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Yahoo aposta em abertura para alcançar Google em buscas

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Fev 4, 2008
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Radical mudança de postura do Yahoo contempla detalhamento de resultado e até edição do algoritmo para aprimorar sistema de busca.

Os números são desanimadores e já vêm piorando há meses: segundo a última análise da comScore, o Google domina quase 60% (59,8%) de todas as buscas feitas no planeta, elevando lentamente sua participação enquanto os rivais diretos caem.

O desânimo, evidentemente, reside no lado oposto à opressora liderança do Google. Segundo lugar histórico desde que a precisão dos resultados do serviço criado por Sergey Brin e Larry Page o desbancou da liderança, o Yahoo amarga tempos difíceis além da participação de 21,3% no setor.

Não bastasse a desistência da Microsoft na bilionária aquisição proposta em fevereiro e as conseqüentes ameaças dos investidores em forçá-la a aceitar a oferta, o buscador perdeu pela primeira vez, em abril, o posto de companhia com serviços com o maior número de usuários nos Estados Unidos. O novo líder? O Google, mais uma vez.

Entre notícias ruins, a postura do Yahoo parece próxima à máxima de que “quando não se tem nada, não há nada a perder” cantada por Bob Dylan na clássica “Like a Rolling Stone”, principalmente em busca.

Após oferecer por anos um serviço sem qualquer mudança significativa nos últimos anos, fora as convencionais mudanças de algoritmo e adição de buscas pontuais, como imagens, notícias e vídeos, o Yahoo mudou radicalmente sua postura em busca.

No calor dos boatos envolvendo a proposta da Microsoft, veio a primeira novidade: o buscador abriria parte da sua ferramenta para que desenvolvedores criassem aplicativos que deixassem as informações encontradas mais ricas.

Os primeiros resultados do projeto, apelidado de Search Monkey, mas chamado oficialmente de Yahoo! OpenSearch, começam a ser experimentados por usuários norte-americanos a partir deste mês, após o Yahoo abrir a plataforma para toda a comunidade de desenvolvimento.

Na prática, desenvolvedores poderão criar aplicativos que poderão ser acrescentados aos resultados de busca pelo próprio usuário para, à sua maneira, enriquecer a maneira como os dados são apresentados.

Em um exemplo claro, o Yahoo demonstra como o SearchMonkey poderá mudar a forma como se procura uma pizzaria ou um filme no buscador – ao invés de textos e links, os novos resultados têm reviews ou endereço da pizzaria e resumo ou sessões de cinema para o filme.

Tecnicamente, são duas os tipos de melhorias que o SearchMonkey permitirá à busca: aplicações do tipo Enhanced Results, em que os textos tradicionais dos resultados são trocados por informações multimídia; e o Infobar, que acrescenta uma caixa de conteúdo extra ao resultado com links, material externo e metadados.

O suporte do buscador a padrões semânticos, como RFID e Microformatos, anunciado em março, dá impulso à pretensão do Yahoo em tornar a disposição de dados buscados mais organizada e tentar aproximar a lista de dados encontrados com as necessidades do usuário.

As mudanças, no entanto, não estão apenas na maneira como os resultados são reproduzidos. Em uma ação arriscada para qualquer companhia que tem como principal fonte de receita a plataforma de publicidade integrada ao buscador, o Yahoo admitiu que está em seus planos permitir que desenvolvedores interfiram no seu algoritmo.

Como comparação, o rival Google tem um cuidado tamanho com o setor de engenheiros e matemáticos da empresa com permissão para lidar com (e mexer no) PageRank, tecnologia para relacionar resultados baseado na quantidade de referência por trás da popularidade do buscador.

O cuidado fez com que o buscador elevasse Amit Singhal, responsável por definir os critérios que compõe o ranking de resultados do Google, ao cargo de Google Fellow, título interno da empresa abaixo apenas do triunvirato responsável pelo gerenciamento do gigante de buscas.

Ainda que o gerente geral de busca no Yahoo, Cris Pierry, admita que está nos planos permitir edições no algoritmo, o buscador não esclarece se um grupo especial de desenvolvedores terá o privilégio ou se adotará medidas para impedir que o interesse da auto-promoção afete a qualidade dos resultados, principal empecilho enfrentado pelo Wikia Search.

Evidentemente, não é aí que estão as atuais preocupações dos executivos do Yahoo em busca. Antes de tudo, é preciso atrair a atenção tanto de desenvolvedores como dos usuários, para quem o Yahoo terá de mostrar que a mistura de conteúdo pode ser uma boa.

A integração de diferentes conteúdos multimídia se localiza em diferentes estágios dentro da corporação. Ainda que a Índia seja o laboratório de testes que o Yahoo chama de Glue Pages, com a mistura de links, textos, imagens e vídeos nos resultados, usuários brasileiros já podem ter uma prévia da funcionalidade.

Enquanto o rival Google trouxe, quase na surdina, sua Busca Universal para o Brasil, o Yahoo também experimenta a integração de serviços próprios, como o Notícias ou Respostas a partir de uma mesma página, onde também estão sugestões dinâmicas baseadas no termo usado - algo que o Google faz apenas estaticamente.

Assim como já havia feito com o Buzz, o Yahoo dá fortes indícios que pretende recorrer ao seu bem talvez mais valioso - a audiência.

Da mesma maneira em que se aproximou dos fornecedores de conteúdo independente, dando-lhe destaque e, principalmente, tráfego (de qualidade, classifica o Yahoo), a busca do antigo gigante online se direciona para os esforços de milhões de desenvolvedores.

A postura aprofunda uma escolha feita (ainda que sem querer) pelo Yahoo ainda na gestão de Terry Semel, quando sem se decidir entre ser uma empresa de tecnologia e um fornecedor de conteúdo, a companhia se viu forçada a assumir o papel de agregador de comunidade e conteúdos externos - o colunista Marcelo Coutinho discorre mais sobre o assunto.

É difícil dizer, e nenhum dos executivos do Yahoo ouvidos pelo IDG Now! se arriscaram a tecer qualquer comentário (por uma questão de falta de informação, esclarecem), se a Microsoft, caso arremate o Yahoo Search na suposta negociação retomada, manterá os planos atuais do buscador.

Em meio às incertezas do acordo e das “apostas agressivas” que o Yahoo admite estar tomando para ganhar espaço em busca, há, pelo menos, uma certeza: caso a negociação com a Microsoft se concretize, o Yahoo perde a necessidade urgente de gerar receita com a ferramenta e ganha espaço para experimentar.

Fonte:tecnologia digital:espi28:
 
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