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Moradores fazem 9.º ano a pensar numa vida melhor

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Moradores fazem 9.º ano a pensar numa vida melhor


O certificado ainda não chegou, mas a declaração que Anabela Andrade carrega na mão basta para fazê-la sorrir. É uma entre os 11 formandos e moradores no Bairro do Aleixo, no Porto, que concluíram a equivalência ao 9.º ano de escolaridade.

Pela primeira vez, o programa Novas Oportunidades foi a um bairro social da região. Todos os sábados de manhã, os formadores da Fundação da Juventude deslocaram-se ao Aleixo para as aulas aos residentes na sala da Associação de Moradores do Bairro do Aleixo. O grupo, que contava inicialmente com 20 de pessoas, ficou reduzido a 11. Findas as 10 semanas de trabalho, todos os alunos consideravam que o esforço de conciliar as vidas profissionais e familiares com a formação tinha valido a pena. E o futuro poderá passar por mais estudo.

Grávida do segundo filho, Anabela não hesita perante a perspectiva de continuar a formação e de obter a equivalência ao 12.º ano. Com o incentivo do marido que já tinha frequentado este programa noutro local, inscreveu-se para as aulas no Aleixo. A principal motivação foi adquirir conhecimentos para ensinar mais ao filho pequeno e ao irmão que vai nascer.

"Pensei em tirar esta certificação, porque, hoje em dia, é preciso ter mais escolaridade para melhorar as condições de vida. Se quisermos fazer uma formação especializada, temos de ter, pelo menos, o 9.º ano. Agora, gostava de adquirir o 12.º ano", conta Anabela Andrade, que dá apoio domiciliário a idosos na Obra Diocesana no Porto. Nem sempre foi fácil conciliar as aulas com o dia-a-dia.

"Foi um pouco custoso, porque tive de compensar com trabalho sempre ao domingo e tive de conciliar com a vida de casa e a gravidez", confessa Anabela, que teve a Rosa Teixeira, presidente da Associação de Moradores do Aleixo, por colega de turma.

Aos 58 anos, Rosa quis dar o exemplo e usar a experiência, conquistada ao longo de mais de 30 anos de trabalho pela comunidade, para alcançar a equivalência ao 9.º ano. A ideia de abrir um curso de validação e certificação de competências no Aleixo surgiu num debate na urbanização de Vila D'Este, em Gaia, no qual a Fundação da Juventude esteve presente. Do desafio à concretização, passaram-se poucos meses. "Depois de ter a confirmação, alertei os moradores. De imediato, apareceram pessoas interessadas. A minha vontade é continuar com os cursos no Aleixo e levá-los a outros bairros. Quem estiver interessado, pode contactar a associação", atenta Rosa Teixeira.

Hoje debate-se com uma nova dificuldade: o projecto para 120 crianças e jovens que frequentam o ATL da associação corre o risco de ser chumbado pelo Instituto da Droga e Toxicodependência. Mas mantém a esperança.


Carla Sofia Luz no JN
 
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