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Investigadores em Lisboa e no Porto identificam novo grupo de tumores do cólon

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Investigadores em Lisboa e no Porto identificam novo grupo de tumores do cólon

Duas equipas de investigadores, em Lisboa e no Porto, identificaram um novo grupo de tumores de cólon cuja caracterização molecular abre caminho à possibilidade de desenvolver terapias específicas mais eficazes para este tipo de cancros.

Este trabalho, publicado na edição online da revista norte-americana Gastroenterology, foi realizado em conjunto pelos grupos de investigação de Raquel Seruca, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), e de Peter Jordan, no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, em Lisboa.


"É uma descoberta promissora e resultou do trabalho conjunto das duas equipas ao longo de dois anos", disse hoje Raquel Seruca à agência Lusa. Os investigadores descobriram que há uma associação significativa entre a ocorrência de mutações num gene designado por B-Raf, de que é especialista o grupo liderado pela geneticista Raquel Seruca, e a presença de uma variante de um outro gene, o RAC1, que tem sido estudada pelo grupo do Instituto Ricardo Jorge.

Além disso, demonstraram que a presença simultânea destas duas alterações genéticas estruturais caracteriza cerca de 15 por cento dos tumores do cólon e que a interferência entre ambos os genes provoca a morte de 80 por cento das respectivas células cancerígenas.

Para Raquel Seruca, "será possível a partir de agora desenvolver drogas que se liguem especificamente a estas formas alteradas dos oncogenes e possam constituir terapias para o cancro do cólon mais específicas das células neoplásicas". É que, "quando são inibidas em conjunto o resultado é muito mais promissor", sublinhou, acrescentando que "nas terapias únicas, a eficácia não é tão alta".

Surpreendente nesta descoberta é que este grupo de tumores do cólon não apresenta o gene RAC1 geneticamente alterado, já que em vez de sofrer uma mutação, um parte deste gene é utilizado nestes tumores para produzir excessivamente uma variante com características funcionais alteradas, refere o estudo.

O cancro do cólon e do recto (colo-rectal), de que existem pelo menos três tipos distintos, é dos mais frequentes tipos de tumores em Portugal, onde se estima que afecte mais de 5.500 pessoas por ano e cause dez mortes por dia, segundo dados recentemente divulgados pela associação internacional Europacolon.

Trata-se da terceira doença mais diagnosticada em todo o mundo, com cerca de um milhão de pessoas, a seguir ao cancro do pulmão (1,35 milhões) e da mama (1,15 milhões), sendo associada ao envelhecimento e alterações no estilo de vida, nomeadamente alimentares.

A Gastroenterology, que publicará em breve o artigo na sua edição impressa, é uma das revistas com maior impacto no mundo na área da gastrenterologia.
 
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