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Frédéric Chopin

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Frédéric Chopin
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Frédéric Chopin (Żelazowa Wola, 1 de Março de 1810[1] — Paris, 17 de Outubro de 1849) foi um pianista polaco[2] e compositor para piano da era romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história.[3] Sua perfeição técnica, seu estilo refinado e sua elaboração harmônica vêm sendo comparadas historicamente com as de Johann Sebastian Bach[4] e Wolfgang Amadeus Mozart[5], assim como sua duradoura influência na música até os dias de hoje.

Preâmbulo

Fryderyk Franciszek Chopin ou Szopen (nome em polaco[6], em francês Frédéric François Chopin) nasceu na aldeia de Żelazowa Wola, Ducado de Varsóvia, filho de mãe polaca e pai francês-expatriado. Aclamado em sua terra natal como uma criança prodígio, aos vinte anos, Chopin deixou a Polônia para sempre. Em Paris, fez carreira como intérprete, professor e compositor, e aceitou a versão francesa dada a seus nomes, Frédéric-François. De 1837 a 1847 teve uma relação turbulenta com a escritora francesa George Sand (pseudônimo de Amantine Aurore Lucile Dupin). Sempre com a saúde frágil, morreu em Paris aos 39 anos, vítima de tuberculose.[7]

Toda a obra existente de Chopin inclui o piano assumindo algum papel (predominantemente como um instrumento solo), e suas composições são amplamente consideradas como o auge do repertório para piano. Embora sua música seja tecnicamente exigente, o estilo de Chopin enfatiza a nuança e a profundidade expressiva ao invés do virtuosismo técnico.

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Ele inventou novas formas musicais, como a balada[8], e introduziu significantes inovações nas formas existentes, como a piano sonata, a valsa, o noturno, o estudo, o improviso e o prelúdio. Suas obras são freqüentemente citadas como os principais pilares do romantismo na música clássica do século XIX. Além disso, Chopin foi o primeiro compositor ocidental a imbuir sua música com elementos eslavos; hoje suas mazurcas e polonesas são a pedra fundamental da música clássica nacional polonesa.


Vida

[editar] Infância
Casa em que nasceu Chopin em Żelazowa Wola, onde hoje é um local onde se realizam recitais de piano.
Casa em que nasceu Chopin em Żelazowa Wola, onde hoje é um local onde se realizam recitais de piano.

Chopin nasceu em Żelazowa Wola, uma aldeia próxima a Sochaczew, na região de Mazóvia, que faz parte do Ducado de Varsóvia. Era filho de Mikołaj (Nicolas) Chopin (1771-1844), um francês de descendência polonesa distante, proveniente de Lorena, que adotou a Polônia como sua terra natal após imigrar em 1787. Nicolas casou-se com a pianista Tekla Justyna Krzyżanowska (1782-1868), uma mulher de família aristocrata, porém empobrecida.

De acordo com a família do compositor, Chopin nasceu em 1 de Março de 1810. Não há certidão de nascimento conhecida. Foi batizado no dia 23 de Abril do mesmo ano, na paróquia de Brochów, perto de Sochaczew, cerca de oito semanas após o seu nascimento, embora o seu certificado de batismo liste a sua data de nascimento como sendo em 22 de Fevereiro de 1810, o que provavelmente foi um erro por parte do padre.[9] Seus pais tiveram outros três filhos: Ludwika (em polonês: "Louise", 1807-?), Izabella (1811-?) e Emilia (1812-1827). Frédéric foi seu segundo filho, e o único homem.

Em Outubro de 1810, quando Frédéric tinha sete meses de idade, sua família mudou-se para Varsóvia, onde seu pai assumiu a posição de professor de língua e literatura francesa, em uma escola situada no Palácio Saxão. Sua família morou nas imediações do palácio.

