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A Importância de Conhecer, Reconhecer e Considerar os Animais de Quinta

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A Importância de Conhecer, Reconhecer e Considerar os Animais de Quinta


O termo “animal de quinta” designa, habitualmente, um animal que seja criado e usado com fins alimentares. Fundamentalmente, o conceito
de “animais de quinta” incorpora os animais que são de facto criados, engordados, transportados e mortos com fins alimentares. Além de
mamíferos como as vacas, os porcos, as cabras, as ovelhas, os coelhos e os cavalos, e de aves como as galinhas, os patos, os gansos e as
avestruzes, também algumas espécies de peixes e até de crustáceos, como os caranguejos ou as lagostas, são criados com fins alimentares (e
não apenas pescados, como antes acontecia com estas espécies).

Na verdade, as abelhas também são animais de quinta, na medida em
que também são criadas com fins alimentares para exploração do seu mel (apicultura).
É a todos estes animais e à sua senciência que a presente publicação se refere com especial destaque, embora traçando um quadro geral
sobre a senciência animal, essencialmente partilhada, como é aqui descrita, por praticamente todos os animais. Na linha do que atrás foi
referido, há duas razões centrais pelas quais os animais de quinta têm uma especial atenção nesta publicação:porque a senciência (e a
inteligência) destes animais é a mais desconhecida do público e é a mais desconsiderada no mundo, e porque, tanto em termos numéricos
como em termos de intensidade de mau-estar e crueldade, estes são os animais mais dramaticamente afectados pela actividade humana no
mundo, nomeadamente na indústria pecuária.


O Desafio de Mostrar a Senciência e a sua Importância

Apesar de poder parecer difícil dizer exactamente o que é que os animais sentem, muito poucas pessoas acreditam ainda que os animais são
máquinas insensíveis e sem mente. Mas muitas outras pensam o contrário, embora sem estarem especialmente informadas acerca de como
os animais de facto são. Muitos cientistas, de diversas áreas, ainda mantêm a ideia de que os animais são quase simplesmente organismos
mecânicos.

Outros cientistas estão na linha da frente da divulgação da ciência que demonstra que essa é uma ideia falsa. Em qualquer caso,
o desafio, agora, é dar a conhecer a senciência animal, é fazer com que seja reconhecida e é considerá-la na prática, em todas as áreas em
que os animais são usados para benefício dos humanos e em que são prejudicados por isso, nomeadamente na produção pecuária.
Consciência e Pensamentos Conscientes
Terão as pessoas que conhecemos pensamentos conscientes? Sentimo-nos tentados a responder, com uma grande base de certeza, “sim”.


Mas como podemos saber se as outras pessoas realmente têm pensamentos conscientes?


A consciência é uma das áreas de estudo mais difíceis, tanto em humanos como nos outros animais. É difícil descrever pensamentos
conscientes em humanos com total exactidão – questões difíceis surgem, como: será que usamos linguagem, imagens ou algum outro
mecanismo quando pensamos? Com animais não-humanos, isto torna-se ainda mais difícil. O conteúdo das experiências conscientes de um
animal são quase de certeza muito diferentes de qualquer experiência humana – o que não quer dizer que não existam, que não sejam
complexas e plenas, ou que sejam menos importantes. Mais uma vez, colocam-se questões complicadas, como: será que os animais pensam
acerca de qualquer outra coisa para além da sua situação imediata? Terão memórias de acontecimentos passados e serão capazes de
antecipar acontecimentos futuros? Quão complexos (ou quão simples) são os seus processos de raciocínio? Será que têm, na verdade,
processos de raciocínio?
O conteúdo exacto da consciência dos animais é provavelmente limitado a questões que são importantes para eles e para os membros da
sua família ou grupo.

É essencialmente o mesmo que acontece com os humanos, mas estes, além de pensarem sobretudo em questões que
importam para si próprios e para os membros da sua família ou da sua comunidade, também podem pensar extensivamente acerca de
membros de outras espécies e podem também dedicar-se a pensar em questões metafísicas. Enquanto se pensaria que, ao contrário do que
acontece com os humanos, os outros animais não teriam pensamentos conscientes ou preocupações sobre questões morais, têm-se
descoberto provas de que alguns animais têm algum grau de moralidade e que, na verdade, se preocupam com outros animais – e até com
humanos, quando vivem perto deles.
Existem, sem dúvida alguma, muitos tipos e graus diferentes de consciência.

Por isso, esta publicação não se debruça apenas numa área;
antes apresenta de muitas maneiras diferentes evidências da consciência dos animais. A consciência dos animais variará também de acordo
com a espécie, com o indivíduo (porque, tal como dentro da espécie humana, há diferenças importantes entre indivíduos e as suas
características pessoais), e será diferente entre humanos e animais. Isto faz com que seja realmente difícil analisar e identificar a consciência
animal. Contudo, é justo assumir que, num nível básico, muitos pensamentos e sentimentos de animais serão semelhantes aos dos humanos –
sendo, desde logo, os mais óbvios o desejo de comer e o medo do perigo, por exemplo.


Sentimentos e Emoções

Quer lhes chamemos sentimentos, disposições ou emoções, estes são estados que os humanos são capazes de comunicar através de
palavras, expressões faciais e acções. Sabemos quando outras pessoas experienciam o medo, a alegria, a dor, o prazer, o embaraço e a
vergonha, a raiva, a tristeza e o desespero, entre outras emoções. Mas como será com os outros animais?

Os sentimentos e as emoções são, objectivamente, uma característica senciente – tem que haver um nível de consciência mínimo para que
um ser possa compreender e experienciar um sentimento ou emoção. As evidências de que os animais também experienciam sentimentos e
emoções apoiam fortemente o facto de que os animais são seres sencientes.

O problema surge quando tentamos identificar estes sentimentos
e emoções. Não podemos esperar que os animais mostrem emoções do mesmo modo que os humanos mostram, nem podemos esperar que
uma espécie demonstre uma emoção particular do mesmo modo que outra espécie a demonstra. Demonstrar que a senciência animal existe
não requer que mostremos todas as emoções em todos os animais.

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Abraço
 
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