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Metais em alimentos põem sérios riscos à saúde
A globalização está a colocar maiores desafios no controlo dos alimentos ao tornar acessíveis produtos difíceis de rastrear no seu percurso e origem. O perigo pode espreitar mesmo em produtos que alegadamente nos fariam bem à saúde.
"Há pessoas que bebem litros de chá por dia na esperança de viverem 120 anos e não sabem que estão a ingerir doses metálicas muito elevadas". O alerta foi lançado por Maria de Lurdes Bastos, da Rede de Química e Tecnologia (ReQUINTE), um núcleo de investigação resultante de parceria entre a Universidade Nova de Lisboa e o Centro de Química da Universidade do Porto.
Na comunicação que apresentou ao recente Encontro com os Laboratórios Associados, a mesma especialista sublinhou a importância do controlo dos metais pesados em alimentos e da informação ao consumidor: "É importante sabermos o que comemos quando, por exemplo, comemos bivalves da Ria de Aveiro ou daqueles que vêm da Coreia", disse, referindo-se às amêijoas brancas e pretas que se tornaram vulgares nos frigoríficos das grandes superfícies desde há dois anos.
De acordo com Maria de Lurdes Bastos, haverá que monitorizar nos alimentos o teor de metais pesados como o arsénio e o cádmio (que potenciam ou desencadeiam a formação de tumores cancerígenos), bem como o mercúrio (que é nefrotóxico) ou o chumbo (que é neurotóxico e reduz os índices de inteligência). A monitorização dos riscos justifica-se tanto mais quanto há alimentos aparentemente insuspeitos: o arroz, indicou, é um dos maiores veículos de cádmio na nossa alimentação. "São fundamentais os estudos de bioconcentração dos metais tóxicos pelos vegetais", acrescentou também.
Medidas preventivas quanto aos metais pesados podem tornar-se importantes para a saúde das populações, mesmo quando não se referem à alimentação. Foi o caso citado da proibição da gasolina aditivada com chumbo, tipo de combustível que contaminava o ar respirado nas ruas e estradas. Desde então "houve uma descida abissal da concentração de chumbo no sangue das populações".
O estudo da presença dos metais pesados não deve ignorar os novos alimentos como suplementos alimentares ou dietéticos, os extractos e bebidas, afirmou ainda Maria de Lurdes Bastos. Essas são as situações que lançam novos desafios à investigação e que decorrem da globalização quando esta chega a países "em que há laboratórios e onde está tudo regulamentado", como acontece na Europa.
A monitorização constante será o método aconselhável, até porque há variantes de uma mesma espécie que podem absorver ou rejeitar a contaminação metálica.
Fonte: JN
14.07.08
A globalização está a colocar maiores desafios no controlo dos alimentos ao tornar acessíveis produtos difíceis de rastrear no seu percurso e origem. O perigo pode espreitar mesmo em produtos que alegadamente nos fariam bem à saúde.
"Há pessoas que bebem litros de chá por dia na esperança de viverem 120 anos e não sabem que estão a ingerir doses metálicas muito elevadas". O alerta foi lançado por Maria de Lurdes Bastos, da Rede de Química e Tecnologia (ReQUINTE), um núcleo de investigação resultante de parceria entre a Universidade Nova de Lisboa e o Centro de Química da Universidade do Porto.
Na comunicação que apresentou ao recente Encontro com os Laboratórios Associados, a mesma especialista sublinhou a importância do controlo dos metais pesados em alimentos e da informação ao consumidor: "É importante sabermos o que comemos quando, por exemplo, comemos bivalves da Ria de Aveiro ou daqueles que vêm da Coreia", disse, referindo-se às amêijoas brancas e pretas que se tornaram vulgares nos frigoríficos das grandes superfícies desde há dois anos.
De acordo com Maria de Lurdes Bastos, haverá que monitorizar nos alimentos o teor de metais pesados como o arsénio e o cádmio (que potenciam ou desencadeiam a formação de tumores cancerígenos), bem como o mercúrio (que é nefrotóxico) ou o chumbo (que é neurotóxico e reduz os índices de inteligência). A monitorização dos riscos justifica-se tanto mais quanto há alimentos aparentemente insuspeitos: o arroz, indicou, é um dos maiores veículos de cádmio na nossa alimentação. "São fundamentais os estudos de bioconcentração dos metais tóxicos pelos vegetais", acrescentou também.
Medidas preventivas quanto aos metais pesados podem tornar-se importantes para a saúde das populações, mesmo quando não se referem à alimentação. Foi o caso citado da proibição da gasolina aditivada com chumbo, tipo de combustível que contaminava o ar respirado nas ruas e estradas. Desde então "houve uma descida abissal da concentração de chumbo no sangue das populações".
O estudo da presença dos metais pesados não deve ignorar os novos alimentos como suplementos alimentares ou dietéticos, os extractos e bebidas, afirmou ainda Maria de Lurdes Bastos. Essas são as situações que lançam novos desafios à investigação e que decorrem da globalização quando esta chega a países "em que há laboratórios e onde está tudo regulamentado", como acontece na Europa.
A monitorização constante será o método aconselhável, até porque há variantes de uma mesma espécie que podem absorver ou rejeitar a contaminação metálica.
Fonte: JN
14.07.08