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Cabo Verde: Biografia de Bana lançada quinta-feira

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Cabo Verde: Biografia de Bana lançada quinta-feira

Bana, o «Rei da Morna»,76 anos, vai ser quinta-feira alvo de mais uma homenagem - um livro que conta toda uma vida, a sua, dedicada à música de Cabo Verde.

A apresentação da biografia de Adriano Gonçalves, verdadeiro nome de Bana, vai decorrer a partir das 18:00 no Palácio Foz, em Lisboa, na presença da autora, Raquel Ochoa, uma jurista que assume a paixão pela «morabeza».

Em declarações à Lusa, Raquel Ochoa, 28 anos, natural de Lisboa, esclareceu que a obra, intitulada «Bana: Uma Vida a Cantar Cabo Verde», vai também ao encontro da própria história do arquipélago, romanceada, por vezes, em torno das suas gentes.

«É quase como se fosse um romance. Paralelamente à biografia de Bana é também uma espécie de biografia de Cabo Verde, sobre o que é Cabo Verde e quem são os cabo-verdianos», precisou a autora.

O livro, com cerca de 200 páginas, tem chancela da Editora Planeta Vivo.

A homenagem, destinada apenas a convidados dada a exiguidade do espaço, conta com o patrocínio da Embaixada de Cabo Verde em Lisboa e tem a participação de dezenas de amigos de Bana, em particular de Celina Pereira, Tito Paris e Leonel Almeida, que cantarão alguns dos temas que celebrizaram o autor/compositor.

Há cerca de dois meses, Bana sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), mas, após o período de hospitalização, são poucas ou nenhumas as sequelas, disse hoje à Lusa a cantora e amiga Celina Pereira.

«Já o vi a cantar, de violão na mão, em casa de amigos, e posso dizer que é um Bana ressuscitado. Canta, logo existe», realçou a cantora cabo-verdiana, que será a apresentadora da homenagem.

Bana, aliás Adriano Gonçalves, nasceu a 11 de Março de 1932 na freguesia de Nossa Senhora da Luz, no Mindelo.

Desde pequeno que o «gigante» passou a ser conhecido por Bana, para não fugir à regra de que, em Cabo Verde, há sempre um «nominho», um nome «da casa», de afeição, de carinho.

Juntando-se ao coro dos diferentes cantores que contavam e cantavam as mornas, os amadores dos violões, das violas e dos cavaquinhos apercebem-se rapidamente da voz invulgar, «admitindo-o» entre os grandes de então.

Um deles ficou particularmente encantado com a voz de Bana: nem mais nem menos do que o célebre compositor e poeta B. Leza, que o apresentou, em 1959, numa digressão que a Tuna Académica de Coimbra efectuou por São Vicente.

Entre os responsáveis pela Tuna figuravam o escritor, romancista e jornalista Fernando Assis Pacheco e o poeta e político Manuel Alegre, que tentaram trazê-lo a Portugal para actuar.

No entanto, seria em Dakar (Senegal) que Bana gravaria o seu primeiro disco e daria os seus primeiros espectáculos.

De Dakar, segue para Paris, onde permanece até 1968 e grava mais dois LP, e para a Holanda, publicando mais dois «long-play» e seis EP, muito em voga na altura.

É no ano seguinte, 1969, que surge o convite para se deslocar a Portugal.

Foi na inauguração da Casa de Cabo Verde, em Lisboa, na companhia de dois dos seus amigos, Luís Morais e Morgadinho, com quem formara, em 1966, o conjunto Voz de Cabo Verde, ainda com Toy da Bibia.

Ao longo de uma carreira de mais de 60 anos, Bana publicou mais de meia centena de LP e EP, em grupo ou a solo, e participou em quatro filmes - dois franceses, um alemão e um luso/cabo-verdiano.

«Embaixador» da música cabo-verdiana, por ser pioneiro em levá-la aos quatro cantos da Europa e África, Bana já foi reconhecido com várias condecorações e homenagens, quer em Cabo Verde quer no estrangeiro.


Diário Digital / Lusa
 
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