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Robô português detecta minas anti-pessoais

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Robô português detecta minas anti-pessoais

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Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu um robô de detecção de minas pessoais que conseguiu detectar todas as minas existentes num campo militar belga durante um teste no terreno.

«No terreno [um campo militar dos arredores de Bruxelas, certificado para testar este tipo de robôs] estavam enterradas diferentes tipos de minas e outros objectos. Embora não tenha detectado todos os objectos, detectou todas as minas, que é o importante», disse à Lusa Lino Marques, um dos coordenadores do projecto.

A investigação, iniciada em 1999, passou pelo desenvolvimento de um sensor baseado na utilização de micro-ondas e radiação infra-vermelha para detectar minas anti-pessoais de plástico - as mais difíceis de localizar - em solos de conflito.

O robô incorpora aquela tecnologia numa estrutura apoiada em «oito patas» metálicas, responsáveis pela locomoção no terreno.

«Tem oito patas, cada quatro associadas a um eixo. Se tiver quatro no chão consegue mover-se através de uma força motriz pneumática, associada a comandos eléctricos», explicou Lino Marques.

Incorpora um «delicado» hardware e «complexos algoritmos de software», responsáveis pelo processamento da informação sensorial e pela decisão de como o robô se deve movimentar no ambiente que o rodeia.

«É composto por múltiplos detectores de minas e de outros engenhos explosivos, para garantir uma informação robusta e reduzir muito os alarmes falsos», disse Lino Marques.

O equipamento é autónomo, isto é, funciona sem intervenção do utilizador, que, previamente, define a área de terreno a «varrer» pelo robô, acrescentou o investigador do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR/FCTUC).

Apesar do sucesso do projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e dado a conhecer a responsáveis do Governo angolano - um dos países mais assolados pelas minas anti-pessoais - há umas semanas atrás, durante uma visita destes ao laboratório do ISR, Lino Marques frisa que a investigação está concluída.

«Acharam-no muito interessante. Mas não estamos a fazer alocação de recursos ao robô. Na prática, internamente, a investigação está terminada, a não ser que haja interessados», revelou.

Lino Marques disse ainda que ao longo dos cerca de nove anos que durou o desenvolvimento do projecto, o envolvimento de instituições nacionais, como o Exército, «nunca» aconteceu.

«Contactámo-los várias vezes. Nunca disseram que não, mas também nada resultou [dos contactos]», frisou.

Segundo o investigador, de acordo com os últimos dados, existem cerca de 120 milhões de minas anti-pessoais espalhadas por mais de 70 países, que matam aproximadamente 25.000 pessoas por ano e mutilam muitas mais, das quais 80 por cento civis.

«É uma situação particularmente grave, se considerarmos que as minas estão essencialmente distribuídas por países subdesenvolvidos, sem recursos para pagar a desminagem e que vêem desta forma o seu desenvolvimento comprometido pelas perdas humanas, pela inutilização de terrenos aráveis e de vias de comunicação», observou o docente da FCTUC.

Assim, «qualquer avanço na investigação e desenvolvimento de sistemas fiáveis, bem como na automação das tarefas inerentes à desminagem humanitária, é um grande desafio que pode salvar a vida a muitos milhares de pessoas», concluiu.





Fonte:Lusa
 
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