- Entrou
- Set 24, 2006
- Mensagens
- 9,473
- Gostos Recebidos
- 1
25º Festival de Teatro de Almada começa na sexta-feira
O Festival de Teatro de Almada, cuja 25ª edição começa sexta-feira, é hoje considerado um dos melhores da Europa, mas o seu director, o encenador Joaquim Benite, ainda não está satisfeito e pretende «fazer mais».
«Em cada edição tinha a ambição de fazer melhor no ano seguinte. Eu tinha uma ideia do que queria atingir pelo que via lá fora, nomeadamente os festivais de Nancy e o de Avignon», disse Joaquim Benite à agência Lusa.
Para Benite, que é também director da Companhia de Teatro de Almada, não se completam 25 anos sem ambição, «mas não se alcançou uma meta, há sempre a vontade de fazer mais».
«Segundo a imprensa estrangeira, o Festival de Almada está entre os três melhores da Europa, ao lado do de Edimburgo e do Avignon», acrescentou.
Para o responsável, o festival «é um caminho que se faz caminhando» e, por isso, ele já está a preparar o do próximo ano e a «articular» o de 2010.
«Estamos na alta roda dos festivais internacionais, o que é um milagre com um subsídio destes, mas que se deve características próprias do festival», afirmou.
O Festival de Almada, «com cerca de 20.000 espectadores por edição», tem um orçamento para este ano de 500.000 euros.
«Só um quarto deste orçamento é para a vinda do Berliner Ensemble», um dos destaques da edição deste ano que leva a cena no Municipal de Almada, dias 12 e 13 de Julho, «Peer Gynt», de Henrik Ibsen, com encenação de Peter Zadeck.
Trata-se de uma das mais famosas companhias de teatro da Europa, criada em 1949 pelo dramaturgo Bertold Brecht e a sua mulher, a actriz Helene Weigel.
O financiamento «tolhe horizontes», mas «das fraquezas o Festival tem feito forças», disse Benite, realçando o papel das parceiras.
Este ano foram feitas onze parcerias, nomeadamente com o teatro municipal S. Luiz, Teatro Nacional Dª. Maria II, o municipal Maria Matos, a Culturgest e o Instituto Franco-Português.
«Quase toda a programação é um bom espectáculo», disse Benite.
Além da presença do Berliner Ensemble, destacou a encenação de Robert Cantarella de «Hippolyte» de Robert Garnier pelo Théâtre Dijon-Bourgogne, nos próximos sábado e domingo, no Municipal de Almada, e a participação de outra companhia francesa, a de Alain Ollivier, que apresenta «El Cid» de Corneille nos dias 16 e 17 de Julho no Nacional Dª. Maria II.
Outro destaque de Benite é o espectáculo encenado por Ana Zamora, «Misterio del Cristo de los Gascones», um texto baseado na tradição oral e que é levado à cena no Teatro do Bairro Alto pela Nao d´Amores, nos próximos dias 15, 16 e 17.
No total participam este ano 11 companhias estrangeiras, de França, Espanha, Cuba, Itália, Chile Alemanha, e Moçambique, além de oito de Portugal.
Até 18 de Julho estão previstas sete estreias nacionais entre Almada e Lisboa, e além das produções teatrais haverá um recital de Luís Madureira com Jeff Cohen no Teatro São Luiz, dias 11 e 12 de Julho.
O tenor Luís Madureira, acompanhado ao piano por Cohen, irá recriar temas do repertório da cantora francesa Barbara.
«Barbara soube recriar de forma sublime o universo da canção francesa, sabendo de forma peculiar articular a música com a letra, e que Luís Madureira irá homenagear», explicou Benite.
O festival vai ainda homenagear o pintor, cenógrafo e figurinista João Vieira pela «responsabilidade política e a intervenção social» que caracterizaram «a busca de linguagens novas e o desejo radical de modernidade».
João Vieira, cuja actividade teatral começou no grupo de Campolide na década de 1970, terá uma exposição dedicada à sua obra plástica na Casa da Cerca, em Almada, intitulada «Não pintura».
Também na cidade de Almada, na Escola D. António da Costa, inaugurará uma exposição documental dedicada à sua vida e obra.
João Vieira é o autor do cartaz oficial do festival e o segundo cenógrafo distinguido, depois de Mário Alberto.
Paralelamente às peças levadas a cena, estão previstas exposições, colóquios e debates.
No Fórum Romeu Correia, em Almada, estará patente uma exposição organizada pela autarquia em co-produção com o Californian Museum of Photography e a galeria 212 - Berlim, intitulada «Che! mito e revolução».
Esta exposição, que já foi apresentada em Nova Iorque, Londres, Milão, Amsterdão e Barcelona, foi criada a partir da fotografia «Guerrillero Heroico», de Alberto Korda, que retrata Ernesto Guevara, e nela participam artistas como Marco Lopez, Vik Muniz, Ruben Ortiz Torres e Martin Parr.
A Casa da Cerca será também espaço para tertúlias e encontros de reflexão sob duas directrizes: «O papel presente e as perspectivas de futuro dos festivais» e «Corpos em palco e práticas cénicas».
O primeiro tema de reflexão conta com a colaboração do Instituto Internacional de Teatro Mediterâneo e o segundo com a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
O festival decidiu criar este ano o Prémio Internacional de Jornalismo Festival de Almada, no valor de cinco mil euros, para distinguir o melhor texto publicado sobre esta mostra de teatro.
O Festival abrirá com o espectáculo «Gulliver», de Jaime Lorca, uma produção de dança CulturArte de Moçambique, no dia 04 de Julho, na Escola D. António Costa, em Almada, e encerrará em Lisboa, no IFP, no dia 18, com a apresentação da peça «A última história de Werther», de Inês Leitão, encenada por João Meirelles.