Em 1817, seu pai tornou-se professor de francês no Liceu de Varsóvia, situado no Palácio Kazimierz, da Universidade de Varsóvia. Sua família viveu em um espaçoso apartamento no segundo piso de uma construção vizinha. Entre 1823 e 1826 o próprio Fryderyk freqüentou o Liceu de Varsóvia.

A família — incluindo seu pai, professor de francês — falava polonês em casa. Chopin cresceu culturalmente no polonês e nunca atingiu igual domínio da língua francesa. Foi em Varsóvia que, no final de sua vida, ele literalmente deixou seu coração.

Durante seus anos de escola, há rumores de que Chopin foi um talentoso retratista e mordaz escritor de cartas. Um professor ficou alegremente surpreso em saber que Chopin desenhou um magnífico retrato seu durante a aula. Durante suas férias no interior, em que familiarizou-se com as melodias folk — as quais ele, mais tarde, refinaria em suas composições musicais — Chopin escreveu cartas para casa parodiando o jornal de Varsóvia.

Em 1827, sua família mudou-se para os aposentos do Palácio Krasiński, hoje a Academia de Belas Artes (Akademia Sztuk Pięknych w Warszawie), na rua Krakowskie Przedmieście, número 5. Chopin morou ali até deixar Varsóvia, em 1830.

Assim, a partir dos sete meses de idade até sua partida de Varsóvia e da Polônia, com vinte anos, Chopin sempre viveu com sua família ou em um palácio ou em seus arredores.
Retrato de Chopin, por Ary Scheffer.
Retrato de Chopin, por Ary Scheffer.

O jovem Chopin recebeu suas primeiras aulas de piano de sua irmã mais velha, Ludwika, e foi posteriormente ensinado por sua mãe. Seu talento musical logo apareceu, ganhando em Varsóvia a reputação de "segundo Mozart". Aos sete anos ele já era autor de duas polonesas (sol menor e si bemol maior); a primeira foi publicada no ateliê de gravuras do Padre Cybulski, diretor uma escola de organistas e um dos poucos editores musicais da Polônia.

O prodígio foi destacado nos jornais de Varsóvia, e o "pequeno Chopin" tornou-se uma atração nos salões da aristocracia da capital. Ele também começou a dar concertos públicos para a caridade. Diz-se que uma vez lhe foi perguntado sobre o que pensava que a platéia mais gostava nele; o garoto de sete anos de idade replicou: "a gola da minha camisa". Ele apareceu pela primeira vez em público como pianista aos oito anos de idade.

Chopin recebeu suas primeiras aulas de piano profissionais, entre 1816 a 1822, por Wojciech Żywny. Mais tarde Chopin falou muito bem de Żywny, embora as habilidades do rapaz logo ultrapassariam as de seu professor. O desenvolvimento posterior do talento de Chopin foi supervisionado por Wilhelm Würfel. Esse renomado pianista, um professor do Conservatório de Varsóvia, deu a Chopin lições irregulares, embora valiosas, de como tocar órgão, e, possivelmente, também piano.

No outono de 1826, Chopin começou a estudar teoria musical, baixo cifrado e composição musical com o compositor Józef Elsner, do Conservatório de Varsóvia, que era afiliada à Universidade de Varsóvia (por isso Chopin é contado entre os ex-alunos notáveis da universidade). O contato de Chopin com Elsner pode datar do início de 1822 e é certo que Elsner foi dando orientação informal a Chopin, em 1823. Chopin completou três anos de curso, no conservatório, em 1829.

Naquele ano, em Varsóvia, Chopin ouviu Niccolò Paganini tocar e conheceu também o compositor e pianista alemão Johann Nepomuk Hummel. Também em 1829, Chopin conheceu seu primeiro amor, uma estudante de canto chamada Konstancja Gładkowska.

Em agosto de 1829, três semanas depois de sair do Conservatório de Varsóvia, Chopin fez uma brilhante estréia, em Viena. Ele fez duas apresentações de piano e recebeu muitas opiniões e comentários favoráveis, juntamente com outros que criticaram o baixo tom que ele produziu com o piano.

