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Franz Schubert

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Franz Schubert

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Franz Peter Schubert (Himmelpfortgrund, perto de Viena, 31 de Janeiro de 1797 - Viena, 19 de Novembro de 1828), foi um compositor austríaco da Era clássica. Escreveu cerca de seiscentas canções (o "Lied" alemão), bem como óperas, sinfonias, sonatas entre outros trabalhos. Não houve grande reconhecimento público da sua obra enquanto foi vivo; teve sempre dificuldade em assegurar um emprego permanente, vivendo muitas vezes à custa de amigos e do trabalho que o pai lhe dava. Morreu sem quaisquer recursos financeiros com a idade de 31 anos. Hoje, o seu estilo considerado por muitos como imaginativo, lírico e melódico, fá-lo ser considerado um dos maiores compositores do século XIX, marcando a passagem do estilo clássico para o romântico. Podemos defini-lo como "mais um artista incompreendido pelos seus contemporâneos".

Primeiros anos de vida e educação


Schubert nasceu em Himmelpfortgrund, um pequeno subúrbio de Viena. O seu pai, Franz Theodor Florian Schubert, filho de um camponês da Morávia, era um mestre-escola da paróquia. A sua mãe, Elizabeth Fitz (ou Vietz), tinha sido, antes do casamento, criada [1] de uma família vienense. Dos seus quatorze filhos, nove morreram durante a infância; os outros eram Ignaz (nascido em 1784), Ferdinand (nascido em 1794), Karl (nascido em 1796), Franz e a filha, Theresia (nascida em 1801). O pai, homem de reconhecida integridade moral, tinha alguma reputação como professor, e a sua escola, em Lichtenthal, era bem frequentada. Era também um músico amador razoável. Os seus filhos mais velhos, Ignaz e Ferdinand, comparavam-se ao pai na sua habilidade musical.

Aos cinco anos de idade, Schubert começou a sua instrução regular, com o pai. Aos seis anos, entrou na escola de Lichtenthal, onde passou alguns dos melhores anos da sua vida. A sua educação musical começou também por esta altura. O seu pai transmitiu-lhe alguns conhecimentos rudimentares sobre violino e o seu irmão, Ignaz, iniciou-o no pianoforte. Aos sete anos, como já tinha ultrapassado largamente a perícia dos seus mestres iniciais, foi entregue à guarda de Michael Holzer, o Kapellmeister - mestre de capela - da igreja de Lichtenthal. As lições de Holzer consistiam mais em manifestações de espanto por parte do mestre. O jovem Schubert lucrou mais com a ajuda de um seu colega que o levava até um armazém de pianofortes, onde este tinha oportunidade de practicar em instrumentos mais sofisticados que aquele que a sua família lhe podia proporcionar. O facto de os seus primeiros anos de aprendizagem serem algo insatisfatórios era tanto mais sério que, naquela época, um compositor só teria alguma hipótese de sucesso se fosse reconhecido pelo público como um intérprete de excepção. A educação musical que tinha era, no entanto, insuficiente.

A 30 de Setembro de 1808, o seu pai leva-o a participar no concurso para coristas da Capela Imperial, onde António Salieri, compositor oficial da corte, selecionaria os novos cantores. Possuidor de uma apreciada voz de soprano, obteve um lugar no coro, ganhando também uma bolsa de estudos em Stadtkonvikt, um dos melhores colégios de Viena (correspondendo ao Conservatório). Manteve-se aí até ter quase dezassete anos. A sua instrução não foi, no entanto, das melhores - um pouco, aliás, como aconteceu a Haydn em St. Stephen. A sua formação deveu mais à prática que recebeu através da orquestra da escola e pelo companheirismo de alguns dos seus colegas. Muitos dos seus mais devotados amigos, ao longo da sua vida, encontram-se já entre os seus colegas: Spaun, Stadler, Holzapfel, entre outros que o ajudavam monetariamente, comprando-lhe papel de música (que não conseguia comprar com o dinheiro que tinha), além de lhe darem apoio moral, encorajando-o, reconhecendo nele as suas qualidades. Foi também no Stadtkonvikt que teve o seu primeiro contacto com as sinfonias e aberturas de Mozart. Foi conhecendo alguma produção musical além desta, como pequenas peças musicais mais ligeiras e visitando ocasionalmente a ópera, que Schubert foi desenvolvendo o seu conhecimento pessoal da música da época.

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Entretanto, ia já demonstrando as suas capacidades como compositor. Uma Fantasia para dueto de piano (D.1, usando o número de catálogo proposto por Otto Erich Deutsch - por isso se deve ler "Deutsch 1"), em trinta e duas páginas de música densamente escrita, é datada de 8 de Abril a 1 de Maio de 1810; seguiram-se-se, em 1811, três longas peças vocais (D.5 - D.7), escritas segundo um conceito popularizado por Zumsteeg, juntamente com uma "abertura-quinteto" (D.8), um quarteto de cordas (D.2); uma segunda Fantasia para pianoforte e alguns Lieder (canções).

