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Fome: Número de afectados aumentou em 50 milhões em 2007 devido à escassez de aliment

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Set 23, 2007
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Bruxelas, 03 Jul (Lusa) - A quantidade de pessoas com fome em todo o Mundo aumentou 50 milhões em 2007 devido à crescente escassez de alimentos em algumas regiões, revelou hoje o director-geral da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Este aumento do número de pessoas com fome no Mundo equivale a cinco vezes a população portuguesa e atinge valores que a FAO considera preocupantes.

O responsável da organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), o senegalês Jacques Diouf, alertou para o forte impacto do encarecimento dos alimentos e da energia no sustento da população mundial, no decorrer de uma conferência no Parlamento Europeu, em que peritos de quatro continentes estudaram o papel da agricultura para tentar resolver a crise alimentar actual.


JN

As conclusões da cimeira da FAO, realizada em Roma no mês passado e subscritas por 180 países participantes, calculavam em 862 milhões a quantidade de pessoas que sofrem de subnutrição em todo o Mundo.

Jacques Diouf apelou a medidas urgentes, coordenadas entre os governos e as instituições, para poder ultrapassar o problema da fome no Mundo, que mata centenas de pessoas diariamente.

Os participantes na conferência enumeraram factores que fizeram propagar a crise, como o desequilíbrio entre a oferta e a procura, o desenvolvimento económico de países como a China e a Índia e a expansão dos biocombustíveis extraídos de produtos de consumo pelos humanos.

Para a FAO, a especulação e as restrições às exportações agravam a crise.

Na conferência, organizada pela presidência francesa da UE, ficou um manifesto de que "é preciso duplicar a produção de alimentos no Mundo".

Tanto Diouf como o ministro da Agricultura francês, Michel Barnier, e o Comissário Europeu do Desenvolvimento, o belga Louis Michel, sublinharam que as políticas dos últimos anos "deixaram de lado a agricultura", inclusive as humanitárias, e que é preciso colocar esta actividade em primeiro plano.

Neste contexto, os participantes aludiram também à Política Agrícola Comum (PAC) da UE e ao papel que têm os subsídios comunitários - criticados pelos países emergentes - para garantir o abastecimento alimentar.

O secretário de estado da Agricultura espanhol, Josep Puxeu, defendeu que a PAC não é um problema, mas parte de uma solução para a crise alimentar mundial.

Esta discussão produz-se numa altura em que um grupo de países de Organização Mundial do Comércio (OMC) têm uma conferência ministerial marcada para 21 de Junho, com o propósito de desbloquear a Ronda de Doha, iniciada em 2001 e cujo objectivo é liberalizar as trocas mundiais.

Nesse sentido, o director da OMC, o francês Pascal Lamy, afirmou que um acordo "é viável" e que "assim que for alcançado haverá margem" tanto para as ajudas aos produtos europeus como para as políticas regionais no Terceiro Mundo.

De opinião contrária foi o ministro francês, sublinhando que não é o momento para potenciar um pacto na OMC que ponha em perigo a agricultura europeia.

Representantes de países africanos insistiram na necessidade de facilitar o acesso ao mercado, como solução para poder manter competitiva a sua produção, de acordo com o comissário da Agricultura da Comunidade Económica dos Estados da África Oeste, Ousseui Salifou.

Por seu turno, o ministro da Agricultura de Marrocos, Aziz Akhannouch, disse que é necessário "acelerar a liberalização de trocas agrícolas" e que "a UE não deve ver nisso uma nova competência, mas sim uma oportunidade".

A comissária europeia da Agricultura, Mariann Fischer Boel, adiantou que na próxima semana, em Estrasburgo, proporá destinar o dinheiro poupado pela PAC para ajudar os agricultores dos países pobres, supondo poder dispor de entre 750 e 1.000 milhões de euros adicionais, dentro dos fundos da UE destinados ao desenvolvimento.
 
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