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16 mil discos em casa

sabata

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Ago 20, 2007
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É, provavelmente, o maior coleccionador de discos do País. Vítor Coutinho tem 16 mil discos - metade dos quais em vinil. Só dos Beatles conseguiu reunir 800 diferentes. Começou a colecção quase por acaso, influenciado pela avó. Mas só comprou gira-discos quando já tinha meia centena de exemplares
De disco em disco, Vítor Coutinho mostra, orgulhoso, o resultado de 40 anos de amor à música: se não for o detentor da maior colecção privada de discos em Portugal, entre vinil e CD, não andará muito longe. Um espólio que ronda os 16 mil discos, metade ainda em vinil, e entre os quais se contam verdadeiras raridades, religiosamente guardadas em armários de seis metros de altura, alguns ainda por abrir, dentro dos plásticos originais.

"Está tudo organizado à minha maneira. Já me levantei a meio da noite para ir procurar um disco que afinal estava era fora do sítio", conta ao DN gente. Empresário de ourivesaria em Viana do Castelo, Vítor Coutinho, de 52 anos, começou a "carreira" de coleccionista em 1967 quando, das mãos de um primo, recebeu uma prenda que ficaria para a história: os singles World e Mighty Queen, respectivamente de Bee Gees e Manfred Mann. "Nem sequer tinha gira-discos, mas decidi começar a juntar algum material. Só quando a colecção já ultrapassava a meia centena de discos é que comprei um aparelho para os tocar", recorda.

É capaz de ainda hoje comprar discos "de manhã, à tarde e à noite, todos os dias", passatempo de que não se cansa.

"Se tenho esta colecção, muito devo à minha avó, que, no início, me financiou as compras", explicou. Empoleirado num escadote de vários metros, que utiliza para organizar a sua colecção, mostra relíquias, entre as quais, como não podia deixar de ser, se conta tudo o que se possa imaginar dos Beatles. "São o abecedário da música. Tenho mais de 800 discos deles e só do tema Strawberry Fields Forever contei mais de 30 versões diferentes."

Entre estes estão raridades como um LP de Help, mas produzido especialmente para a petrolífera Shell, com uma concha de fundo. "Foi feito para distribuir pelos funcionários da empresa na Holanda. Mas eu consegui arranjar um."

Ainda dos Beatles, e em vinil, a mais recente estrela da colecção de Vítor Coutinho é um conjunto de 24 discos, de produção japonesa, com o melhor do grupo britânico, em que gastou mais de 750 euros. Coisa pouca quando recorda uma feira de vinil em que, só em Beatles, investiu, em poucos minutos, algumas centenas de euros.

"Sou um tipo que teve sorte em ter condições para juntar esta colecção, foi um clique que me deu a dada altura da vida. Mas acho também que tenho algum bom gosto", admite, denotando uma cultura musical ímpar.

Das prateleiras dos grandes armários, feitos à medida para a sala de casa, também ela construída de propósito para acolher a colecção, Vítor retira quase tudo o que possa pensar-se. Desde gravações não oficiais dos Beatles, álbuns com capas originais e exclusivas de Rolling Stones ou Frank Zappa, ou até vinis "embrulhados", ainda, como na sua forma original, em cuecas.

"Faz parte da criatividade dos autores e tudo isso é motivo de colecção para mim."

A colecção, que integra, entre centenas de nomes, trabalhos de Elton John, Deep Purple, Lou Reed ou Animals, está actualmente avaliada em muitos milhares de euros, mas isso não quer dizer que esteja à venda.

"Nos segundos em que o possível comprador assinaria o cheque, parte da minha vida era apagada. Acredito que a colecção ainda tem muito que aumentar e 40 mil era um número engraçado", afirma, admitindo que, "pelo sim, pelo não", a sua casa tem agora condições para acolher uma colecção de 80 mil discos.

DN
 
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