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Cannes
Épico «Che» conta a vida e morte do guerrilheiro
Benício del Toro é Ernesto ‘Che’ Guevara, no épico de quatro horas que conta a história do emblemático guerrilheiro sul-americano desde o início da revolução cubana até à sua morte, numa montanha da Bolívia
Steven Soderbergh é o responsável pelas quatro horas de Che, que poderá chegar às salas de cinema dividido em duas partes – O Argentino e Guerrilha – ainda que o realizador preferisse que o público tivesse oportunidade de ver a obra completa.
O realizador, que já venceu a Palma de Ouro em 1989 com Sexo, Mentiras e Vídeo, confessou-se fascinado pelo mito de Che Guevara, que se tornou num símbolo da rebelião por todo o mundo.
«Cuba é muito menos importante para mim do que Che», afirmou Soderbergh à Reuters, em Cannes. «Eu creio que é uma figura muito cinematográfica. Teve um das vidas mais fascinantes que eu posso imaginar no último século»
O realizador pretendia, de início, usar a história de Guevara apenas como um mote para abordar a rebelião na Bolívia, mas depois sentiu que o público deveria saber primeiro o que sucedeu em Cuba.
«Para compreender a razão que o levou a acreditar numa vitória na Bolívia é necessário entender o que aconteceu na ilha das Caraíbas, dado que tiveram muitas semelhanças em certos pontos», justificou-se.
Para Benício del Toro, natural de Porto Rico, fazer o papel do guerrilheiro idealizado foi uma tarefa assustadora. «À medida que eu pesquisava sobre Che, tornei-me cada vez mais num veado diante das luzes, com medo de me aproximar porque estava sempre a aprender», afirmou o actor, laureado com o Óscar.
Duas Partes – de Cuba à Bolívia
A primeira parte de Che oscila entre o envolvimento do guerrilheiro na revolução Cubana que levou Fidel Castro a tomar o poder da ilha em 1959, a primeira reunião entre os dois no México e a visita do argentino aos Estados Unidos em 1964, quando foi ouvido pela ONU.
Del Toro tenta representar Guevara como um homem corajoso e tão fiel aos seus príncipios que inspirava medo e respeito entre os seus homens e aos cidadãos comuns, sem receio de aplicar uma justiça dura e, por vezes, brutal.
Depois de Cuba, o médico argentino partiu para o Congo a fim de auxiliar uma revolução africana, que acabou por falhar.
Na segunda parte, Soderbergh retoma a vida de Guevara na Bolívia, onde viajou com o sonho de construir uma revolução semelhante à de Cuba.
Exausto, o guerrilheiro fica cada vez mais isolado, doente e abandonado. O seu grupo de seguidores vai sendo capturado e os camponeses que recruta pelo caminho não permanecem muito tempo.
Guevara foi finalmente detido, a 9 de Outubro de 1967, e fuzilado por militares bolivianos apoiados pela CIA. O seu corpo foi transladado para Vallegrande e velado no hospital antes de ser enterrado numa vala anónima.
Críticas
As primeiras reacções a Che foram difusas, com críticas que punham em causa a sua duração e a aparente determinação de Soderbergh de evitar uma narrativa típica de Hollywood.
Quando questionado sobre estas críticas, o realizador afirmou que as considerou «hilariantes».
«É hilariante que muitas das coisas que são escritas sobre cinema se baseiam em quão convencional é um filme e depois vê-se que, quando um filme não é assim… os críticos aborrecem-se por não ser convencional».
sol/ Reuters
Épico «Che» conta a vida e morte do guerrilheiro
Benício del Toro é Ernesto ‘Che’ Guevara, no épico de quatro horas que conta a história do emblemático guerrilheiro sul-americano desde o início da revolução cubana até à sua morte, numa montanha da Bolívia
Steven Soderbergh é o responsável pelas quatro horas de Che, que poderá chegar às salas de cinema dividido em duas partes – O Argentino e Guerrilha – ainda que o realizador preferisse que o público tivesse oportunidade de ver a obra completa.
O realizador, que já venceu a Palma de Ouro em 1989 com Sexo, Mentiras e Vídeo, confessou-se fascinado pelo mito de Che Guevara, que se tornou num símbolo da rebelião por todo o mundo.
«Cuba é muito menos importante para mim do que Che», afirmou Soderbergh à Reuters, em Cannes. «Eu creio que é uma figura muito cinematográfica. Teve um das vidas mais fascinantes que eu posso imaginar no último século»
O realizador pretendia, de início, usar a história de Guevara apenas como um mote para abordar a rebelião na Bolívia, mas depois sentiu que o público deveria saber primeiro o que sucedeu em Cuba.
«Para compreender a razão que o levou a acreditar numa vitória na Bolívia é necessário entender o que aconteceu na ilha das Caraíbas, dado que tiveram muitas semelhanças em certos pontos», justificou-se.
Para Benício del Toro, natural de Porto Rico, fazer o papel do guerrilheiro idealizado foi uma tarefa assustadora. «À medida que eu pesquisava sobre Che, tornei-me cada vez mais num veado diante das luzes, com medo de me aproximar porque estava sempre a aprender», afirmou o actor, laureado com o Óscar.
Duas Partes – de Cuba à Bolívia
A primeira parte de Che oscila entre o envolvimento do guerrilheiro na revolução Cubana que levou Fidel Castro a tomar o poder da ilha em 1959, a primeira reunião entre os dois no México e a visita do argentino aos Estados Unidos em 1964, quando foi ouvido pela ONU.
Del Toro tenta representar Guevara como um homem corajoso e tão fiel aos seus príncipios que inspirava medo e respeito entre os seus homens e aos cidadãos comuns, sem receio de aplicar uma justiça dura e, por vezes, brutal.
Depois de Cuba, o médico argentino partiu para o Congo a fim de auxiliar uma revolução africana, que acabou por falhar.
Na segunda parte, Soderbergh retoma a vida de Guevara na Bolívia, onde viajou com o sonho de construir uma revolução semelhante à de Cuba.
Exausto, o guerrilheiro fica cada vez mais isolado, doente e abandonado. O seu grupo de seguidores vai sendo capturado e os camponeses que recruta pelo caminho não permanecem muito tempo.
Guevara foi finalmente detido, a 9 de Outubro de 1967, e fuzilado por militares bolivianos apoiados pela CIA. O seu corpo foi transladado para Vallegrande e velado no hospital antes de ser enterrado numa vala anónima.
Críticas
As primeiras reacções a Che foram difusas, com críticas que punham em causa a sua duração e a aparente determinação de Soderbergh de evitar uma narrativa típica de Hollywood.
Quando questionado sobre estas críticas, o realizador afirmou que as considerou «hilariantes».
«É hilariante que muitas das coisas que são escritas sobre cinema se baseiam em quão convencional é um filme e depois vê-se que, quando um filme não é assim… os críticos aborrecem-se por não ser convencional».
sol/ Reuters