- Entrou
- Set 24, 2006
- Mensagens
- 9,473
- Gostos Recebidos
- 1
CCB: Maria João Pires, Camané e António Pinho Vargas na nova temporada ...
Lisboa, 18 Jun (Lusa) - A temporada do Centro Cultural de Belém (CCB) 2008/2009 vai apresentar, na área da música, três concertos de Maria João Pires, um concerto-surpresa com Camané e peças encomendadas aos compositores Alexandre Delgado e António Pinho Vargas.
Estas são algumas das propostas da programação da nova temporada do CCB hoje apresentada pelo presidente conselho de administração da entidade, António Mega Ferreira, e que inclui também espectáculos de dança, novo-circo, teatro, ópera, cinema, literatura e pluridisciplinares.
"Esta temporada consolida uma clara aposta em músicos e artistas portugueses, que se materializa, nomeadamente, na presença de Maria João Pires e do Schostakovich-Ensemble como artistas associados", salientou Mega Ferreira sobre a temporada musical, que abrange cerca de 70 por cento dos espectáculos previstos.
Além da pianista e daquele agrupamento criado por Filipe Pinto-Ribeiro, o CCB acolherá em residência a Orquestra de Câmara Portuguesa, dirigida por Pedro Carneiro, que já na anterior temporada actuou várias vezes no centro com estatuto de artista associado.
Os agrupamentos musicais Divino Sospiro e OrquestrUtopica vão continuar a ser orquestras em residência na próxima temporada, sendo que a primeira irá apresentar em Abril a Paixão segundo S. Mateus, de Johann Sebastian Bach, com a participação do Coro Officium.
Nesta nova temporada, cujo orçamento ronda os 2,5 milhões de euros, sensivelmente o mesmo da anterior, segundo a administração, também será aprofundada a colaboração com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a forma de concertos em co-produção.
Ainda na área da música, a nova temporada vai continuar com o destaque a Beethoven, compositor que o CCB tem vindo a evocar na actual temporada, desde Janeiro deste ano, e que culminará com a apresentação, em Dezembro, da ópera "Fidelio" em versão de concerto.
Outros compositores em destaque serão Olivier Messiaen - para assinalar o centenário do nascimento - e já em 2009 serão Haydn - segundo centenário da morte - e Mendelssohn - segundo centenário do nascimento - interpretados em concertos que irão confrontar as expressões clássica e romântica.
Maria João Pires, que esteve no CCB em 2007 na primeira edição do Festival Dias da Música em Belém, dá o seu primeiro concerto desta temporada a 19 de Setembro, tocando Beethoven acompanhada ao violoncelo por Pavel Gomziakov e o tenor Rufus Müller.
Em 2009 regressa em Janeiro para tocar Chopin e em Abril para tocar Haydn e Mendelssohn, enquanto Alexandre Delgado apresenta a sua peça encomendada a 17 de Maio, e Camané terá carta branca para cantar com amigos a 23 de Maio.
Será também apresentada "La Didone", do compositor barroco Francesco Cavalli, pela companhia norte-americana The Wooster Group, que aborda os territórios da ópera numa visão contemporânea, resultado de uma co-produção do CCB com o Festival de Edimburgo, a Productiehuis de Roterdão e o Grand Théâtre du Luxembourg.
A administração, pelo bom acolhimento do espectáculo decidiu repor em Janeiro de 2009 "La Spinalba", de Francisco António Almeida, recriada pelos Músicos do Tejo de Marcos Magalhães, já estreada na temporada 2007/2008.
Em Setembro será a vez do Festival Música Viva de expressões e estéticas musicais múltiplas, com um total de 105 obras a apresentar, 37 em estreia, de um universo de 59 compositores.
Março trará ao CCB Fervor de Buenos Aires, um festival que partirá da obra de Jorge Luís Borges para dar uma panorâmica da criação artística na cidade, com dança, teatro, música, palestras, filmes e documentários.
