• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Gasolina e gasóleo a caminho dos 3 euros

Hdi

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 10, 2007
Mensagens
3,920
Gostos Recebidos
0
Crise dos combustíveis.

Estudos Relatórios de peritos mostram o que ainda há pouco parecia ficção científica: o petróleo vai chegar aos 250 dólares em poucos anos.

e21456e4.jpg


Gasolina a €3 o litro, tumultos sociais generalizados. O cenário está cada vez mais longe de ser ficção científica. E se acha que a situação actual é dramática, então o melhor mesmo é agarrar-se à cadeira.

A bomba de gasolina tornou-se o pesadelo do cidadão. A mangueira que enche o depósito do camião ou da viatura particular é o braço armado do novo choque petrolífero que nasceu em 2001 e veio para ficar. O barril de petróleo quase quadruplicou entre 2001 - preço médio anual de 26 dólares, para todas as variedades - e o final do primeiro quadrimestre deste ano, situando-se acima dos 100 dólares, em média. O risco é termos, na Europa, a gasolina a €3 antes de 2012 e globalmente um período de grande 'turbulência' até 2030, como revelou a Shell, num estudo sobre cenários.

É o mais longo período de aumentos sucessivos desde o último choque petrolífero dos anos 1980, como sublinha Noureddine Krichene, especialista do FMI, num relatório divulgado esta semana. Esta persistência revela que a alta não é passageira, ao contrário de situações anteriores. Os analistas prevêem que o preço ainda possa duplicar nos próximos cinco anos. A Goldman Sachs já veio falar da possibilidade do barril chegar aos 150 a 200 dólares nos próximos dois anos.

Na Europa, o aumento dos combustíveis, só nos primeiros quatro meses do ano, já se cifra entre 10 e 16% para a média da União Europeia a 15. Em Portugal, o número de aumentos nestes meses chegou às duas dezenas.

Finalmente, as ilusões com a almofada da divergência cambial entre o dólar (divisa em que se paga o petróleo) e o euro esfumaram-se - de Janeiro de 2007 até agora, o preço em euros do Brent (a referência para os europeus) duplicou.

Alguma oscilação em baixa poderá ser introduzida no preço do barril, se a Reserva Federal americana inverter a sua política monetária e o dólar se valorizar com algum significado, como é, agora, abertamente reclamado por muitas vozes no FMI. Isso poderá significar, no entanto, que, apesar de uma baixa nominal em dólares, os europeus tenham de continuar a sentir uma subida, por efeito da desvalorização, agora, do euro face à divisa americana.

Esta subida consistente do preço do barril de ouro negro tem razões 'estruturais'. A 'culpa' é da expectativa de proximidade de um tecto histórico de produção máxima, a partir do qual se assistirá a uma contracção da oferta. A ideia popularizou-se com a designação de pico do petróleo. Este cenário, que era uma teimosia de um grupo a contracorrente de geólogos reformados, tornou-se, desde o ano passado, em doutrina respeitável.

A mais recente voz autorizada, de "dentro" do mercado da energia, a aderir ao 'clube' do pico foi a Shell. O seu relatório recente sobre os cenários para 2050 apresenta 2015 como o ano "em que o crescimento da produção de petróleo e gás facilmente acessível já não satisfará a taxa de crescimento projectada para a procura", particularmente por força do peso dos emergentes que representarão 1/3 do consumo mundial. Turbulência até 2030

Seguir-se-á um período de "turbulência" até 2030, altura em que a Shell prevê que o optimismo económico regressará em pleno. No fundo, temos pouco mais de duas décadas como janela de oportunidade para "transições revolucionárias" (nas palavras da Shell).

Contudo, a par do pico do petróleo e do gás, há uma convergência de mais sinais negativos. O Energy Watch Group estima que o pico do carvão ocorrerá por alturas de 2025. Apesar da pressão do lóbi mundial do nuclear, não se espera, no cenário mais optimista, que ultrapasse os 7% (mais um ponto que actualmente) do total de energias primárias em 2050. O conjunto das energias renováveis poderá atingir 30% em meados deste século. Apesar de mais do que quadruplicar em peso no consumo da energia mundial, é ainda insuficiente para ofuscar o peso dos combustíveis fósseis que, ainda, deverão pesar mais de 60% daqui a quarenta e dois anos.

Os especialistas inclinam-se, por isso, para a necessidade de apostar no "nono passageiro" (tendo em conta que os outros oito são petróleo, gás, carvão, nuclear, biomassa, solar, eólica e outras renováveis): a eficiência energética. Que começa por coisas simples que alguns apelidam de "revolução cultural nas bases": feche as luzes quando não são necessárias, desligue o computador e o televisor depois da utilização, mude para os híbridos nas viaturas particulares, ande de transportes públicos, reduza deslocações, aposte mais no teletrabalho.

É claro que há um conjunto de dores de cabeça que ficam por resolver com estes pequenos passos: os transportes de mercadorias rodoviários e aéreos (estes dependem a 100% do petróleo), a baixa ineficiência energética nos países emergentes e a política de subsídios aos combustíveis fósseis que desincentiva a mudança e a inovação tecnológica.

71771ed6.jpg


Expresso
 
Topo