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Eu, o Mundo...

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Fev 29, 2008
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Eu, o Mundo...


Talvez os barulhos...
As sombras de quem tem medo
O livro que me guarda o segredo
As ilusões,
As coisas que me dizes,
As conversas infelizes...
O mundo que é deles
As palavras que são nossas
Tanta gente que foge
Tanto rio que seca
E ainda não percebi que rua é esta
A arvore calada de ontem,
Gritou hoje pela manhã
Numa tremenda desarmonia de movimentos verdes.
Os frutos caíram...
Apodreceram como se fossem corações sussurrantes sem alimento.
Eu não quero apodrecer como eles
Eu não quero chorar como as figueiras sem figos numa seiva branca.
Eu quero sorrir como as palmeiras espampanantes
E voar como as folhas secas em dia de vendaval.
O mar cinzento mostrou-me que nem sempre a vida é azul...
E o luar vermelho da noite de ontem fez-me acreditar que a minha tristeza pode pintar-se de cor-de-rosa fluorescente.
Por isso talvez amanhã eu acorde com um novo olhar
Porque pode ser que ele amanhã não veja apenas as cores que se querem mostrar.
Vou correr pela rua e fazer de conta que ela é minha
Vou andar pela praia e pisar cada grão de areia como se fosse mais do que simples fragmento de rocha.
Ontem os pássaros cantaram baixinho...
Mas a minha alma estava tão carente de um sonido brilhante
Que conseguiu saborear cada nota,
Cada tom...
E saber que cada pedaço de folha onde eles andavam
Era transparentemente verde!
E cada melodia que cantavam...
Iluminou a minha alma carente...
E fez-me soltar um sorriso cor-de-rosa fluorescente
quando olhei para o céu de lua vermelha,
E percebi que era apenas uma centelha...
Mas de grande valor como tudo o que existe
Porque cada grão de areia como digo...
É mais do que um simples fragmento,
E cada palmeira espampanante...
Transmite a alegria que um mar cinzento não nos dá...
Desvaneci-me pela natureza,
Infiltrei-me na beleza ofuscante que ela produz...
E percebi que no final do pântano tinha encontrado uma luz.


De: Carolina Tendon
 
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