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"A expansão quatrocentista portuguesa" actualizada e com novos capítulos

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História: Magalhães Godinho reedita "A expansão quatrocentista portuguesa" actualizada e com novos capítulos

Lisboa, 21 Mai (Lusa) - A obra de Vitorino Magalhães Godinho "A expansão quatrocentista portuguesa", censurada em 1960 mas que foi "um vento de mudança" na historiografia dos Descobrimentos, é agora reeditada, actualizada e modificada, incluindo novos capítulos.

Em declarações à Lusa, Jorge Couto, historiador especialista em questões dos descobrimentos, realçou "os novos horizontes para a historiografia nacional" que esta obra abriu, qualificando-a como "uma vento de mudança" que "mantém actualidade, apesar de uma ou outra questão".

No prefácio à presente edição, com a chancela das Publicações D. Quixote, Magalhães Godinho afirma que a introdução de 1962 "estava irremediavelmente ultrapassada", e escreveu uma nova.

O capítulo sobre as raízes da expansão tem uma nova versão na medida em que "tinha deficiências", e introduziu contribuições de recentes pesquisas suas.

Quanto ao capítulo sobre Marrocos foi incluída uma análise sobre as conquistas de Ceuta em 1415 e a tentativa de Tânger em 1437.

Nesta nova edição foi ainda introduzido um capítulo "totalmente novo" sobre a navegação e a náutica, enquanto "a conclusão foi refundida, visto que caía em simplismos" agora ultrapassados pela suas investigações.

Vitorino Magalhães Godinho actualizou também a bibliografia e "melhorou a apresentação crítica das fontes".

Jorge Couto afirmou à Lusa que a obra, agora reformulada, "foi fundamental para olhar a expansão por um ângulo que nunca tinha sido abordado cientificamente".

Magalhães Godinho introduziu no estudo da expansão marítima portuguesa dos séculos XV e XVI elementos económicos e estatísticos, o que levou, em 1960, a Comissão henricina a considerar que, apesar de "valioso", o estudo era "demasiado económico, quase marxista".

Esta recusa oficial do regime de então levou-o a publicar a obra na editora Sá da Costa e a ganhar prestígio internacional, nomeadamente a partir de França, onde recebeu uma crítica muito favorável na revista Annales.

Godinho trabalhou com Lucien Febvre e Fernand Braudel, historiadores que deram à ciência histórica marcantes contribuições na formulação de conceitos e método de abordagem e exposição.

Vitorino Magalhães Godinho, 89 anos, licenciou-se em Ciências Historico-Filosóficas pela Faculdade de Letras de Lisboa, onde foi professor de 1941 a 1944, altura em que parte para França e se torna investigador do Centre National de la Recherche Scientifique (1947-1960).

Doutor em Letras pela Faculdade de Letras de Paris (1959), onde trabalhou com Lucien Febvre, Fernand Braudel e Ernest Labrousse, foi professor no Instituto Superior de Estudos Ultramarinos de 1960 a 1962.

Doutor honoris causa e professor na Faculté des Lettres et Sciences Humaines da Universidade de Clermont-Ferrand (1970-1974), foi ministro da Educação e Cultura em 1974, professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa, coordenador do departamento de Sociologia (1975-1988) e director da Biblioteca Nacional (1984).

Recebeu o Prix d`Histoire Maritime da Académie de Marine (1970) e o Prémio Balzan (1991), é sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras e da Royal Academy de Londres.


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