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Falta de condições e segurança preocupam naturistas

brunocardoso

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Falta de condições e segurança preocupam naturistas

Portugal tem seis praias nudistas oficiais, mas ao contrário de outras zonas balneares, estas não têm nadadores-salvadores, bares ou outras infra-estruturas de apoio.
A lei 29/94, que define o regime de prática do naturismo, estipula que estas praias devem ser isoladas e encontrar-se a, pelo menos, 1.500 metros de aglomerados urbanos, escolas, colónias de férias, hotéis, parques de campismo ou conventos, mas não acautela a segurança dos banhistas que optam pela nudez.

«As praias não têm nadadores-salvadores, não há concessionários privados que queiram pegar em praias naturistas. Estas praias não têm as condições que deveriam ter», lamentou o presidente da Federação Portuguesa de Naturismo (FPN), Rui Martins.

A praia dos Alteirinhos (Odemira), foi a última a juntar-se à lista oficial que inclui ainda as praias de Adegas (Aljezur), Barril (Tavira), Belavista (Almada), Meco (Sesimbra) e Salto (Sines).

A estas acrescem muitas outras zonas balneares «toleradas», que acolhem um número incerto de nudistas, mas que Rui Martins assegura estar a aumentar já que «as pessoas convivem melhor com o corpo que têm e libertam-se mais».

«Normalmente, quando experimentam, ficam adeptas. Há pessoas que procuram a FPN e convidamo-las a participarem nos nossos encontros. Muitas juntam-se ao movimento», garantiu.

E mais seriam, acredita o responsável da FPN, não fosse a invasão das praias naturistas por 'têxteis' (pessoas que não são nudistas) que «inibe o aparecimento de novos adeptos».

«As praias naturistas estão a ser completamente invadidas por 'têxteis'. Na semana passada, no Meco, 80 por cento dos frequentadores eram 'têxteis'. De certa maneira, isso inibe o aparecimento de novos nudistas», contou Rui Martins, acrescentando que os nudistas não estão contra os 'têxteis', mas sim «contra alguns abusos de pessoas que não são nudistas e adoptam comportamentos exibicionistas ou vão para a praia com intuitos menos próprios».

«Já fui abordado numa praia tolerada e resguardada, onde não há 'mirones', por uma senhora que me veio fazer uma proposta indecente», contou à Lusa.

Pior ainda, só os mirones, que continuam a ser uma presença quase tão habitual nestas praias como os próprios nudistas.

«Há cada vez mais mirones», disse Rui Martins, lamentando a falta de praias e infra-estruturas para nudistas.

Muitas autarquias resistem ainda a este modo de viver e, em muitos casos, o desacordo e o preconceito face ao nudismo chega a gerar conflitos, como aconteceu no ano passado na praia da Estela (Póvoa da Varzim), uma das preferidas pelos nudistas da região Norte.

«Na praia da Estela chegou a haver ameaças de grupos que pareciam milícias populares, armados com paus e pedras. São coisas que não se viam há muitos anos», lamentou o presidente da FPN.

Uma vez que as autoridades da zona «não estão muito interessadas» em legalizar a praia para a prática oficial de nudismo, a Federação optou por nem sequer avançar com um requerimento.

«Se pusermos um requerimento pode haver mais vigilância e inviabilizar no futuro a legalização da praia», justificou Rui Martins.

Oficializar uma praia depende, sobretudo, «da vontade política das autarquias» e a FPN só avança quando o processo tem fortes possibilidades de ter um desfecho favorável.

A Federação começa por avaliar a sensibilidade dos autarcas, contactando os municípios onde existem praias toleradas e frequentadas há muitos anos por naturistas.

«Só avançamos quando temos quase a certeza que o parecer nos é favorável», frisou Rui Martins

O requerimento tem ainda de passar pela consulta a várias entidades antes de poder ser aprovado pela assembleia municipal.

Para os naturistas, estar nu não é só andar sem roupa, mas reflecte também uma determinada filosofia de vida.

«O naturismo é conviver bem com o nosso corpo, não temos problemas em mostrá-lo, nem olhamos de maneira menos própria para o dos outros. Gostamos de conviver naturalmente, apanhar sol e banhar-nos nus», explicou o presidente da FPN.

Como descreve o site da FPN, os naturistas prezam a prática da nudez colectiva em harmonia com a natureza, com o propósito de favorecer a auto-estima e o respeito pelos outros e pelo meio ambiente.

Nudistas e naturistas vão reunir-se, domingo, no primeiro encontro nudo-naturista da Sociedade Portuguesas de Naturologia, uma organização que representa o naturismo em Portugal há quase 100 anos, e que vai celebrar desta forma o Dia da Amizade.

