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Tribos amazónicas protestam contra barragens hidroeléctricas

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Tribos amazónicas protestam contra barragens hidroeléctricas


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Projecto prevê construção numa das maiores reservas indigenas do país

Tribos da Amazónia reúnem-se segunda-feira na maior manifestação dos últimos vinte anos, em Altamira, Brasil, contra a construção de barragens hidroeléctricas numa das maiores reservas indígenas do país, avançou à Lusa uma organização envolvida no protesto.

Fiona Watson, da organização internacional de defesa dos povos indígenas «Survival», sedeada no Reino Unido, disse à Agência Lusa que «mais de mil índios de várias etnias, populações ribeirinhas e agricultores» vão participar no protesto entre 19 e 23 de Maio, em Altamira, Estado do Pará, nordeste do Brasil.

A manifestação pretende, segundo a coordenadora da Survival para o Brasil, a «interrupção imediata da construção de barragens hidroeléctricas no Parque Nacional Xingu», uma das maiores reservas indígenas do Brasil, com 2,64 milhões de hectares e onde vivem milhares de indígenas.

Impacto ambiental

Além do «grave impacto ambiental» na região, explicou, as tribos temem que a construção das barragens ao longo do rio Xingu - um dos principais afluentes do rio Amazonas - destrua o «seu modo de vida, acabe com os recursos necessários à sua sobrevivência e cause problemas de saúde».

«Queremos conservar peixes, fauna e flora, queremos que o rio esteja limpo. Não se trata de impedir o progresso do país. Limitamo-nos a defender o nosso direito à vida, à nossa terra e ao nosso modo de vida», declarou uma das tribos indígenas da região, os Ikpeng, numa nota divulgada pela Survival.

Fiona Watson explicou que o Governo brasileiro tem vindo a construir «pequenas unidades hidroeléctricas próximas da reserva indígena» e planeia desenvolver «projectos de maiores dimensões em toda a bacia amazónica até 2030», como a polémica barragem de Belmonte, uma das maiores do mundo.

«Efeitos desastrosos

«Estudos de impacte ambiental de organizações internacionais prevêem efeitos desastrosos causados pelas inundações», disse Fiona Watson.

Do lado social, explicou, os alagamentos «destruiriam os recursos naturais e a terra utilizada para a agricultura de subsistência».

Lembrou também que, para construir barragens, é necessária uma «infra-estrutura de estradas e muitos trabalhadores», que «importam doenças para as quais a população local não tem resistência».


Manter as aparências


No relacionamento com os indígenas, Fiona Watson acusou o Governo de Lula da Silva de fazer «muita coisa para manter as aparências», sublinhando que, «na prática», são tratados «como obstáculos ao progresso».

«O Governo não entende a questão indígena. Só pensa num modelo que destrói os recursos naturais de uma minoria, a favor dos interesses de uma elite e dos fazendeiros», lamentou.

A responsável lembrou que os cerca de 500.000 indígenas no Brasil são «uma minoria da minoria» dentro da população brasileira.

IOL
 
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