É importante referir o seu interesse pela música de câmara já que se sabe que, em sua casa, na altura, se tinha formado um quarteto que tocava "aos domingos e feriados": com os seus irmãos a tocar violino, o seu pai a tocar violoncelo e Schubert a tocar viola.

Durante os restantes anos que passou no Stadtkonvikt, escreveu ainda um número apreciável de peças de música de câmara, vários Lieder, algumas peças variadas para pianoforte e, entre os seus projectos mais ambiciosos, um Kyrie (D.31) e um Salve Regina (D.27), um octeto para instrumentos de sopro (D.72/72a) - diz-se que em honra da sua mãe, que morreu em 1812 - uma cantata (D.110), incluindo a letra e a música, para a comemoração do dia do nome do seu pai, em 1813; e, no final dos seus anos de conservatório, a sua primeira sinfonia (D.82).


Morte e avaliação da sua obra

A sua saúde deteriorou-se neste mesmo auge da sua actividade criativa. Sofria de sífilis desde 1822. Terá morrido de febre tifóide, ainda que vários biógrafos apresentem outras possíveis doenças. Morreu a 19 de Novembro, na casa do seu irmão Ferdinand, em Viena, com 31 anos de idade. A sua sepultura jaz no cemitério de Währinger, perto da de Ludwig van Beethoven, compositor que venerou em vida.

Algumas das suas peças de menor dimensão foram impressas pouco depois da sua morte, mas aquelas que hoje são consideradas mais importantes forma vistas pelos editores como papel desperdiçado. Em 1838, Robert Schumann, numa visita a Viena, encontra o manuscrito poeirento da Sinfonia em Dó maior, (a "Grande", D.944) e levou-a consigo para Leipzig, onde foi interpretada por Felix Mendelssohn, tendo sido consagrada pelos críticos da revista "Neue Zeitschrift für Musik". Há uma certa controvérsia em relação à numeração a dar a esta Sinfonia. Os musicólogos alemães preferem designá-la por Sinfonia nº7; o catálogo de referência das obras de Schubert, o "Deutsch", compilado por Otto Erich Deutsch, lista-a como nº 8, enquanto que na maior parte do mundo é conhecida como a nona de Schubert.

O passo mais importante que foi dado para a redescoberta dos trabalhos esquecidos de Schubert foi dado, numa viagem que fez por Viena, por Sir George Grove (da "Grove's Dictionary of Music and Musicians") e por Sir Arthur Sullivan, no outono de 1867. Estes viajantes reabilitaram sete sinfonias, a música escrita para a ópera "Rosamunda", algumas missas e óperas, alguns trabalhos de música de câmara e um grande conjunto, variado, de pequenas peças musicais e Lieder. O público mundial tinha, finalmente, acesso à obra de Schubert.

Outra controvérsia, iniciada com Grove e Sullivan, tendo continuado por vários anos, referia-se à existência de uma Sinfonia "perdida". Pouco antes da morte de Schubert, o seu amigo Eduard von Bauernfeld fazia menção a uma outra sinfonia, datada de 1828 (ainda que isso não indique de forma indubitável o ano em que terá sido composta), que se chamaria "Letzte" ou seja, a "Última" sinfonia. A generalidade dos musicólogos aceita, hoje em dia, que esta última sinfonia refere-se a um esboço sinfónico em Ré maior (D936A), descoberto na década de 1970 e, que, Brian Newbould completou, dando-lhe o nome de Décima sinfonia.

Muitos concordam com a frase de Franz Liszt, que se refere a Schubert como "le musicien le plus poète qui fut jamais." - "o mais poeta dos músicos de sempre" [1]. Em clareza de estilo, é dito que é inferior a Mozart; no poder da construção musical, está bem longe de Beethoven, mas, em termos de impulso e sugestão poética, é dificilmente comparável. Escreveu a sua música sempre de forma precipitada e raramente mudava algo que já estava escrito. Daí que a característica fundamental da sua obra seja um certo sabor a improviso: é por isso que adjectivações como fresco, vivo, espontâneo, impaciente, moderado, rico em matizes sonoras, caloroso, sentimental e imaginativo são frequentemente utilizadas. É por muitos considerado o maior autor de canções que alguma vez existiu. O Lied alemão não seria, de forma alguma, o mesmo sem Schubert. Em geral, as suas obras são marcadas pelo paradigma da canção. Até nas suas missas parece que se irrita com as secções contrapontísticas, empregando toda a sua alma nas partes que lhe permitem um tratamento mais lírico. Nas suas sinfonias, as passagens mais celebradas são aquelas que trazem a marca do lirismo e da elegia. Poder-se-ia dizer que era como um cantor (que foi, efectivamente) que transportou para todo um vasto campo musical a forma artística que mais amou.

Em 1872, foi erigido no Parque Municipal de Viena um memorial em honra de Franz Schubert.

Fonte:
Wikipedia
 
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