Do programa constam actividades como distribuição de folhetos informativos, piquenique vegetariano, realização de jogos e convívio, durante todo o dia na praia do Meco.

Fonte:Diário Digital / Lusa
 

xicca

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Portugal desperdiça potencial turístico do nudismo



O mercado naturista vale milhões mas o potencial turístico está a ser desperdiçado devido à falta de oferta de alojamentos e outras infra-estruturas, disse à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Naturismo (FPN).
«Muitos dos potenciais turistas acabam por ficar por Espanha, onde a legislação permite praticar nudismo em qualquer praia e existem boas condições para os naturistas. Os centros naturistas e os hotéis estão sempre lotados», sublinhou Rui Martins.

Mas em Portugal, este mercado é incipiente e explorado quase exclusivamente por cidadãos estrangeiros.

A FPN contabiliza, na sua página na Internet, dois turismos rurais e três parques de campismo (um deles parcial) direccionados para este tipo de clientes.

«Faltam infra-estruturas para o turismo. Os estrangeiros procuram locais de férias naturistas e o que existe em Portugal é muito incipiente», adiantou o mesmo responsável, assinalando que se trata de um mercado em que vale a pena investir.

Proprietário de um turismo rural vocacionado para naturistas, na zona de Silves, o britânico Bruce Allen, de 56 anos, confirma que há falta de locais específicos para os praticantes deste estilo de vida.

«Quanto mais lugares houver, mais pessoas aderem. Os naturistas gostam de ter escolhas, faz falta um hotel de maiores dimensões. Podia haver muito mais coisas, porque precisamos de mais turistas».

A Quinta da Vista acolhe sobretudo casais naturistas, normalmente com mais de 40 anos e quase todos estrangeiros, com predominância de ingleses e alemães.

Bruce gostava de receber mais portugueses, mas considera que os estrangeiros tendem a planificar as férias com mais antecedência, deixando poucas oportunidades aos cidadãos nacionais que preferem fazer reservas em cima da hora.

Por outro lado, «muitos portugueses não precisam deste tipo de acomodação. Ficam em casa de familiares ou amigos no Algarve e frequentam as praias naturistas da zona».

No perímetro da quinta e nos arredores, andar nu é normal e Bruce assegura que «nunca houve qualquer problema. Pode-se andar a vontade no campo ou na piscina».

Jikke Wilschut, uma holandesa de 62 anos que criou com o marido, Siets Bijker, o primeiro parque de campismo naturista em Portugal também lamenta a escassez de oferta. «Falta parques de campismo e hotéis», considerou.

O camping Quinta das Oliveiras, que abriu em 2002, é procurado sobretudo por holandeses, embora apareçam também alguns portugueses.

Situado num espaço rural junto à pequena aldeia de Andorinha (Oliveira do Hospital), Jikke reconhece que os primeiros contactos com a comunidade local foram difíceis porque «não entendiam o que era o naturismo», apesar da abordagem pedagógica dos holandeses.

«Mas melhorou muito», acrescentou a proprietária do parque de campismo.

Experiência bem diferente teve Laura Vasselli, uma italiana nascida na Holanda e que abriu há três anos, com o marido Jeff de Groot, o monte naturista Barão, em Santiago do Cacém.

«Fomos muito bem recebidos. As pessoas são abertas e curiosas e os vizinhos são muito simpáticos. A câmara de Santiago do Cacém também nos recebeu muito bem», contou à Lusa esta adepta do naturismo.

No Inverno, o casal recebe maioritariamente visitantes do Norte da Europa, sobretudo reformados «com tempo livre e que querem fugir do clima frio», mas quando chega ao Verão os portugueses ocupam normalmente metade do alojamento disponível.

Laura também defende que quanto maior for a oferta, maior será o número de turistas: «Os estrangeiros que vêm para Portugal também gostam de passear e ver outros sítios, mas não têm grande escolha. Muitos optam por ficar em sítios para 'têxteis' (pessoas que não praticam nudismo)», comentou.

As oportunidades de negócio não se esgotam nos alojamentos, já que as opções para quem prefere fazer desporto sem roupa também são muito limitadas.

Existem apenas dois espaços que cedem o espaço a naturistas em determinados horários: a piscina municipal da Penha de França, em Lisboa, e o ginásio Image Fitness, em Setúbal.

Em ambos os casos, as actividades são inteiramente geridas pela Federação Portuguesa de Naturismo.


Diário Digital / Lusa
 
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