.
Qualificação «trouxe novo ânimo aos produtores»
O documento compreende ainda «uma ampla investigação histórica sobre a origem dos pastéis onde é possível perceber a grande tradição e prática doceira que existia no Convento das Carmelitas», acrescentou a presidente da Associação.
De acordo com Olga Cavaleiro, para elaborar o caderno de especificações a engenheira alimentar Sandrina Gonçalves procedeu a uma investigação sobre os ingredientes e métodos de produção do famoso pastel de Tentúgal, num trabalho que permitiu «traduzir cientificamente aquilo que é a realidade das pasteleiras».
«A qualificação trouxe um novo ânimo aos produtores, que viram que é possível proteger a sua actividade», adiantou a presidente da Associação de Pasteleiros de Tentúgal. Com este processo, a APT «Não visa limitar a produção do pastel, mas somente garantir a qualidade e origem dos pastéis», realçou.
Segundo Olga Cavaleiro, a confeição de pastéis de Tentúgal é a principal fonte de riqueza de muitas famílias da freguesia, constituindo uma actividade que oferece emprego a uma população feminina com cada vez mais dificuldade de inserção no mercado de trabalho.
IOL