Diário Digital / Lusa
O Festival de Teatro de Almada, cuja 25ª edição começa sexta-feira, é hoje considerado um dos melhores da Europa, mas o seu director, o encenador Joaquim Benite, ainda não está satisfeito e pretende «fazer mais».
«Em cada edição tinha a ambição de fazer melhor no ano seguinte. Eu tinha uma ideia do que queria atingir pelo que via lá fora, nomeadamente os festivais de Nancy e o de Avignon», disse Joaquim Benite à agência Lusa.
Para Benite, que é também director da Companhia de Teatro de Almada, não se completam 25 anos sem ambição, «mas não se alcançou uma meta, há sempre a vontade de fazer mais».
«Segundo a imprensa estrangeira, o Festival de Almada está entre os três melhores da Europa, ao lado do de Edimburgo e do Avignon», acrescentou.
Para o responsável, o festival «é um caminho que se faz caminhando» e, por isso, ele já está a preparar o do próximo ano e a «articular» o de 2010.
«Estamos na alta roda dos festivais internacionais, o que é um milagre com um subsídio destes, mas que se deve características próprias do festival», afirmou.
O Festival de Almada, «com cerca de 20.000 espectadores por edição», tem um orçamento para este ano de 500.000 euros.
«Só um quarto deste orçamento é para a vinda do Berliner Ensemble», um dos destaques da edição deste ano que leva a cena no Municipal de Almada, dias 12 e 13 de Julho, «Peer Gynt», de Henrik Ibsen, com encenação de Peter Zadeck.
Trata-se de uma das mais famosas companhias de teatro da Europa, criada em 1949 pelo dramaturgo Bertold Brecht e a sua mulher, a actriz Helene Weigel.
O financiamento «tolhe horizontes», mas «das fraquezas o Festival tem feito forças», disse Benite, realçando o papel das parceiras.
Este ano foram feitas onze parcerias, nomeadamente com o teatro municipal S. Luiz, Teatro Nacional Dª. Maria II, o municipal Maria Matos, a Culturgest e o Instituto Franco-Português.
«Quase toda a programação é um bom espectáculo», disse Benite.
Além da presença do Berliner Ensemble, destacou a encenação de Robert Cantarella de «Hippolyte» de Robert Garnier pelo Théâtre Dijon-Bourgogne, nos próximos sábado e domingo, no Municipal de Almada, e a participação de outra companhia francesa, a de Alain Ollivier, que apresenta «El Cid» de Corneille nos dias 16 e 17 de Julho no Nacional Dª. Maria II.
Outro destaque de Benite é o espectáculo encenado por Ana Zamora, «Misterio del Cristo de los Gascones», um texto baseado na tradição oral e que é levado à cena no Teatro do Bairro Alto pela Nao d´Amores, nos próximos dias 15, 16 e 17.
No total participam este ano 11 companhias estrangeiras, de França, Espanha, Cuba, Itália, Chile Alemanha, e Moçambique, além de oito de Portugal.
Até 18 de Julho estão previstas sete estreias nacionais entre Almada e Lisboa, e além das produções teatrais haverá um recital de Luís Madureira com Jeff Cohen no Teatro São Luiz, dias 11 e 12 de Julho.
O tenor Luís Madureira, acompanhado ao piano por Cohen, irá recriar temas do repertório da cantora francesa Barbara.
«Barbara soube recriar de forma sublime o universo da canção francesa, sabendo de forma peculiar articular a música com a letra, e que Luís Madureira irá homenagear», explicou Benite.
O festival vai ainda homenagear o pintor, cenógrafo e figurinista João Vieira pela «responsabilidade política e a intervenção social» que caracterizaram «a busca de linguagens novas e o desejo radical de modernidade».
João Vieira, cuja actividade teatral começou no grupo de Campolide na década de 1970, terá uma exposição dedicada à sua obra plástica na Casa da Cerca, em Almada, intitulada «Não pintura».
Também na cidade de Almada, na Escola D. António da Costa, inaugurará uma exposição documental dedicada à sua vida e obra.
João Vieira é o autor do cartaz oficial do festival e o segundo cenógrafo distinguido, depois de Mário Alberto.
Paralelamente às peças levadas a cena, estão previstas exposições, colóquios e debates.
No Fórum Romeu Correia, em Almada, estará patente uma exposição organizada pela autarquia em co-produção com o Californian Museum of Photography e a galeria 212 - Berlim, intitulada «Che! mito e revolução».
Esta exposição, que já foi apresentada em Nova Iorque, Londres, Milão, Amsterdão e Barcelona, foi criada a partir da fotografia «Guerrillero Heroico», de Alberto Korda, que retrata Ernesto Guevara, e nela participam artistas como Marco Lopez, Vik Muniz, Ruben Ortiz Torres e Martin Parr.
A Casa da Cerca será também espaço para tertúlias e encontros de reflexão sob duas directrizes: «O papel presente e as perspectivas de futuro dos festivais» e «Corpos em palco e práticas cénicas».
O primeiro tema de reflexão conta com a colaboração do Instituto Internacional de Teatro Mediterâneo e o segundo com a Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
O festival decidiu criar este ano o Prémio Internacional de Jornalismo Festival de Almada, no valor de cinco mil euros, para distinguir o melhor texto publicado sobre esta mostra de teatro.
O Festival abrirá com o espectáculo «Gulliver», de Jaime Lorca, uma produção de dança CulturArte de Moçambique, no dia 04 de Julho, na Escola D. António Costa, em Almada, e encerrará em Lisboa, no IFP, no dia 18, com a apresentação da peça «A última história de Werther», de Inês Leitão, encenada por João Meirelles.
Diário Digital / Lusa