• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Desde 2000, sector perdeu profissionais e embarcações, mas conseguiu ganhar produtivi

xicca

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Abr 10, 2008
Mensagens
3,080
Gostos Recebidos
1
Pesca perdeu 8 mil profissionais e 2113 barcos desde o início de 2000
Desde 2000, sector perdeu profissionais e embarcações, mas conseguiu ganhar produtividade

Desde o ano 2000, oito mil pescadores deixaram de trabalhar na actividade piscatória e há menos duas mil embarcações no país. Houve ganhos de produtividade, mas quem vive do mar garante que não é suficiente.

A 31 de Dezembro de 2000, o Instituto Nacional de Estatística (INE) contabilizava 25 021 pescadores matriculados em Portugal, e no final de 2007 esse número havia descido para 17 021, segundo dados ontem divulgados pela mesma instituição. Em sete anos, o número total de embarcações de pesca no país também diminuiu, passando de 10 750 para 8637 (menos 2113). Tendo em conta apenas as embarcações motorizadas, a frota passou de 8420 para 7077.

Para Miguel Cunha, presidente da Associação de Armadores de Pescas Industriais, a redução foi necessária para que o sector ganhasse competitividade e produtividade. "Estamos a pescar mais e com menos acidentes de trabalho. Ao contrário do que se tem feito crer, a frota modernizou-se e tornou-se mais eficiente, embora ainda não seja suficiente", considera.

De facto, segundo o INE, foram descarregadas, em 2000, cerca de 166 mil toneladas de peixe; no ano passado, foram capturadas 161 mil toneladas, com menos embarcações e homens a trabalhar.

Os descarragamentos obtidos em 2007 significam um aumento de 14% na quantidade de pescado descarregado, face ao ano anterior, e de 13% no valor conseguido obtido com as descargas (cerca de 275 milhões de euros). Com esta produção, o rendimento empresarial líquido do sector das pescas aumentou 6,9%, depois de três decréscimos consecutivos.

Para o aumento dos descarregamentos, contribuiu sobretudo a pesca de cerco, cuja produção aumentou 33%, para 68 mil toneladas, graças à subida das capturas de sardinha (+20,4%), cavala (85,7%) e carapau (56,5%). Pelo contrário, a pesca por arrasto registou um decréscimo de 18,5%, ficando por 16 mil toneladas descarregadas.

Apesar da melhoria global do pescado descarregado, a dependência face ao exterior manteve-se. O défice do comércio internacional atingiu 877 milhões de euros. Foram registadas entradas de 422 mil toneladas de peixe no país, correspondentes a 1,4 mil milhões de euros. As saídas atingiram 144 mil toneladas, correspondentes a 518 milhões de euros. O sector nacional da pesca apresenta uma taxa de cobertura de 37%. Ou seja, apenas um terço das necessidades do país é assegurado internamente.

Ainda segundo as contas de 2007, o ano ficou marcado pela saída de actividade de 246 embarcações, contra 168 que entraram, e por um novo decréscimo do número de profissionais no sector. Os 17 021 pescadores matriculados nas capitanias marítimas representam menos 240 face ao ano anterior.

Segundo Miguel Cunha, a reestruturação do sector terá de continuar: "Os navios que estão obsoletos devem ter condições para poderem sair condignamente do sector. Não há oferta de pesca para todas as embarcações", afirma, lembrando que "a pesca é uma actividade regulada, que depende das quotas estabelecidas, que diminuíram". As estatísticas mostram esta evolução: no ano passado, as possibilidades de pesca em águas comunitárias diminuiu 3%, segundo o INE.



Fonte: JN
05.07.08
 
Topo