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Ozono: Investigadores explicam concentração em Vila Real

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Ozono: Investigadores explicam concentração em Vila Real

As elevadas concentrações de ozono, registadas frequentemente na Serra do Alvão, poderão resultar do aumento da temperatura e da influência de massas de ar quente provenientes do norte de África, sustentou uma investigadora da Universidade de Vila Real.

Margarida Correia Marques coordena há dois anos uma investigação que pretende descobrir porque motivo o Parque Natural do Alvão (PNA), em Vila Real, zona sem fábricas e com pouco trânsito, regista frequentemente níveis elevados de ozono.

O projecto denominado «Poluição atmosférica fotoquímicas no Nordeste Transmontanos: origem, transporte e poluição» junta cerca de três dezenas de investigadores e estudantes das universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro, (Vila Real), Aveiro, Nova (Lisboa), Fernando Pessoa (Porto) e Instituto Politécnico de Bragança.

A investigação teve início depois da Estação de Monitorização de Lamas d'Olo, no PNA, ter registado, em 2005, mais de 300 horas de ultrapassagem do limiar de informação ao público, os valores mais elevados da Europa. As conclusões do estudo serão divulgadas no decorrer de um congresso a realizar a 16 de Setembro.

De antemão Margarida Correia Marques referiu que os primeiros resultados «encontraram uma correlação entre a temperatura elevada e as concentrações de ozono no ar ambiente».

«Registamos um aumento das concentrações de ozono à medida que aumenta a temperatura. Parece-nos que as temperaturas funcionam aqui como um catalizador das reacções químicas percursoras do ozono. Depois como não há uma movimentação das massas de ar o ozono tende a concentrar-se junto à superfície e a acumular-se», acrescentou a responsável. De acordo com a investigadora, nestes períodos em que se atingem elevadas concentrações de ozono, normalmente a Península Ibérica está sob a influência de massas de ar tropicais continentais provenientes do Norte de Africa.

Na última semana, foram já emitidas duas informações à população relativas a excedências dos níveis de ozono no Alvão, tendo-se constatado que a Península Ibérica esteve, na altura, precisamente sob a influência destas massas de ar quente. Entre as 17:00 e as 18:00 de segunda-feira, dia 26 de Junho, a Estação de Monitorização de Lamas d'Olo registou excedências de 225 microgramas por metro cúbico de ar, sendo que a situação só foi regularizada às 21:00.

Margarida Correia Marques referiu ainda que estes fenómenos terminam quando esta massa de ar é substituída por uma outra de baixo teor de ozono, geralmente massas de ar marítimas. Mas outros factores como a altitude, baixas concentrações de óxidos de azoto no Alvão ou os compostos orgânicos voláteis (emissões libertadas pela vegetação), intrusões estratosféricas podem também contribuir, segundo a investigadora, para que hajam condições propícias para a ocorrência destes fenómenos de elevadas níveis ozono.

No decorrer da próxima semana, serão lançados balões com sondas meteorológicas e de ozono para avaliação das diferentes variáveis em altitude. Segundo a investigadora, a nível experimental este é o único estudo que falta realizar para o projecto ficar completo.

Margarida Correia Marques referiu ainda que esta investigação resultou na maior campanha de medições já feita no Nordeste Transmontano, que envolveu humanos e técnicos à escala nacional. Quando os níveis de concentração de ozono ultrapassam os 180 microgramas por metro cúbico de ar é obrigatório informar a população e quando a concentração média ultrapassa os 240 microgramas por metro cúbico de ar as autoridades lançam um alerta à população.

Este valor obriga as autoridades a lançar um alerta à população, pois a exposição a este poluente tem efeitos na saúde, podendo provocar tosse, falta de ar ou irritações oculares.

Diário Digital / Lusa
 
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