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Da paixão africana aos delírios nocturnos

Satpa

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Da paixão africana aos delírios nocturnos

África, outra vez, a apaixonar. E desta vez o Senegal. A Orchestra Baobab foi a Sines deslumbrar com a vibração de um afro-pop polvilhado de fragrâncias cubanas. A Orchestra Baobab deixou a assistência a "baobar-se"...

A actuação começou perto da uma da manhã e atingiu momentos de uma beleza quase avassaladora pela forma como as vozes da formação serpenteavam no ar. O alinhamento centrou-se no recente disco "Made in Dakar" e tal foi suficiente para esquecer a desilusão anterior.

É que, momento antes, os Toto Bona Lokua, formação constituída por gente do Congo, dos Camarões e das Antilhas Francesas, pregaram uma valente seca ao público com uma esdrúxula combinação de jazz, soul e pop sem a mínima chama sedutora. A lamechice abundava - e um certo embrulho kitsch também. Foi um concerto para esquecer.

Antes disso, o quarteto galego Marful abrira a noite no interior das muralhas do Castelo com um "salón de baile" tripulado por uma cantora extremamente expressiva e comunicativa. Já depois das duas da manhã, milhares de pessoas concentraram-se na avenida junto à praia. Reinava um ambiente de euforia - e não faltou quem desatasse a correr pelo areal fora para mergulhar, ainda com as roupas no corpo, na serenas águas do Oceano Atlântico. Uma parte significativa dessa avenida marginal (bem pertinho da casa onde nasceu Vasco da Gama) está preenchida por várias tasquinhas e tendas de artesanato. Há cães por todo o lado, por vezes à porrada uns com os outros, e centenas de corpos sentados na areia da praia. Aliás, uma parte significativa do público deste festival opta por não dormir em quartos ou em tendas no campismo, preferindo fazer da areia a sua cama durante estas noites.

No enorme palco junto ao mar, o brasileiro Silvério Pessoa não teve qualquer dificuldade em cativar a assistência ébria - a sua música convida à festa imensa, espécie de forró eléctrico que abraça a corrente mangebeat. Já a noite ia longa quando os americanos Toubab Krewe despejaram mais de uma hora de tripe fusionista de pós-rock com tempero africano. Aqui e ali, lembraram uma espécie de Mogwai soalheiros e semi-étnicos (por causa da Kora, essencialmente).

Ontem, à hora do fecho desta edição, Sines estava invadida por dezenas de milhar de pessoas. O Festival termina esta noite com concertos de artistas como a magnífica cantora maliana Rokia Traoré.



CRISTIANO PEREIRA

JN
 
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