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Centro de apoio à paramiloidose em risco

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Centro de apoio à paramiloidose em risco

Mais de 400 "doentes dos pezinhos" são apoiados, anualmente, pela Santa Casa da Póvoa de Varzim

A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Varzim decidiu encerrar, no próximo dia 31 de Dezembro, o Centro de Estudos e Apoio à Paramiloidose. Em causa o elevado défice que acumula, da ordem dos 2,33 milhões de euros.

Dezassete anos depois da sua fundação, o CEAP, que presta apoio, anualmente, a quase 400 doentes com paramiloidose (vulgarmente conhecida por "doença dos pezinhos"), acumula, explicou o provedor, Silva Pereira, um défice de mais de 2,33 milhões de euros e, só em 2007, representou, para a instituição, um "prejuízo" de mais de 337 mil euros.

Impotente para fazer face aos custos de funcionamento, a Santa Casa ameaça encerrar o Centro, caso o Ministério da Saúde (MS) não aumente as comparticipações estatais.

O CEAP é o único no país vocacionado para o apoio à doença, que presta apoio "completamente gratuito" aos 30 doentes internados. Por isso, o presidente da Associação Portuguesa de Paramiloidose (APP), Carlos Figueiras, está solidário. "Seria um cataclismo. Não saberíamos onde meter os doentes", confessou Figueiras.

"Temos delapidado muito património para suportar o Centro", explicou Silva Pereira. A Misericórdia abriu, em 1981, a consulta externa para doentes com paramiloidose, hoje a cargo de Sérgio Cardoso. Dez anos depois, em 1991, a Santa Casa inaugurava o CEAP, destinado a dar apoio a 30 doentes em regime de internamento, quase todos com a doença, altamente incapacitante, em estado avançado. O Centro passava ainda a dar apoio domiciliário e a assegurar o transporte para as consultas pré e pós-transplante hepático.

A verdade é que, desde a sua fundação que o CEAP é um "encargo financeiro" para a Santa Casa, mas, em 2006, as novas exigências do MS obrigaram a instituição a avultados investimentos, que agravaram a situação.

Em 2007, o novo protocolo com a ARS/Norte apoia apenas 28 doentes no internamento e 50 em apoio domiciliário. A Santa Casa ficou com o encargo dos 30 profissionais e sem apoio à consulta externa. Os custos duplicaram.

Ao longo dos anos, o sucesso da Misericórdia no combate à doença, mortal e de transmissão genética, traduz-se nos números: cerca de 300 doentes fizeram transplante hepático com a ajuda do CEAP.

Só no concelho da Póvoa, aquando da criação da unidade, nasciam anualmente 22 crianças em risco - filhas de paramiloidóticos. Em 2007, nasceram duas. O trabalho de planeamento familiar é, no CEAP, diz a enfermeira Francisca Loureiro, responsável pela unidade, um dos mais importantes.

Idos vão os tempos, diz o presidente da APP, em que as famílias recusavam assumir a doença e continuavam a ter filhos, indiferentes aos riscos de transmissão.

Curiosamente, já depois do anúncio do encerramento do CEAP, a ARS/Norte contactou a Santa Casa. O Ministério, disse o presidente da ARS/Norte, Alcindo Maciel, a Silva Pereira, está disposto a considerar o CEAP como uma "unidade especial". A Misericórdia lembra que até Setembro terá que haver resposta, senão o CEAP encerra mesmo.



ana trocado marques
JN
 
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