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Avis: Lactogal encerra no fim do ano

Hdi

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Set 10, 2007
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"Segundo o que eles nos informaram é que a sua produção leiteira, devido às medidas do Governo que têm destruído a nossa agricultura, passou a estar concentrada em mais de 80 por cento no Norte e portanto os custos de produção para trazer o leite do Norte para produzir em Avis levam-nos, não por passarem dificuldades mas para manterem o nível de lucros, a ir-se embora", declarou Diogo Júlio.

Empresa agro-alimentar portuguesa especializada em lacticínios e seus derivados, a Lactogal emprega em Avis cerca de 100 trabalhadores, oriundos nem só da terra onde se encontra sediada, mas também de Sousel e Gavião. O nosso jornal entrou em contacto com a fábrica da Lactogal em Avis mas, até ao fecho da edição, não foi possível obter qualquer reacção sobre o encerramento anunciado. Fazendo uma perspectiva das empresas do Distrito, Diogo Júlio manifesta que, a maior parte delas, até pela sua dimensão, "estão a passar por dificuldades". Na sua opinião, mesmo as unidades mais dinâmicas da região "têm de estar a passar dificuldades" e, nesse sentido, dá o exemplo da Transnil que "tem tido sempre uma pujança grande e tem estado em crescimento, mas é uma empresa de transportes e não podemos ficar indiferentes ao que é esta crise energética e certamente não está tão desafogada como estava há uns anos atrás".

Diogo Júlio realça ainda o facto de que muitas empresas têm encerrado no Distrito não por estarem a passar dificuldades, mas por conseguirem lucros superiores noutros locais. Nesse sentido, dá o exemplo da Johnson Controls cujos superiores "decidiram ir embora de Portalegre, porque tinham mais lucros noutro País". Em relação à Delphi de Ponte de Sor, o coordenador declara que o seu encerramento "não está claro se é ou não por dificuldades. Tem dificuldades no grupo norte-americano, mas não está claro que é por dificuldades de encomendas ou de carteira. O que sabemos é que decidiram, não tendo os lucros iguais aos que têm noutra região, ir-se embora". No entender de Diogo Júlio quem tem dificuldades é a Fábrica Robinson que, segundo declarou, "se fosse uma multinacional há quanto tempo já cá não estava e mesmo na situação em que se encontra está a lutar para não sair".

Diogo Júlio defende ainda que as dificuldades das unidades fabris não podem levar à redução de pessoal, ao despedimento e, muito menos, ao não pagamento dos salários. O coordenador da União de Sindicatos manifestou ainda que "a situação internacional está aliada às políticas erradas do Governo e pode-nos criar grandes confusões" e, por isso, garante que a solução passa, mesmo numa situação de crise, "não por retirar poder de compra às pessoas, mas por o aumentar". Na sua opinião, o Distrito de Portalegre, para ser viável, "é necessário que os trabalhadores tenham mais dinheiro e possam estimular a procura interna, porque um distrito como o nosso não tem muitas multinacionais e as que tem estão a ir-se embora. Temos a pequena empresa que trabalha para o consumo da região e essas estão a fechar porque não temos dinheiro para consumir". Perante esta situação, Diogo Júlio defende que a solução "passa pela valorização do trabalho e por aumentar o poder de compra das pessoas".

Jornal Fonte Nova
 
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