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Médico doente mental evita julgamento por homicídio e volta a dar consultas

xicca

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Clínico tem doença psiquiátrica e MP considera-o inimputável. Mas vai regressar a dar consultas a utentes.

O Ministério Público pediu o arquivamento do caso de um médico suspeito de difamar e ameaçar 38 vizinhos e de ter tentado matar um outro, com um machado, em 2005. O arguido, considerado doente mental, foi dado como inimputável e pode voltar a dar consultas.

O Ministério Público (MP) de Vila Franca de Xira deduziu um despacho de arquivamento do processo, no qual C.V. estava indiciado pelos crimes de tentativa de homicídio, injúrias e ameaças contra os vizinhos, em Vialonga.

O caso remonta ao período entre 2004 e 2006, tendo o médico do Centro de Saúde de Alverca sido suspenso do exercício das funções só depois de uma reportagem do JN, sobre tais incidentes, em 2007. A notícia levou ainda a Ordem dos Médicos (OM) a abrir um inquérito à conduta do profissional, que aguarda uma conclusão.

No despacho, a procuradora do MP considera que C.V. é inimputável por sofrer de esquizofrenia paranóide. Mas a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) não teve em conta o parecer e o médico regressará ao trabalho a 12 de Agosto [o anúncio está colocado no centro de saúde]. O JN tentou, sem êxito, obter uma reacção tanto dos responsáveis da ARSLVT como do posto clínico.

O exame às faculdades mentais de C.V. concluiu que padece de psicose paranóide, necessitando de tratamento psiquiátrico. Caso contrário, "pode criar perigo, quando não sujeito a tratamento e acompanhamento psiquiátrico".

As vítimas garantem que vão requerer a abertura da instrução do processo."Estou sem palavras. É doente para não ser julgado, depois está apto para voltar ao trabalho e lidar com doentes", lamenta Olinda Cadete, uma das pessoas ameaçadas.

Em Dezembro de 2005, o médico atingiu à machadada um vizinho, João Tremoço, na Quinta da Maranhota, em Vialonga. A vítima escapou com vida e o médico não foi detido. O incidente originou uma investigação da Polícia Judiciária e terminou com as ameaças de morte e difamações aos 38 vizinhos, que denunciaram o clínico às autoridades.

O médico - que se mantém incontactável - mora, agora, em Alverca, com uma jovem, doente psiquiátrica. Segundo fonte da Segurança Social, a criança resultante daquela relação esteve para rumar a uma instituição de acolhimento por alegados maus tratos.

C.V. entregou a anterior residência a um filho doente, que vive das dádivas da população. Na mesma casa morreu há um ano a mulher do médico, cujo corpo aguardou seis meses na morgue que fosse reconhecido.



Fonte: JN
21.07.08
 
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