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Turco é o intelectual mais influente do mundo

xicca

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Fonte: Jornal Público
24.06.2008

Fethullah Gülen não é propriamente um nome de algibeira, daqueles que muita gente conhece. Mas este estudioso do islão turco de 67 anos, que defende um Islão moderado, está no topo da lista dos 100 intelectuais mais influentes do mundo, elaborada pelas revistas Foreign Policy (EUA) e Prospect (Reino Unido).
Aliás, registou-se um curioso fenómeno: numa votação muito concorrida, cerca de meio milhão de pessoas votaram esmagadoramente em personalidades islâmicas. Assim, os primeiros dez da lista são muçulmanos, e incluem três galardoados com o Nobel: em quarto lugar, o escritor turco Orhan Pamuk (Literatura), o inventor do conceito do microcrédito, Muhammad Yunus (Bangladesh) e no décimo, a activista do direitos humanos iraniana Shirin Ebadi (os dois últimos galardoados com o Nobel da Paz). O linguista e activista político norte-americano Noam Chomsky é o primeiro ocidental, no 11.º lugar.
Gülen começou a subir para o topo da lista depois de o jornal turco Zaman, próximo das ideias do Movimento Güllen, ter noticiado a votação, relata um comunicado colocado no site da Foreign Policy.
O que distingue Gülen, então? É ao mesmo tempo amado e odiado na Turquia, e tem uma rede mundial de seguidores. Recomenda uma vida guiada por princípios islâmicos moderados, mas fugiu da Turquia em 1999, por ser acusado de minar o secularismo.
Essa questão é muito complicada na Turquia, um Estado muçulmano mas fervorosamente laico, onde se joga o futuro do islão político: se evoluirá para algo semelhante à democracia cristã ocidental, ou seguirá por caminhos mais radicais.
David Goohart, director da Prospect, citado pelo jornal britânico The Guardian, diz que os seguidores de Gülen transformaram esta votação "numa farsa".
Mas os resultados mostram a força das tendências políticas que percorrem a sociedade turca, acrescentou Goohart: "Chamam a atenção para o conflito mais importante que actualmente existe na Europa, entre os nacionalistas e secularistas, que dominam o aparelho da administração, e os reformadores islamistas democráticos, liderados pelo Partido da Justiça e do Desenvolvimento [o AKP, no poder, mas que está a ser contestado por juristas, que querem bani-lo e aos seus líderes da vida política turca]". Gülen, que vive nos EUA desde 1998, foi ilibado em 2006 num processo em que era acusado de incentivar os funcionários públicos a derrubar o poder político.
Bulent Kenes, director do Today's Zaman (a versão em inglês do Zaman), negou ao Guardian que a votação tivesse sido manipulada pelos admiradores de Gülen (ele é um deles, aliás). "Há muitas pessoas que promovem as ideias de Gülen, que contribuem para a paz mundial, ao promoveram o diálogo e a tolerância."
Fethullah Gülen, que defende um islão moderado, tem uma rede de seguidores por todo o mundo, que votaram nele em força.
 
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