• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Manuela Ferreira Leite "O país está totalmente hipotecado"

xicca

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Abr 10, 2008
Mensagens
3,080
Gostos Recebidos
1
"O país está totalmente hipotecado"


Apostar nas obras públicas só porque Bruxelas paga parte é como ir aos saldos e comprar sem critério. Na 1ª entrevista como líder do PSD, Manuela Ferreira Leite diz que não vai desistir de exigir ao Governo que mostre o preço da factura. Feroz no tom, assume-se como "absolutamente contra o Bloco Central".


A terceira auto-estrada Lisboa-Porto é uma das obras contestadas por Manuela Ferreira Leite
Confirma-se: com Manuela Ferreira Leite o PSD não se vai dispersar por muitos temas, mas não vai largar aqueles em que aposta. Na sua primeira entrevista (à TVI) como líder da oposição, a ex-ministra de Cavaco Silva quase não saiu do tema das obras públicas e prometeu não o largar até que José Sócrates explique com clareza ao país os custos que lhe cairão em cima caso vá para a frente o programa de obras públicas na agenda do Governo. "Está-se a fazer tudo sem dinheiro. O país está totalmente hipotecado", acusou, deixando implícito que entre investir em grandes empreitadas só porque Bruxelas co-financia e, eventualmente, perder algumas verbas comunitárias, talvez a primeira seja pior.
"Só porque Bruxelas dá dinheiro nós não temos que investir sem critério. Parece quando vamos aos saldos e compramos uma série de porcarias que não servem para nada só porque são baratas", afirmou a nova líder do PSD, avisando que não vai desistir de exigir explicações ao Governo sobre a factura que o país vai ter que pagar pelos investimentos programados, depois de 2014.

Lembrando que durante os próximos cinco anos o Estado não vai pagar nada, Ferreira Leite questionou "qual o encargo adicional por esse facto" e disse ser "uma obrigação estrita do Governo apresentar os estudos que esclarecem a relação custo-benefício" das obras previstas.

A expressão custo-benefício foi diversas vezes utilizada por Cavaco Silva quando, logo na campanha eleitoral para as presidenciais, questionou a aposta na OTA e no TGV. Na mesma linha, a nova líder do PSD exige conhecer os estudos, avisa que a oposição "tem o direito de os exigir", que o Governo "tem a obrigação de os dar" e que enquanto tal não acontecer não lhe cabe a ela dizer quais os investimentos que, se fosse poder, assumiria e quais os que deixaria cair. "Isto está tudo invertido. De cada vez que se pergunta uma coisa ao Governo, respondem: você também fez isto e o seu partido fez aquilo. Ora a função do Governo não é fazer oposição à oposição".

Num tom sempre aguerrido e quase sem dar tempo à entrevistadora, Constança Cunha e Sá, para concluir as perguntas, Manuela Ferreira Leite deixou claro que não vai largar este assunto e não acredita que José Sócrates a obrigue a chegar às legislativas suspensa das respostas que se acha com direito a ter para então explicar ao país qual a sua fórmula alternativa para pôr a economia a crescer: "o Governo não se vai atrever a tanto", disse.

Sobre a urgência de novos apoios sociais à classe média e aos novos pobres mais afectados pela crise, a nova líder do PSD defendeu novos apoios do Estado às instituições que já existem e que "estão vocacionadas" para este tipo de trabalho, como as Instituições Privadas de Solidariedade Social. Quanto aos impostos, insistiu que gostaria sempre de os poder baixar mas "claro que não estamos em condições de o fazer". Reconheceu a José Sócrates dois méritos: o de ter reformado a Segurança Social e o de ter optado por políticas conducentes a disciplinar as contas públicas. Mas acusa o Governo socialista de não ter levado o barco a bom porto, aumentando a despesa pública e querendo continuar a aumentá-la com investimentos que diz serem a receita errada e que vão fazer subir as taxas de juro.

Para a Saúde, Ferreira Leite insistiu na necessidade de diversificar ainda mais as taxas moderadoras consoante quem pode pagar mais. Por fim, numa passagem de fugida por outros temas, rejeitou os casamentos entre homossexuais - "sou contra atribuir-se um mesmo estatuto a uma situação que não é igual" -, admitiu que vê na família um objectivo: "a procriação" -, e deixou claro o que pensa de um eventual Bloco Central entre PS e PSD se nenhum dos partidos ganhar as próximas eleições com maioria absoluta: "isso é absolutamente contra a vida saudável de uma democracia".


Fonte: Expresso
 

xicca

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Abr 10, 2008
Mensagens
3,080
Gostos Recebidos
1
Vitalino Canas acusa Ferreira Leite de sofrer da mesma "síndrome" de Menezes

Vitalino Canas acusa Ferreira Leite de sofrer da mesma "síndrome" de Menezes

O porta-voz do PS, Vitalino Canas, defendeu hoje que a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, sofre da mesma "síndrome" que o seu antecessor, por "não ser capaz de apresentar alternativas" ao Governo que critica.

Vitalino Canas reagia assim à entrevista de Manuela Ferreira Leite, ontem à noite, à TVI, em que considerou que "não há dinheiro para nada", porque Portugal está endividado, e exigiu que o Governo (PS) informe como e quando vão ser pagas as obras públicas projectadas.

O porta-voz do PS sustentou que a presidente do PSD "continua com a síndrome" do seu antecessor, Luís Filipe Menezes, "de não ser capaz de apresentar medidas, ideias alternativas ao Governo".

Segundo Vitalino Canas, a ex-ministra das Finanças continua com a "obsessão do défice público" e a revelar "muita insegurança naquilo que propõe", fazendo um "discurso político" assente "na crítica, nas interrogações, nas dúvidas mas sem apresentar uma alternativa ao país".

Na entrevista à jornalista Constança Cunha e Sá, Manuela Ferreira sublinhou que só quando se "apresentar ao eleitorado em eleições" é que terá "obrigação de apresentar" as suas "propostas", assinalando ser seu "direito exigir informação" ao Executivo de José Sócrates sobre "decisões" de investimentos públicos.

O Bloco de Esquerda não quis comentar as declarações de Manuela Ferreira Leite, enquanto o PCP remeteu para mais tarde e o CDS/PP não respondeu em tempo útil.



Fonte: Público
02.07.08
 
Topo