Em dezembro de 1829, no Merchant's Club de Varsóvia, ele realizou a première do seu Concerto para piano em fá menor. Em 17 de março de 1830, no Teatro Nacional de Varsóvia, ele fez a primeira apresentação de seu outro concerto para piano, em mi menor.

Em 2 de novembro de 1830, Chopin deixou Varsóvia para dar concertos na Europa Ocidental. Ele nunca retornou à Polônia. Ao fim do mês, eclodiu o Levante de Novembro e sua companhia de viagem Titus Woyciechowski voltou para casa para participar. Chopin permaneceu em Viena, em certa ansiedade pelos seus entes queridos. Então, visitou Munique e Stuttgart (onde ele aprendeu sobre a ocupação da Polônia pelo exército do Império Russo) e em setembro de 1831 chegou a Paris. Ele já tinha produzido um portfólio de importantes composições, incluindo seus dois concertos para piano e alguns de seus estudos Op. 10.

Morte
Molde póstumo da mão de Chopin.
Molde póstumo da mão de Chopin.

Em 1848, Chopin deu seu último concerto em Paris, além de visitar a Inglaterra e a Escócia com sua aluna e admiradora Jane Stirling. Eles chegaram a Londres em novembro, e, embora tenha conseguido dar alguns concertos e apresentações de salão.

Ele voltou a Paris, onde em 1849 tornou-se incapaz de ensinar e se apresentar.

Sua irmã, Ludwika, que tinha dado a ele as primeiras lições de piano, cuidou dele em seu apartamento na Praça Vendôme, nº 12. Nas primeiras horas de 17 de outubro Chopin morreu.

Até 2008 acreditou-se que morreu de tuberculose, estudos de Wojciech Cichy, da Faculdade de Medicina da Universidade de Poznan atribuiram a sua morte a uma fibrose quística[11].

Depois do amanhecer, Clesinger fez sua máscara da morte e os moldes de suas mãos.

Antes do funeral de Chopin, de acordo com seu desejo ao morrer, seu coração foi retirado devido a seu medo de ser enterrado vivo. Ele foi posto por sua irmã em uma urna de cristal selada, com Cognac, destinada a Varsóvia. O coração permanece até hoje lacrado dentro de um pilar da Igreja da Santa Cruz (Kościół Świętego Krzyża) em Krakowskie Przedmieście, debaixo de uma inscrição do Evangelho de Mateus, 6:21: "onde seu tesouro está, estará também seu coração". Curiosamente, seria salvo da destruição de Varsóvia pelos nazis, em 1944, pelo general das SS, Erich von dem Bach-Zelewski.
Túmulo de Chopin no cemitério Père Lachaise, em Paris.
Túmulo de Chopin no cemitério Père Lachaise, em Paris.

Chopin havia pedido que o Réquiem de Mozart fosse tocado em seu funeral. Os principais trechos do Réquiem foram compostos para cantoras, mas a Igreja de Madeleine nunca havia permitido cantoras em seu coro. O funeral foi atrasado em quase duas semanas até que a igreja aceitou, contanto que as cantoras ficassem atrás de uma cortina de veludo preto.

O funeral foi realizado em 30 de outubro, onde compareceram cerca de três mil pessoas. Os solistas no Réquiem incluíam o baixo Luigi Lablache, que tinha cantado o mesmo trabalho no funeral de Beethoven e que também tinha cantado no funeral de Vincenzo Bellini. Também foram tocados dois prelúdios de Chopin, o nº4 em mi menor e o nº6 em si menor.

Chopin foi enterrado, de acordo com seu desejo, no Cemitério Père Lachaise. Junto ao túmulo, a Marcha Funeral da Sonata Op. 35 foi tocada, em instrumentação de Napoléon Henri Reber.[12] Depois, alguns de seus amigos poloneses foram a Paris, com um jarro de terra proveniente de sua terra natal, e a espalharam por seu túmulo, para que Chopin se mantivesse em solo polonês. Sua sepultura atrai numerosos visitantes e é invariavelmente enfeitado com flores, mesmo na calada do inverno.


