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Típicos roedores da Patagónia...

guidoes

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Típicos roedores da Patagónia...

O nome científico é Dolichotis patagonum e habita no Zoo de Lisboa desde Outubro de 2001. Nesse ano, chegaram dois machos e três fêmeas do Zoo de Branfere, em França. Em apenas alguns meses, esta espécie reproduziu-se e depressa conquistou uma instalação própria no Zoo de Lisboa, tendo anteriormente convivido com os lamas, na instalação de herbívoros junto à Quintinha.

Ainda não adivinhou de que espécie lhe estamos a falar? Trata-se de um roedor oriundo das pampas do Centro e Sul da Argentina, com um aspecto semelhante ao do coelho. Para esta edição da Zoorpresas o nosso eleito foi a mara, também designada por lebre da Patagónia.

Cenouras, maças, pão, ração de coelho e feno... São estes os alimentos que fazem parte da alimentação diária das maras que vivem no Zoo de Lisboa. Tal como acontece no habitat natural, as fêmeas são muito zelosas com as suas crias. Estas nascem, geralmente, dentro das tocas, onde permanecem entre 15 a 30 dias, sob o extremo cuidado da mãe, que as visita várias vezes ao longo do dia para as amamentar. Porém, se a mãe dá à luz no exterior, rapidamente leva os seus rebentos para dentro da toca. Quando as crias saem da toca, nos primeiros dias andam sempre atrás da sua progenitora, mas depressa adquirem a independência. Brincar, dando saltos com as quatro patas em simultâneo, e escavar são efectivamente os dois passatempos preferidos das maras lisboetas!

As maras têm hábitos diurnos e são excelentes saltadores e corredores, podendo atingir os 30 km por hora, já que as patas finas e longas se adaptam perfeitamente à corrida e à fuga. As patas posteriores têm três dedos com garras grossas e as patas anteriores têm quatro dedos com garras afiadas. O formato das patas permite-lhes, ainda, ter diferentes tipos de marcha, como a do coelho, a do canguru ou a dos ratos. As dimensões do corpo rondam os 69 e os 75 centímetros e a cauda mede cerca de 5 centímetros de comprimento. A cor branca sob a cauda, que contrasta com a cor acinzentada da restante pelagem, serve como sinal de alarme para os restantes elementos do grupo, em caso de fuga. De notar que as lebres da Patagónia vivem em grupos com cerca de 15 indivíduos, mas pode acontecer formarem grupos até 40 indivíduos.

A alimentação destes animais é constituída, essencialmente, por vários tipos de herbáceas, sendo que raramente bebem água, pois os vegetais que comem lhes fornecem a água de que necessitam. Por causa das plantas duras que mastigam, os molares desgastam-se, mas rapidamente são compensados, já que são de crescimento contínuo. Ao contrário do que acontece com muitos roedores, as maras não hibernam, mesmo que estejam num local onde as temperaturas sejam baixas.

Estes roedores vivem em tocas que geralmente foram habitadas por outros animais. No entanto, as tocas também podem ter sido escavadas pelas fêmeas, antes de darem à luz. Nascem, normalmente, entre duas a três crias, após um período de gestação que pode durar entre 80 a 90 dias. O período de amamentação é de dois a três meses, a maturidade sexual é atingida aos oito meses de idade e é uma espécie monogâmica.

É, ainda, de acrescentar que a mara é uma das quinze espécies da família Caviidae. Todas as espécies desta família são roedores sul-americanos, tais como as cobaias, os porquinhos-da-índia e os mocós.

A competição com a lebre europeia que foi introduzida, pelo Homem, no seu habitat é a principal causa que levou a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) a considerar a mara uma espécie em baixo risco/quase ameaçada.
 
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