Além da iniciativa Jazz às Quintas de Verão, este género musical passará a poder ser ouvido também durante o Inverno com o programa Dose Dupla, que ocupará as noites de quinta-feira sempre com um músico português e um estrangeiro em diálogo. Nesta temporada actuarão Richard Galliano, Bill Frisell e Lisa Ekdahl.
Mega Ferreira sublinhou ainda o "reforço da programação da dança" para 2008/2009 porque "o CCB é visto habitualmente como uma casa das músicas e uma casa das danças".
Nos destaques apontados pelo responsável está o espectáculo "Branca de Neve", com coreografia de Angelin Preljocaj, que reuniu 26 bailarinos da sua companhia para criar um bailado romântico contemporâneo inspirado no célebre conto.
A coreografia é acompanhada por excertos de sinfonias de Mahler e tem a particularidade do guarda-roupa ser da autoria de Jean-Paul Gaultier, um dos designers de moda mais mediáticos do mundo devido à sua irreverência.
Também se apresentará o Ballet Nacional de Espanha, o espectáculo "(Not) a Love Song", de Alain Buffard, que tem a participação da bailarina portuguesa Vera Mantero, e, em estreia, a argentina Constanza Makras trará "Big in Bombay", Philippe Decouflé apresentará "Sombreros", Ko Murobushi apresentará dança japonesa "butô".
Na área do teatro, Mega Ferreira destacou o projecto europeu "Prospero", feito em parceria com o CCB, Teatro Nacional da Bretanha de Rennes (França), Teatro De La Place de Liège (Bélgica), Teatro Fundação Emília Romagna de Modena (Itália), Schaubühne am Lehniner Platz de Berlim (Alemanha) e a Universidade de Tampere, na (Finlândia).
Este projecto, com a duração de cinco anos, tem como objectivos desenvolver a criação europeia, implementar uma investigação teórica europeia e fazer formação de jovens actores. Nesta temporada serão apresentados "Borkmann", de Hnerik Ibsen e "La Menzogna", de Pippo Delbono, no âmbito deste projecto.
"Jerusalém", versão dramatúrgica da obra de Gonçalo M. Tavares, será levada à cena pelo grupo de Teatro O Bando, com encenação de João Brites.
Na área da literatura, a nova temporada terá um ciclo dedicado ao escritor japonês Yukio Mishima, com teatro, dança, cinema, leituras e duas exposições, e também haverá um programa especial de celebração da obra literária de José Cardoso Pires.
Está também previsto o ciclo "Nazismo e Cultura" sobre o impacto do regime de Adolf Hitler na cultura - os livros queimados, os compositores de eleição, como Wagner, a escultura clássica, que fazia a apologia da beleza perfeita - e, por outro lado, os resistentes, como Viktor Ullman, cuja ópera "Der Kaiser von Atlantis", criada enquanto o autor viveu num campo de concentração alemão, será apresentada em Fevereiro.
Nos espectáculos de novo-circo, foi destacado "Le fil sous la neige", do grupo Les Colporteurs, com encenação de Antoine Rigot, uma exibição original de equilibrismo sobre o arame.
António Mega Ferreira fez questão de explicar que o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, não estava presente devido à agenda do parlamento, onde esteve durante a manhã na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura.
Questionado pelos jornalistas sobre se o presidente do CCB pretende continuar no cargo, Mega Ferreira apontou que "ainda é cedo" para falar sobre o seu futuro no centro porque o mandato só termina em Janeiro de 2009.
Disse estar à espera de uma decisão do Governo sobre a proposta de construção dos módulos IV e V do CCB, previstos no projecto inicial do centro e nunca edificados, e que deverão receber um hotel cuja concessão pagará o outro módulo, com capacidade para um auditório de 600 lugares, uma biblioteca e um espaço polivalente.
Apontou ainda que a Fundação CCB aguarda que o Governo faça uma alteração aos seus estatutos devido às várias alterações da realidade do centro desde que foi criado, há 15 anos.
Entre as mudanças estão a saída de membros do concelho directivo - Eduardo Prado Coelho faleceu e Francisco Capelo retirou o seu Museu do Design, depois de vender a colecção à câmara de Lisboa - e a passagem da valência de centro de exposições para o Museu Colecção Berardo.