Música

A música de Chopin para o piano combinava um senso rítmico único (particularmente o seu uso do rubato), e o uso freqüente do cromatismo e do contraponto. Essa mistura produz um som particularmente frágil na melodia e na harmonia, que são, todavia, sustentadas por sólidas e interessantes técnicas harmônicas. Ele levou o novo gênero de salão do noturno, inventado pelo compositor irlandês John Field, a um nível mais aprofundado de sofisticação. Três de seus vinte e um noturnos foram publicados apenas após sua morte, em 1849, contrariando seus desejos.[13] Ele também manteve formas de dança popular, como a mazurca polonesa e a valsa, a valsa vienense, com uma maior variedade de melodia e de expressão. Chopin foi o primeiro a escrever baladas[8] e scherzi como peças individuais. Chopin também tomou o exemplo dos prelúdios e fugas de Bach, transformando o gênero em seus próprios prelúdios.
Comparação entre o estilo de Bach (Prelúdio I) e Chopin (Op. 10, nº 1).
Comparação entre o estilo de Bach (Prelúdio I) e Chopin (Op. 10, nº 1).

Muitas das peças de Chopin tornaram-se bastante conhecidas — por exemplo, o Estudo Revolucionário (Op. 10, nº 12), a Valsa Minuto (Op. 64, nº 1) e o terceiro movimento de sua sonata Marcha Fúnebre (Op. 35), que é freqüentemente utilizada como uma representação icástica de luto. O próprio Chopin nunca nomeou uma obra instrumental para além do gênero e número, deixando todas as suas potenciais associações extra-musicais para o ouvinte; os nomes pelos quais nós conhecemos muitas de suas peças foram inventados por outros. O Estudo Revolucionário não foi escrito tendo-se em mente a fracassada revolta da Polônia contra a Rússia; ele simplesmente surgiu naquela época. A Marcha Fúnebre foi escrita antes do resto da sonata na qual foi contida, mas a ocasião exata não é conhecida; aparentemente não foi inspirada em qualquer perda pessoal específica.[14] Outras melodias foram utilizadas como base de suas canções populares, como a lenta passagem de Fantaisie-Impromptu (Op. posth. 66) e a primeira seção do estudo Op. 10 nº 3. Essas peças muitas vezes contam com um cromatismo intenso e personalizado, bem como uma curva melódica que lembra as operas nos dias de Chopin — as óperas de Gioacchino Rossini, Gaetano Donizetti e especialmente Bellini. Chopin utilizava o piano para recriar a graciosidade da voz que cantava, e sempre falava e escrevia sobre os cantores.

O estilo e os talentos de Chopin tornaram-se crescentemente influentes. Robert Schumann foi um grande admirador da música de Chopin, e utilizou suas melodias, até mesmo nomeando uma peça de sua suíte Carnaval após Chopin. Essa admiração não foi recíproca.
Partitura autografada por Chopin de sua Polonesa em La bemol maior, Op. 53.
Partitura autografada por Chopin de sua Polonesa em La bemol maior, Op. 53.

Franz Liszt foi outro admirador e amigo pessoal do compositor, e transcreveu para o piano seis canções polonesas de Chopin. Apesar disso, Liszt negou ter escrito Funérailles (subtitulada "Outubro de 1849", o sétimo movimento da suíte para piano Harmonies Poétiques et Religieuses, de 1853) em memória de Chopin. Embora a seção do meio aparentasse ter sido modelada sobre a famosa seção de três oitavos da Polonesa em La bemol maior, Op. 53, Liszt disse que a peça tinha sido inspirada pelas mortes de três dos seus compatriotas húngaros no mesmo mês.

