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Grávidas consumidoras de metanfetamina podem pôr em risco a visão dos filhos - estudo

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Ciência: Grávidas consumidoras de metanfetamina podem pôr em risco a visão dos filhos - estudo


Porto, 23 Jul (Lusa) - Sérios problemas de visão podem afectar os filhos de mulheres que durante a gravidez tomarem metanfetamina, um psicoestimulante ilícito alternativo à cocaína e heroína, afirma estudo de investigadores portugueses e espanhóis.

O estudo, a publicar dia 31 na revista Brain Research, apoia-se em testes realizados em ratos.

"Foi dada metanfetamina a ratos durante o período de gestação e verificou-se que, mesmo em baixa dosagem, há diminuição do tamanho do nervo óptico e da espessura da mielina", explicou hoje Pedro Melo, co-autor do trabalho e investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) do Porto.

A mielina é uma substância que envolve o nervo óptico e que funciona como "isolante" da condução eléctrica.

Ao diminuir o tamanho do nervo óptico e da espessura da mielina "compromete-se o funcionamento normal dos neurónios", disse Pedro Melo.

Embora esta investigação tenha sido conduzida em ratos, "existem fortes indícios de que o mesmo possa acontecer em humanos", pelo que o consumo de metanfetamina por grávidas "pode comprometer o funcionamento normal do sistema visual dos seus filhos" destacou o investigador.

A metanfetamina, também conhecido por "crystal meth" ou "ice", é uma droga de abuso altamente aditiva e tóxica, sendo actualmente o psicoestimulante ilícito mais consumido nos Estados Unidos e Japão.

A fácil produção e o preço baixo tornam esta droga uma aliciante alternativa à cocaína e heroína.

A manter-se a tendência de importação da cultura de abuso de drogas americana, o consumo de metanfetamina "não tardará a atingir níveis críticos na Europa", acreditam os responsáveis por este estudo.

Nos Estados Unidos, embora 17 por cento das mulheres que consomem drogas tomem metanfetamina, este número aumenta para 38 por cento no caso de estarem grávidas.

Este aumento deve-se, muito provavelmente, aos efeitos estimulantes e anorécticos desta substância.

Além de Pedro Melo, participaram na realização do estudo José Salgado-Borges, do Serviço de Oftalmologia do Hospital de S. Sebastião, Santa Maria da Feira, e Maria Amélia Tavares, investigadora do IBMC e do Instituto de Anatomia Professor J. A. Pires da Silva, ligado à Faculdade de Medicina do Porto.

O contributo espanhol para o trabalho, que vai preencher oito páginas da revista Brain Research, foi assegurado por Maria Dolores Pinazo-Duránc, ligada à Unidade de Investigação "Santiago Grisólia" do Hospital Universitário Doctor Peset, em Valência.


JGJ.

Lusa/fim
 
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