AG.
Lusa/Fim
Lisboa, 18 Jun (Lusa) - A temporada do Centro Cultural de Belém (CCB) 2008/2009 vai apresentar, na área da música, três concertos de Maria João Pires, um concerto-surpresa com Camané e peças encomendadas aos compositores Alexandre Delgado e António Pinho Vargas.
Estas são algumas das propostas da programação da nova temporada do CCB hoje apresentada pelo presidente conselho de administração da entidade, António Mega Ferreira, e que inclui também espectáculos de dança, novo-circo, teatro, ópera, cinema, literatura e pluridisciplinares.
"Esta temporada consolida uma clara aposta em músicos e artistas portugueses, que se materializa, nomeadamente, na presença de Maria João Pires e do Schostakovich-Ensemble como artistas associados", salientou Mega Ferreira sobre a temporada musical, que abrange cerca de 70 por cento dos espectáculos previstos.
Além da pianista e daquele agrupamento criado por Filipe Pinto-Ribeiro, o CCB acolherá em residência a Orquestra de Câmara Portuguesa, dirigida por Pedro Carneiro, que já na anterior temporada actuou várias vezes no centro com estatuto de artista associado.
Os agrupamentos musicais Divino Sospiro e OrquestrUtopica vão continuar a ser orquestras em residência na próxima temporada, sendo que a primeira irá apresentar em Abril a Paixão segundo S. Mateus, de Johann Sebastian Bach, com a participação do Coro Officium.
Nesta nova temporada, cujo orçamento ronda os 2,5 milhões de euros, sensivelmente o mesmo da anterior, segundo a administração, também será aprofundada a colaboração com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, sob a forma de concertos em co-produção.
Ainda na área da música, a nova temporada vai continuar com o destaque a Beethoven, compositor que o CCB tem vindo a evocar na actual temporada, desde Janeiro deste ano, e que culminará com a apresentação, em Dezembro, da ópera "Fidelio" em versão de concerto.
Outros compositores em destaque serão Olivier Messiaen - para assinalar o centenário do nascimento - e já em 2009 serão Haydn - segundo centenário da morte - e Mendelssohn - segundo centenário do nascimento - interpretados em concertos que irão confrontar as expressões clássica e romântica.
Maria João Pires, que esteve no CCB em 2007 na primeira edição do Festival Dias da Música em Belém, dá o seu primeiro concerto desta temporada a 19 de Setembro, tocando Beethoven acompanhada ao violoncelo por Pavel Gomziakov e o tenor Rufus Müller.
Em 2009 regressa em Janeiro para tocar Chopin e em Abril para tocar Haydn e Mendelssohn, enquanto Alexandre Delgado apresenta a sua peça encomendada a 17 de Maio, e Camané terá carta branca para cantar com amigos a 23 de Maio.
Será também apresentada "La Didone", do compositor barroco Francesco Cavalli, pela companhia norte-americana The Wooster Group, que aborda os territórios da ópera numa visão contemporânea, resultado de uma co-produção do CCB com o Festival de Edimburgo, a Productiehuis de Roterdão e o Grand Théâtre du Luxembourg.
A administração, pelo bom acolhimento do espectáculo decidiu repor em Janeiro de 2009 "La Spinalba", de Francisco António Almeida, recriada pelos Músicos do Tejo de Marcos Magalhães, já estreada na temporada 2007/2008.
Em Setembro será a vez do Festival Música Viva de expressões e estéticas musicais múltiplas, com um total de 105 obras a apresentar, 37 em estreia, de um universo de 59 compositores.
Março trará ao CCB Fervor de Buenos Aires, um festival que partirá da obra de Jorge Luís Borges para dar uma panorâmica da criação artística na cidade, com dança, teatro, música, palestras, filmes e documentários.
Além da iniciativa Jazz às Quintas de Verão, este género musical passará a poder ser ouvido também durante o Inverno com o programa Dose Dupla, que ocupará as noites de quinta-feira sempre com um músico português e um estrangeiro em diálogo. Nesta temporada actuarão Richard Galliano, Bill Frisell e Lisa Ekdahl.