Chopin interpretou suas próprias obras em salas de concerto, entretanto com mais freqüência em seu salão, para amigos. Já no final da vida, como a sua doença havia progredido, Chopin desistiu por completo das apresentações públicas.

As inovações técnicas de Chopin também tornaram-se influentes. Seus prelúdios (Op. 28) e estudos (Opp. 10 e 25) tornaram-se rapidamente obras-modelo, e inspiraram tanto os Estudos Transcendentais de Liszt como os Estudos Sinfônicos de Schumann. Alexander Scriabin também foi fortemente influenciado por Chopin; por exemplo, seus 24 prelúdios (Op. 11) são inspirados pelo Op. 28 de Chopin.

Jeremy Siepmann, em sua biografia do compositor, nomeou uma lista dos pianistas que ele acreditava terem feito gravações dos trabalhos de Chopin, largamente conhecidas por estarem entre as maiores performances de Chopin já preservadas: Vladimir de Pachmann, Raoul Pugno, Ignacy Jan Paderewski, Moriz Rosenthal, Sergei Rachmaninoff, Alfred Cortot, Ignaz Friedman, Raoul Koczalski, Arthur Rubinstein, Mieczysław Horszowski, Claudio Arrau, Vlado Perlemuter, Sviatoslav Richter, Vladimir Horowitz, Dinu Lipatti, Vladimir Ashkenazy, Martha Argerich, Maurizio Pollini, Murray Perahia, Krystian Zimerman e Evgeny Kissin.

Rubinstein disse o seguinte sobre a música de Chopin e sua universalidade:
“ Chopin era um gênio de enlevo universal. Sua música conquista as mais distintas audiências. Quando as primeiras notas de Chopin soam por entre o salão de concerto, há um feliz suspiro de reconhecimento. Todo os homens e mulheres do mundo conhecem sua música. Eles amam isso. Eles são movidos por isso. No entanto, não é uma "música romântica", no sentido byroniano. Não conta histórias ou quadros pintados. É expressiva e pessoal, mas ainda assim um arte pura. Mesmo nesta era atômica abstrata, onde a emoção não está na moda, Chopin perdura. Sua música é a linguagem universal da comunicação humana. Quando eu toco Chopin eu sei que falo diretamente para os corações das pessoas! ”

[editar] Estilo
Esboço de Berceuse em ré bemol maior (Op. 57), dedicado a Elise Gavard, uma de suas pupilas (1844).
Esboço de Berceuse em ré bemol maior (Op. 57), dedicado a Elise Gavard, uma de suas pupilas (1844).

Embora Chopin tenha vivido no século XIX, foi educado na tradição de Beethoven, Haydn, Mozart e Clementi. Ele usou o método de piano de Clementi com seus próprios estudantes e também foi influenciado pelo desenvolvimento da técnica do piano virtuoso de Hummel, ainda mozartiano. Um de seus estudantes escreveu o seguinte em seu diário sobre o estilo de tocar de Chopin:
“ Sua apresentação foi sempre nobre e linda; seus tons cantados, ora em um forte ou no mais suave piano. Ele foi tomado de infinitas dores para ensinar a seus pupilos o seu legato, seu estilo cantábile de tocar. Sua crítica mais severa era "Ele—ou ela—não sabe como combinar duas notas simultaneamente." Ele também exigia a precisa aderência ao ritmo. Ele odiava tudo o que fosse vagaroso e demorado, como rubatos fora de lugar, bem como exagerados andamentos... e é precisamente a esse respeito que as pessoas cometem os maiores erros ao tocar suas obras. ”

—Friederike Muller, Do diário do aluno vienense de Chopin[15]


A série de sete polonesas publicadas durante sua vida (além de nove publicadas postumamente), começando com a Op. 26 par, estabeleceu um novo padrão para a música na forma e foram criadas na vontade de Chopin de escrever algo para celebrar a cultura polonesa depois de o país ter se submetido ao controle russo. A polonesa em lá maior Op. 40 Nº1, "Militar", e a polonesa em lá bemol maior Op. 53, "Heróica", estão entre as obras mais amadas de Chopin e as mais executadas.

