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Cancro da pele: compostos naturais com resultados surpreendentes

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Cancro da pele: compostos naturais com resultados surpreendentes

Um grupo de cientistas da Universidade de Coimbra (UC), em colaboração com centros de investigação de Espanha e EUA, conseguiu identificar dois compostos naturais com resultados "muito surpreendentes" para tratamento do cancro da pele.

Os resultados conseguidos são tão entusiasmantes, abrindo novas perspectivas ao tratamento de cancro maligno, que os investigadores continuam a aprofundar a reacção dessas moléculas e tencionam iniciar testes em vivos no próximo ano.

Os riscos que comporta a utilização de qualquer molécula são atenuados pelo facto de já incorporarem produtos no mercado, nomeadamente dietéticos, cuja toxicidade é conhecida, revelou à agência Lusa o coordenador da investigação, Paulo Oliveira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC.

Neste projecto estão ainda envolvidos o Centro de Investigação do Cancro, em Salamanca (Espanha), e a Universidade de Minnesota (EUA), nesta última onde o coordenador se ocupará até ao final do corrente ano no aprofundamento das pesquisas.

Um dos compostos é o alcalóide Berberina, extraído da Ameixieira de Espinho, que cresce no Continente Americano, na China e em grandes altitudes na ilha da Madeira. Tal composto, também presente noutras plantas da espécie Berberis, segundo Paulo Oliveira, faz parte de diversos suplementos alimentares e é considerado um excelente anti-inflamatório e anti-microbiano.

Novo artigo para breve

Recentemente o grupo publicou um artigo científico na prestigiada revista "Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics" a divulgar os resultados alcançados com a Berberina e em breve será publicado um outro artigo sobre o segundo componente, ainda mais poderoso no combate ao cancro, que é extraído de uma planta "da família das papoilas".

Numa linha celular muito agressiva de melanoma (tipo de cancro da pele mais grave) os investigadores descobriram que a molécula da Berberina é muito eficaz a travar a evolução das células cancerígenas. Fazia parar o crescimento do melanoma em 24 horas.

Segundo Paulo Oliveira, em testes recentes a acção do segundo revelou-se muito mais poderosa, em comparação com outros compostos, com resultados "muito surpreendentes". A tratar melanoma muito agressivo de cultura celular humana "provocou 70 a 80 por cento de morte das células em cerca de 6 a 8 horas".

"A novidade destes compostos é poderem ser utilizados em melanomas onde muitos tratamentos convencionais não resultam. São altamente eficazes, são produtos naturais e a sua toxicidade é conhecida", explicou.

A acção da molécula - acrescentou - é devida a uma interferência com os mecanismos de produção de energia pelas células de melanoma, ao nível da mitocôndria. Uma evidência extraída foi também a de que o composto natural é mais tóxico para as células tumorais do que para as normais.

Razões de uma aposta

Paulo Oliveira confessou que o seu grupo apostou em investigar formas de tratamento de cancro de pele pelo facto de o melanoma maligno quando diagnosticado tardiamente apresenta um prognóstico muito reservado. Quer a rádio quer a quimioterapia são, na maioria dos casos, ineficazes devido, em parte, à resistência intrínseca das próprias células de melanoma às terapias convencionais.

Depois da experimentação dos compostos em culturas celulares humanas com melanoma, os investigadores tencionam fazer experiências no próximo ano com ratinhos e, se forem bem sucedidas, avançarão posteriormente para os ensaios em humanos.

Neles pretendem também procurar saber por que há melanomas mais resistentes que outros e aprofundar o conhecimento da actuação dessas moléculas com capacidade de combater a doença cancerígena. Os ensaios com os ratinhos vão ser realizados com o produto ministrado por via oral, com a aplicação de gel e injectável, procurando descobrir qual a forma de prescrição mais adequada e a mais indicada, tendo em conta o grau de desenvolvimento do cancro da pele e os vários tipos.

Segundo Paulo Oliveira, a forma diversa de actuar dos dois produtos - um a travar o desenvolvimento da doença e outro a matar as células cancerígenas - poderá também ir ao encontro do grau de desenvolvimento da doença, conciliando a sua prescrição terapêutica com outras intervenções, nomeadamente da cirurgia.

Actualmente a equipa de investigação está também a fazer ensaios com linhas celulares do cancro da mama, embora as energias até agora se tenham concentrado mais no melanoma, pelas dificuldades em o tratar em estado avançado ou metastásico.

Embora a investigação com estes componentes decorra desde 2005, vai aproveitar uma experiência pioneira desde os anos 60 por este grupo do Centro de Neurociências da Universidade de Coimbra, no domínio das mitocôndrias.

"Se resultados se confirmarem in vivo, e penso que sim, avançaremos com patentes", com a Universidade do Minnesota (EUA) e o Centro de Investigação do Cancro, de Salamanca (Espanha), referiu Paulo Oliveira. Para se cumprirem as etapas para um medicamento entrar no mercado são necessários, em média, 12 anos.
 

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