Mega Ferreira sublinhou ainda o "reforço da programação da dança" para 2008/2009 porque "o CCB é visto habitualmente como uma casa das músicas e uma casa das danças".
Nos destaques apontados pelo responsável está o espectáculo "Branca de Neve", com coreografia de Angelin Preljocaj, que reuniu 26 bailarinos da sua companhia para criar um bailado romântico contemporâneo inspirado no célebre conto.
A coreografia é acompanhada por excertos de sinfonias de Mahler e tem a particularidade do guarda-roupa ser da autoria de Jean-Paul Gaultier, um dos designers de moda mais mediáticos do mundo devido à sua irreverência.
Também se apresentará o Ballet Nacional de Espanha, o espectáculo "(Not) a Love Song", de Alain Buffard, que tem a participação da bailarina portuguesa Vera Mantero, e, em estreia, a argentina Constanza Makras trará "Big in Bombay", Philippe Decouflé apresentará "Sombreros", Ko Murobushi apresentará dança japonesa "butô".
Na área do teatro, Mega Ferreira destacou o projecto europeu "Prospero", feito em parceria com o CCB, Teatro Nacional da Bretanha de Rennes (França), Teatro De La Place de Liège (Bélgica), Teatro Fundação Emília Romagna de Modena (Itália), Schaubühne am Lehniner Platz de Berlim (Alemanha) e a Universidade de Tampere, na (Finlândia).
Este projecto, com a duração de cinco anos, tem como objectivos desenvolver a criação europeia, implementar uma investigação teórica europeia e fazer formação de jovens actores. Nesta temporada serão apresentados "Borkmann", de Hnerik Ibsen e "La Menzogna", de Pippo Delbono, no âmbito deste projecto.
"Jerusalém", versão dramatúrgica da obra de Gonçalo M. Tavares, será levada à cena pelo grupo de Teatro O Bando, com encenação de João Brites.
Na área da literatura, a nova temporada terá um ciclo dedicado ao escritor japonês Yukio Mishima, com teatro, dança, cinema, leituras e duas exposições, e também haverá um programa especial de celebração da obra literária de José Cardoso Pires.
Está também previsto o ciclo "Nazismo e Cultura" sobre o impacto do regime de Adolf Hitler na cultura - os livros queimados, os compositores de eleição, como Wagner, a escultura clássica, que fazia a apologia da beleza perfeita - e, por outro lado, os resistentes, como Viktor Ullman, cuja ópera "Der Kaiser von Atlantis", criada enquanto o autor viveu num campo de concentração alemão, será apresentada em Fevereiro.
Nos espectáculos de novo-circo, foi destacado "Le fil sous la neige", do grupo Les Colporteurs, com encenação de Antoine Rigot, uma exibição original de equilibrismo sobre o arame.
António Mega Ferreira fez questão de explicar que o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, não estava presente devido à agenda do parlamento, onde esteve durante a manhã na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura.
Questionado pelos jornalistas sobre se o presidente do CCB pretende continuar no cargo, Mega Ferreira apontou que "ainda é cedo" para falar sobre o seu futuro no centro porque o mandato só termina em Janeiro de 2009.
Disse estar à espera de uma decisão do Governo sobre a proposta de construção dos módulos IV e V do CCB, previstos no projecto inicial do centro e nunca edificados, e que deverão receber um hotel cuja concessão pagará o outro módulo, com capacidade para um auditório de 600 lugares, uma biblioteca e um espaço polivalente.
Apontou ainda que a Fundação CCB aguarda que o Governo faça uma alteração aos seus estatutos devido às várias alterações da realidade do centro desde que foi criado, há 15 anos.
Entre as mudanças estão a saída de membros do concelho directivo - Eduardo Prado Coelho faleceu e Francisco Capelo retirou o seu Museu do Design, depois de vender a colecção à câmara de Lisboa - e a passagem da valência de centro de exposições para o Museu Colecção Berardo.
AG.
Lusa/Fim