Música

A música de Chopin para o piano combinava um senso rítmico único (particularmente o seu uso do rubato), e o uso freqüente do cromatismo e do contraponto. Essa mistura produz um som particularmente frágil na melodia e na harmonia, que são, todavia, sustentadas por sólidas e interessantes técnicas harmônicas. Ele levou o novo gênero de salão do noturno, inventado pelo compositor irlandês John Field, a um nível mais aprofundado de sofisticação. Três de seus vinte e um noturnos foram publicados apenas após sua morte, em 1849, contrariando seus desejos.[13] Ele também manteve formas de dança popular, como a mazurca polonesa e a valsa, a valsa vienense, com uma maior variedade de melodia e de expressão. Chopin foi o primeiro a escrever baladas[8] e scherzi como peças individuais. Chopin também tomou o exemplo dos prelúdios e fugas de Bach, transformando o gênero em seus próprios prelúdios.
Comparação entre o estilo de Bach (Prelúdio I) e Chopin (Op. 10, nº 1).
Comparação entre o estilo de Bach (Prelúdio I) e Chopin (Op. 10, nº 1).

Muitas das peças de Chopin tornaram-se bastante conhecidas — por exemplo, o Estudo Revolucionário (Op. 10, nº 12), a Valsa Minuto (Op. 64, nº 1) e o terceiro movimento de sua sonata Marcha Fúnebre (Op. 35), que é freqüentemente utilizada como uma representação icástica de luto. O próprio Chopin nunca nomeou uma obra instrumental para além do gênero e número, deixando todas as suas potenciais associações extra-musicais para o ouvinte; os nomes pelos quais nós conhecemos muitas de suas peças foram inventados por outros. O Estudo Revolucionário não foi escrito tendo-se em mente a fracassada revolta da Polônia contra a Rússia; ele simplesmente surgiu naquela época. A Marcha Fúnebre foi escrita antes do resto da sonata na qual foi contida, mas a ocasião exata não é conhecida; aparentemente não foi inspirada em qualquer perda pessoal específica.[14] Outras melodias foram utilizadas como base de suas canções populares, como a lenta passagem de Fantaisie-Impromptu (Op. posth. 66) e a primeira seção do estudo Op. 10 nº 3. Essas peças muitas vezes contam com um cromatismo intenso e personalizado, bem como uma curva melódica que lembra as operas nos dias de Chopin — as óperas de Gioacchino Rossini, Gaetano Donizetti e especialmente Bellini. Chopin utilizava o piano para recriar a graciosidade da voz que cantava, e sempre falava e escrevia sobre os cantores.

O estilo e os talentos de Chopin tornaram-se crescentemente influentes. Robert Schumann foi um grande admirador da música de Chopin, e utilizou suas melodias, até mesmo nomeando uma peça de sua suíte Carnaval após Chopin. Essa admiração não foi recíproca.
Partitura autografada por Chopin de sua Polonesa em La bemol maior, Op. 53.
Partitura autografada por Chopin de sua Polonesa em La bemol maior, Op. 53.

Franz Liszt foi outro admirador e amigo pessoal do compositor, e transcreveu para o piano seis canções polonesas de Chopin. Apesar disso, Liszt negou ter escrito Funérailles (subtitulada "Outubro de 1849", o sétimo movimento da suíte para piano Harmonies Poétiques et Religieuses, de 1853) em memória de Chopin. Embora a seção do meio aparentasse ter sido modelada sobre a famosa seção de três oitavos da Polonesa em La bemol maior, Op. 53, Liszt disse que a peça tinha sido inspirada pelas mortes de três dos seus compatriotas húngaros no mesmo mês.

Chopin interpretou suas próprias obras em salas de concerto, entretanto com mais freqüência em seu salão, para amigos. Já no final da vida, como a sua doença havia progredido, Chopin desistiu por completo das apresentações públicas.

