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Jovem agricultor fugia da escola para semear arroz

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Fev 4, 2008
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Nos campos do Mondego, junto à povoação de Lares, Figueira da Foz, um jovem agricultor cedo encontrou a vocação e o gosto pela terra, que o levava, em criança, a fugir da escola para semear arroz
«Desde miúdo que ando nisto, fugia da escola e vinha para aqui. É nos campos que gosto de estar pela liberdade que a terra dá», disse à agência Lusa Pedro Godinho.

Os campos de arroz bordejam a linha de comboio que liga a Figueira da Foz a Coimbra: se de um lado, a vista alcança a foz do Mondego e a cidade em fundo, do outro resta a pequena povoação de Lares, situada no fim de uma via municipal que termina na central eléctrica em construção pela EDP.

O retrato geográfico ilustra as palavras de Pedro Godinho, 29 anos, que garante ser o único jovem da zona a optar pela agricultura: «Da minha idade sou o único aqui, ninguém vai para a terra, vão todos para a cidade e ninguém quer saber disto», diz.

Ali possui cinco hectares, uma pequena parte de um negócio de família, a produção de gado e arroz, cujas terras se estendem por 90 hectares, próprios ou arrendados, e outros 30 adstritos às forragens que servem de alimento aos animais.

O pai, Augusto, leva 26 anos de agricultor de arroz e Pedro acompanhava-o, em criança, quando aquele cereal ainda se semeava à mão, longe dos tempos actuais das máquinas e do curso de agro-pecuária que espera terminar em breve.

«Aprendi a profissão no meio dos homens, no campo. A teoria também é importante mas, na prática, ajuda mais o ensinamento dos mais velhos», asseverou.

A meio do liceu a escolha já pendia para a agricultura mas a falta de opções para prosseguir os estudos, levou-o a decidir pela área de desporto, a exemplo do irmão.

Os campos de futebol passaram a rivalizar com os de arroz na vida de Pedro Godinho, o sonho de uma carreira - iniciada nas equipas de formação da Naval 1º de Maio - levado até à idade adulta nos campeonatos distritais, em equipas da região.

Porém, há dois anos, o futebolista deu de vez lugar ao agricultor: «Principalmente porque gosto, é um negócio de família que não quero deixar», sustentou.

Agora os dias são passados a tratar da terra, na companhia do pai e sem empregados, apesar de sublinhar as recorrentes dificuldades por que passam aqueles que pretendem apostar na agricultura em Portugal.

«As ajudas são poucas ou nenhumas. O meu futuro é este mas é muito difícil, vai dando para pagar as contas», referiu.

Para além do arroz, a produção de gado sustenta um talho, propriedade do Pai, no mercado municipal, onde o jovem agricultor acaba por passar parte dos dias, privado do ar do campo.

«Quando tenho de lá ficar, às vezes até me sinto mal. É um espaço pequeno, aqui na Natureza é que me sinto bem», revela.

SOL
 
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