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Biografia de Catarina de Bragança salienta papel político

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Biografia de Catarina de Bragança salienta papel político

Uma nova biografia de Catarina de Bragança, que casou com Carlos II, salienta o papel político que teve enquanto regente em Portugal e revela outras facetas da mulher que introduziu o protocolo do chá em Inglaterra.

Intitulada «Catarina de Bragança (1638-1705)», a obra, da autoria de Joana Almeida Trony, não traça apenas uma biografia, salientando «a integração da infanta na política de legitimação e consolidação da dinastia de Bragança», realçou a historiadora Maria Paula Lourenço.

Em declarações à Lusa, Joana Almeida Trony afirmou que, enquanto regente do Reino de Portugal, já viúva, Catarina de Bragança «teve uma política activa, designadamente na preparação das tropas portuguesas em vista da guerra de sucessão em Espanha, em que Portugal tomara partido por Carlos III».

Catarina exerceu a regência em dois curtos períodos, em 1704 quando o Rei seu irmão Pedro II se deslocou à Beira e em 1705 quando este adoeceu gravemente. «Foi uma regente activa, com sentido de Estado, manteve a política diplomática de apoio a Carlos III de Espanha, que contava com o apoio tácito de Inglaterra, mas de forma concreta, dando os meios necessários às tropas portuguesas», sublinhou.

A Rainha, que ficou conhecida por «introduzir o chá em Inglaterra como prática social», foi «uma mulher forte ultrapassando conjuras que puseram até a sua vida em risco». Na opinião de Joana Trony, o facto de Catarina de Bragança não ter dado herdeiros à Coroa «de certa forma enfraqueceu o seu papel, mas teve sempre ao lado o Rei Carlos II que tinha um grande sentido de família».

Catarina contou com o apoio expresso do Rei quer «na tentativa da Corte para que a repudiasse por não dar filhos, quer quando da conspiração papista em que foi acusada de tentar envenenar o Rei para que o seu irmão Jaime subisse ao trono e instaurasse a religião católica, sob sua liderança».

«Será o próprio Rei quem desmentirá o boato, e o irmão suceder-lhe-á de facto sem que o catolicismo seja instaurado», acrescentou a historiadora. Em Londres, a Rainha foi acompanhada pelos franciscanos arrábidos, cujas obras apoiará e, mais tarde, já em Lisboa, pelos jesuítas.«Em Inglaterra - referiu - , os franciscanos arrábidos são importantes junto da Rainha e ela escolherá os seus confessores dentro desta ordem.

Em Portugal, a tendência vai para os jesuítas, e o confessor será precisamente o padre jesuíta Manuel Pires, que terá influência grande na regência do Reino». A historiadora estudou a presença da filha de D. João IV em Londres «na perspectiva da ligação aos elementos portugueses e aos assuntos de Portugal».

Na capital inglesa, Catarina de Bragança, «à semelhança de seu pai, tem gosto pela música, e a sua capela, que foi o único templo católico de uma personalidade da Corte aberto ao público em terras anglicanas, será também um veículo de divulgação de uma musicalidade portuguesa».

O livro, editado pelas Edições Colibri, é a tese de mestrado de Joana Almeida Troni, que prossegue investigações no âmbito da Casa Real Portuguesa durante o reinado de Pedro II (1667/1706). Segundo a investigadora, «é um período aliciante e que se encontra ainda pouco conhecido».


Diário Digital / Lusa
 
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