As inovações técnicas de Chopin também tornaram-se influentes. Seus prelúdios (Op. 28) e estudos (Opp. 10 e 25) tornaram-se rapidamente obras-modelo, e inspiraram tanto os Estudos Transcendentais de Liszt como os Estudos Sinfônicos de Schumann. Alexander Scriabin também foi fortemente influenciado por Chopin; por exemplo, seus 24 prelúdios (Op. 11) são inspirados pelo Op. 28 de Chopin.

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Jeremy Siepmann, em sua biografia do compositor, nomeou uma lista dos pianistas que ele acreditava terem feito gravações dos trabalhos de Chopin, largamente conhecidas por estarem entre as maiores performances de Chopin já preservadas: Vladimir de Pachmann, Raoul Pugno, Ignacy Jan Paderewski, Moriz Rosenthal, Sergei Rachmaninoff, Alfred Cortot, Ignaz Friedman, Raoul Koczalski, Arthur Rubinstein, Mieczysław Horszowski, Claudio Arrau, Vlado Perlemuter, Sviatoslav Richter, Vladimir Horowitz, Dinu Lipatti, Vladimir Ashkenazy, Martha Argerich, Maurizio Pollini, Murray Perahia, Krystian Zimerman e Evgeny Kissin.

Rubinstein disse o seguinte sobre a música de Chopin e sua universalidade:
“ Chopin era um gênio de enlevo universal. Sua música conquista as mais distintas audiências. Quando as primeiras notas de Chopin soam por entre o salão de concerto, há um feliz suspiro de reconhecimento. Todo os homens e mulheres do mundo conhecem sua música. Eles amam isso. Eles são movidos por isso. No entanto, não é uma "música romântica", no sentido byroniano. Não conta histórias ou quadros pintados. É expressiva e pessoal, mas ainda assim um arte pura. Mesmo nesta era atômica abstrata, onde a emoção não está na moda, Chopin perdura. Sua música é a linguagem universal da comunicação humana. Quando eu toco Chopin eu sei que falo diretamente para os corações das pessoas! ”

Esboço de Berceuse em ré bemol maior (Op. 57), dedicado a Elise Gavard, uma de suas pupilas (1844).
Esboço de Berceuse em ré bemol maior (Op. 57), dedicado a Elise Gavard, uma de suas pupilas (1844).

Embora Chopin tenha vivido no século XIX, foi educado na tradição de Beethoven, Haydn, Mozart e Clementi. Ele usou o método de piano de Clementi com seus próprios estudantes e também foi influenciado pelo desenvolvimento da técnica do piano virtuoso de Hummel, ainda mozartiano. Um de seus estudantes escreveu o seguinte em seu diário sobre o estilo de tocar de Chopin:
“ Sua apresentação foi sempre nobre e linda; seus tons cantados, ora em um forte ou no mais suave piano. Ele foi tomado de infinitas dores para ensinar a seus pupilos o seu legato, seu estilo cantábile de tocar. Sua crítica mais severa era "Ele—ou ela—não sabe como combinar duas notas simultaneamente." Ele também exigia a precisa aderência ao ritmo. Ele odiava tudo o que fosse vagaroso e demorado, como rubatos fora de lugar, bem como exagerados andamentos... e é precisamente a esse respeito que as pessoas cometem os maiores erros ao tocar suas obras. ”



A série de sete polonesas publicadas durante sua vida (além de nove publicadas postumamente), começando com a Op. 26 par, estabeleceu um novo padrão para a música na forma e foram criadas na vontade de Chopin de escrever algo para celebrar a cultura polonesa depois de o país ter se submetido ao controle russo. A polonesa em lá maior Op. 40 Nº1, "Militar", e a polonesa em lá bemol maior Op. 53, "Heróica", estão entre as obras mais amadas de Chopin e as mais executadas.

Fonte:
Wikipedia
 
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