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Sócrates 'assalta' a Galp e distribui dinheiro

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Fev 4, 2008
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Sócrates retira 110 milhões de euros à Galp e gasta 80 milhões de euros em apoios sociais. No IRS de 2009, os descontos de juros crescem 293 euros. Já em Setembro, mais 400 mil estudantes passam a ter apoios na compra de livros e os passes L1,2,3 e Andante descem para metade do preço
O negócio "Robin dos Bosques" ou a "receita de Putin", é simples. Sobre os 400 milhões de euros em lucros extraordinários previstos pela Galp em 2008, o Governo taxa 25%. Recolhe, assim, 110 milhões de euros e financia o "pacote social" de emergência, ontem anunciado pelo primeiro ministro, José Sócrates, no Parlamento, para combater os efeitos sobre as famílias dos aumentos do preço do dinheiro (taxas de juro), petróleo e alimentos básicos .

Para "apoiar as famílias", Sócrates vai alterar o IRS, o IMI, financiar passes escolares e alargar a acção social escolar no ensino básico e secundário (ver caixas). Com isto o primeiro ministro consegue beneficiar mais de um milhão de famílias portuguesas, apoia 700 mil alunos e gasta - cálculos rápidos e de origem governamental - cerca de 80 milhões de euros. Sobram 25 milhões de euros, que poderá servir como margem de segurança ou mesmo para compensar as autarquias.

Não se tratam de trocos. No IRS, por exemplo, quem ganha 17 mil euros anuais (o que engloba o primeiro e segundo escalão do imposto) poderá, em 2009, deduzir 879 euros em juros e amortizações com a casa. Será mais 293 euros do que o deduzido no imposto em 2008. Os "passes" para os estudantes são substancialmente reduzidos. O L 1,2,3, que custa hoje 52,5 euros, passa em Setembro para metade. No Porto, o "Andante" baixa de 17,6 euros para 12,45 euros.

"Quem mais tem deve contribuir para apoiar quem mais precisa". Referindo-se à oposição como os "partidos de direita", o ímpeto redistributivo de Sócrates, copiou a receita de Putin - o czar russo utilizou esta via para corrigir o orçamento russo . Assim, tirar ao rico (Galp) para dar aos pobres, obriga a um imposto especial junto da petrolífera. Desde o princípio deste ano, a refinadora já conseguiu só em lucros extraordinários, quase 200 milhões de euros.

É muito dinheiro, quando nas ruas, automobilistas, transportadores, taxistas, contestam o ISP, o imposto sobre os combustíveis. "É preciso ser firme na recusa de pretensas soluções como a baixa de impostos sobre os combustíveis", afirmou Sócrates, reconhecendo, no entanto, que "essa subida" da cotação internacional do petróleo valorizou "de forma extraordinária certos activos das empresas petrolíferas".

Este resultado extra da Galp é alcançado graças à diferença de preços entre o valor de compras das ramas petrolíferas e o preço de venda nas bombas de gasolina. Entre os dois eventos há uma "décalage" de pelos menos três meses. Ora, o preço de venda nas bombas não é em função do custo das ramas, mas da cotação semanal do mercado de Roterdão, Holanda. Os preços ditados por Roterdão são, sempre, superiores ao custo de refinação com o petróleo comprado à três meses (ver caixa).

O calendário escolar abre em finais de Agosto, após o regresso das férias. Em média, as famílias gastam por ano cerca de 300 euros em livros e manuais escolares, fora alimentação em cantinas. Até agora estavam libertos desse fardo as famílias de 230 mil alunos. De uma penada, Sócrates aumenta para 700 mil, a lista de beneficiários dos apoios no âmbito da acção social escolar.|

DN
 
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