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Bolsas dos EUA caem com temores sobre hipotecas e alta do petróleo

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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A Bolsas americanas encerraram em queda nesta sexta-feira, após uma sessão de grande instabilidade e nervosismo em Wall Street a respeito do futuro das empresas do sector hipotecário Freddie Mac e Fannie Mae e com a alta do preço do petróleo.

A Nyse (Bolsa de Valores de Nova York, na sigla em inglês) registrou baixa de 1,14%, com o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA) a 11.100,54 pontos, depois de se situar abaixo do patamar simbólico de 11 mil pontos, o que não ocorria desde Agosto de 2006. Já S&P 500 caiu 1,11%, para 1.239,49 pontos, e a Bolsa Nasdaq recuou 0,83%, indo para 2.239,08 pontos.

"Foi uma sessão muito agitada, com os problemas de Fannie Mae e Freddie Mac, com o petróleo, que alcançou preços recorde e com o dólar, que atingiu seu nível mais baixo frente ao euro", resumiu Peter Cardillo, da Avalon Partners.

A nova disparada do petróleo pressionou os mercados nesta sexta-feira, ao fechar com alta de 2,42% na Nymex (New York Mercantile Exchange), cotado a US$ 145,08. No início da sessão, no entanto, o preço do barril bateu novo recorde histórico de preços ao passar dos US$ 147.

A tensão crescente no Oriente Médio (com os testes do Irão com mísseis), na África (com o risco de novos conflitos na Nigéria) e a possibilidade de uma greve da Petrobras na próxima semana afectou a confiança dos investidores na capacidade do mercado de lidar com os temores de escassez do produto frente à expansão da demanda.

As tensões no Irão e na Nigéria reverteram a tendência de redução no preço da commodity, que vinha sendo registrada nesta semana.

Por sua vez, as acções das duas gigantes americanas do sector hipotecário --Fannie Mae e Freddie Mac (que contam com o respaldo do governo)-- registram queda acentuada nesta sexta-feira.

O governo americano pode ter de intervir e assumir o comando de ambas, caso a situação financeira delas, em meio à crise que atinge o sector hipotecário em particular, e financeiro de modo geral, se agrave, segundo fontes ouvidas pelo diário americano "The New York Times" ("NYT").

A queda livre das acções das duas empresas hipotecárias fez o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, reagir. Ele transmitiu uma mensagem de calma aos mercados, ao dizer que o governo americano quer que as gigantes hipotecárias continuem com seu trabalho.

"Nosso objectivo é respaldar Fannie Mae e Freddie Mac em seu estado actual enquanto realizam sua grande missão", disse Paulson em comunicado.

A Fannie Mae, criada em 1938 como parte do New Deal que tirou os EUA da Grande Depressão, e a Freddie Mac compram hipotecas dos bancos e de outras pessoas que fazem empréstimos privados e as combinam em pacotes de investimento, o que aumenta a liquidez do mercado hipotecário.

A mensagem de Paulson foi interpretada como um sinal de que o governo quer que as duas firmas, que foram criadas a pedido do Congresso e cotam em bolsa, sobrevivam como companhias de apoio estadual.

Alguns investidores, no entanto, aproveitam a queda dos preços das duas empresas para comprar suas acções. Os papéis da Fannie Mae caíram 22,3% (para US$ 10,25), mas chegaram a declinar quase 50% no princípio do pregão. As acções da Freddie Mac fecharam a sessão em queda de 3,12% (US$ 7,75), o recuo chegou a ser de 51,25%, uma hora após a abertura das bolsas de Nova York (US$ 3,90).

As duas empresas têm em seu poder ou garantiram hipotecas no valor de US$ 5 triliões e teme-se que, se ocorrer um colapso nas operações, seja gerado um caos no sistema financeiro do país e na economia em seu conjunto. Analistas do sector temem que ambas possam registrar prejuízos muito superiores aos US$ 11 biliões já perdidos em decorrência da crise hipotecária no país nos últimos meses, segundo o "NYT".

Diferentes analistas indicam que as companhias serão obrigadas a arrecadar mais capital mediante a emissão de acções adicionais.

A perspectiva de o governo dos EUA ter de fazer uma injecção substancial de capital, a fim de ajudar as duas a se manterem abertas seria ineficiente, diz o "NYT", uma vez que os mercados já entendem que o governo é que oferece garantia a ambas. Segundo as fontes ouvidas pela reportagem, o governo ainda não tomou nenhuma posição quanto a uma lei desse tipo.


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