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Endividamento de Portugal pode tornar-se insustentável

xicca

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Cavaco Silva: endividamento de Portugal pode tornar-se insustentável



O Presidente da República, Cavaco Silva, alertou hoje para a situação "difícil" de Portugal, frisando que, se o país não aumentar a produção de bens e serviços transaccionáveis, o endividamento para com o exterior pode ser insustentável.

"O país vive uma situação difícil, mas não podemos baixar os braços. O importante é que todos tenhamos a consciência que Portugal não conseguirá voltar a aproximar-se do nível de desenvolvimento médio da União Europeia e ultrapassar as actuais dificuldades se não aumentar a produção de bens e serviços transaccionáveis", disse.

Caso contrário, "não só não temos crescimento económico, como o nosso endividamento para com o exterior pode atingir situações insustentáveis", avisou.

O Presidente da República falava aos jornalistas no final da inauguração do Observatório Astronómico da Ribeira Grande, na vila alentejana de Fronteira (Portalegre), onde também ficou a conhecer vários projectos de investimentos para o concelho.

Questionado sobre a situação económica e social do país, o Chefe de Estado incentivou os portugueses a "não se resignarem", mas lembrou que, nos últimos "dez anos", o desempenho de Portugal "não tem sido o desejado".

"Todos nós gostaríamos que o desempenho [económico do país] fosse melhor. Vivemos uma situação de afastamento do desenvolvimento médio da União Europeia há bastantes anos, mas temos que ter esperança que no futuro a situação será diferente", vaticinou.

Para tal, sugeriu, é preciso "trabalho, muito trabalho", "políticas correctas, muito correctas" e que "os portugueses e os autarcas não esperem tudo do Estado".

Instado sobre se o país está em "crise", Cavaco Silva frisou que "o Presidente da República deve evitar essa palavra", apesar de ser "óbvio" que Portugal, que teve um crescimento económico de 1,9 por cento no ano passado, "não atingirá esse crescimento" este ano, de acordo com as previsões.

"Isso é algo que nos entristece bastante, mas nós estamos a enfrentar uma situação complexa", disse o Chefe do Governo, exemplificando várias situações, como a subida do preço do petróleo, de produtos alimentares e das taxas de juro, além das limitações ao crédito.

Situações que outros países também estão a enfrentar, porventura "melhor", porque "construíram no passado almofadas" e Portugal "tem muito poucas", disse Cavaco Silva.

Questionado sobre o que o Governo pode fazer para alterar a situação actual, Cavaco Silva disse que o Executivo "tem de poder fazer alguma coisa".

"É por isso que é Governo. Eu sou o Presidente da República e nunca me tem faltado a cooperação para estimular os outros órgãos de soberania, o poder autárquico ou os próprios empresários", afirmou.

O Chefe de Estado, apesar de reconhecer que a viu, escusou-se a comentar a entrevista do primeiro-ministro, José Sócrates, quarta-feira, à RTP, referindo que "o Presidente da República não faz comentários sobre entrevistas nem do primeiro-ministro nem de qualquer líder partidário".

Na visita de hoje ao Norte Alentejano, com passagens por Alter do Chão e Fronteira, o Presidente da República fez questão de defender a necessidade de um "esforço adicional" dos poderes públicos em relação àquela "zona da raia", onde não devem ser esquecidos pequenos investimentos que possam ajudar a atrair empresas e fixar população.

"Determinados pequenos investimentos têm uma rentabilidade muito mais elevada do que grandes investimentos", salientou Cavaco Silva, que terminou a sua deslocação ao Alentejo já no distrito de Évora, com uma visita ao Paço Ducal de Vila Viçosa, tutelado pela Fundação Casa de Bragança.



Fonte: Público
04.07.08
 
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